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terça-feira, 17 de junho de 2025

Ipsos-Ipec: 43% dos eleitores culpam o governo Lula por aumento de fraudes no INSS

Na semana passada, outra pesquisa revelou que a insatisfação com o governo Lula bateu recorde neste mês

Diógenes Feitosa
O governo do presidente Lula também é avaliado negativamente por 43% dos eleitores | Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Segundo pesquisa Ipsos-Ipec divulgada nesta segunda-feira, 16, 43% dos eleitores culpam o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo aumento das fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que envolvem os descontos executados por associações no pagamento de aposentados e pensionistas sem autorização.

De acordo com o levantamento, a maioria dos eleitores culpa o governo Lula pela escalada do problema, “porque os valores das fraudes dispararam” na gestão do petista.

Por outro lado, 35% dos entrevistados consideram que o esquema “começou no governo Bolsonaro”. Para estes, o governo Lula é o responsável pela descoberta das fraudes no INSS.

Dos entrevistados, 6% concordam com as duas afirmações; 4% não concordam com nenhuma; e 12% não souberam ou não quiseram opinar.

Os pesquisadores também questionaram os entrevistados sobre a resposta do governo em relação às fraudes.

Para 54% dos entrevistados, a atuação do governo Lula em relação às denúncias tem sido “ruim” ou “péssima. Outros 18% consideraram a reação do governo “regular”. Para 22% dos eleitores, a atuação tem sido “ótima” ou “boa”; 6% não souberam ou não quiseram opinar.

A pesquisa ouviu 2 mil eleitores com idade a partir dos 16 anos em 132 municípios, entre 5 e 9 de junho. O nível de confiança é de 95%; a margem de erro é de 2 pontos porcentuais.

Avaliação negativa do governo Lula bateu recorde

Na sexta-feira 13, outra pesquisa do Ipsos-Ipec revelou que a avaliação negativa do governo Lula alcançou o maior patarmar desde o início do mandato.

Segundo o levantamento, a taxa de insatiafação com a gestão do petista chegou a 43%. Apenas 25% dos entrevistados consideraram a administração “boa” ou “ótima”. 29% classificaram a gestão como “regular”.

Na rodada anterior, realizada em março, o percentual dos que reprovavam o governo Lula era de 41%. Na época, 27% aprovaram a gestão petista e outros 30% a consideravam “regular”

Governo Lula apoia Irã a enriquecer urânio

Assessor para Assuntos Internacionais, Celso Amorim afirma que o Brasil concorda com o uso de energia nuclear e defende soberania

Fabio Boueri
O secretário do Conselho de Segurança do Irã , Ali-Akbar Ahmadian (quarto à direita), durante reunião com Celso Amorim, em Moscou | Foto: Reprodução/Twitter/X

O governo federal, por meio do assessor especial para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, afirmou que o Brasil apoia o Irã a usar energia nuclear para fins pacíficos. A posição do membro do governo Lula da Silva inclui a concordância com o enriquecimento de urânio. Essa prática pode ser aplicada principalmente a estratégias militares, como a produção de bombas com altíssimo poder destrutivo.

Amorim fez a declaração durante um encontro com o secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, Ali-Akbar Ahmadian. O evento ocorreu na noite de quarta-feira, 11, à margem da 13ª Reunião Internacional de Altos Representantes para Assuntos de Segurança, em Moscou, na Rússia.

Governo Lula defende soberania nuclear

Durante a reunião, ambos os representantes destacaram a importância de manter consultas regulares entre países independentes como forma de enfrentar o unilateralismo nas relações internacionais.

Amorim reiterou o apoio brasileiro ao direito do Irã de desenvolver e usar a energia nuclear. Ahmadian, por sua vez, reafirmou o compromisso do seu país com a manutenção de sua independência nuclear, incluindo o ciclo do combustível e a capacidade de enriquecimento. Ele destacou que Teerã está aberta ao diálogo, mas não aceitará concessões nesse campo.

Ahmadian, do mesmo modo, condenou os ataques de Israel na Faixa de Gaza e defendeu a ideia de que a comunidade internacional se manifeste diante da tragédia humanitária em curso. O iraniano disse ser necessário uma união entre as nações para responsabilizar os autores das violações.

Ao final do encontro, os dois representantes concordaram sobre a importância de fortalecer o comércio bilateral e os intercâmbios científicos entre Brasil e Irã.

Próximo presidente do STF, Fachin diz que a Corte não pode invadir 'seara do legislador'

Magistrado completou hoje dez anos como juiz do Tribunal

Cristyan Costa
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Luiz Edson Fachin, durante uma coletiva de imprensa em Curitiba - 29/04/2022 | Foto: Eduardo Matysiak/Estadão Conteúdo

O vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, defendeu a contenção do Judiciário e o respeito à “seara do legislador”.

“Cabe ao Poder Judiciário, e em especial a este Tribunal, proteger os direitos fundamentais, preservar a democracia constitucional e buscar a eficiência da Justiça brasileira”, declarou, durante lançamento de um livro, nesta segunda-feira, 16, no STF. “Para fazê-lo, precisamos de contenção. Não nos é legítimo invadir a seara do legislador. O respeito ao dissenso e à convivência democrática são lições também para todos os Poderes e todas as instituições.”

O magistrado completou hoje dez anos como juiz do Tribunal. Em setembro, ele tomará posse como novo presidente da Corte, em substituição a Luís Roberto Barroso. Alexandre de Moraes será o vice. Em 2015, a então presidente Dilma Rousseff escolheu Fachin para ocupar o lugar de Joaquim Barbosa, que se aposentou no ano anterior.

O juiz do STF fez o comentário em meio aos conflitos entre Judiciário e Legislativo, sobretudo no que diz respeito a emendas parlamentares.

Fachin comenta uma década no STF
Autoridades, durante a abertura do Ano do Judiciário — 3/2/2025 | Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo

Ainda durante o evento na Biblioteca do STF, Fachin disse que os ministros não devem ceder a “vontades pessoais ou pressões políticas”, tampouco atuar como atores do jogo partidário.

“Ao Direito o que é do Direito, à política o que é da política”, constatou, ao mencionar que magistrados precisam se nortear pela “razão jurídica objetiva”.

Soldado desobediente salva o mundo da destruição nuclear

Os computadores ordenaram o fim do mundo, mas o instinto humano venceu as máquinas e salvou a vida na Terra

Artur Piva
O homem que salvou o mundo morreu no anonimato | Foto: Artur Piva/ChatGPT

Com as guerras ao redor do globo, as armas nucleares espalham medo pelo mundo. Feitas com material radioativo, existem em número suficiente para acabar com a civilização. E a destruição esteve a um triz de acontecer há poucas décadas — quando a humanidade de um soldado salvou o mundo do desastre.

Também conhecidas como bombas atômicas, as armas nucleares foram usadas apenas duas vezes na história. As explosões ocorreram há 80 anos, quando duas ogivas arrasaram as cidades de Hiroshima e Nagasaki. A amostra do poder de devastação levou à rendição imediata do Japão, colocando fim à Segunda Guerra Mundial. A onda de impacto, porém, extrapolou o físico — e se alastrou por todo o globo.

O pilar da destruição

Com o fim do conflito, duas grandes potências que se uniram durante a guerra passaram a disputar a hegemonia mundial: Estados Unidos e União Soviética. Os oponentes enxergaram o domínio desse tipo de armamento como um pilar indispensável para assegurar a própria sobrevivência, e outras nações também seguiram esse exemplo.

Ambos aceleraram para aumentar o poder de fogo — uma corrida que durou décadas. Como resultado, os dois oponentes geraram ogivas suficientes para erradicar um ao outro — extinguindo toda a humanidade no processo. Era a doutrina da destruição mútua assegurada.

A ordem do fim do mundo

Norte-americanos e soviéticos criaram protocolos de resposta para o caso de um ataque. Na prática, eles garantiam que, se um atacasse o outro com essas armas, ambos disparariam com força total. Em teoria, mesmo que toda a humanidade não morresse com as explosões, os efeitos secundários levariam todos à morte pela escassez de recursos básicos, como os alimentos.

Para garantir a resposta em tempo hábil de destruição, os dois lados criaram sistemas informatizados de alerta. Em 26 de setembro de 1983, os computadores soviéticos soaram os alarmes. Sirenes agudas e luzes vermelhas piscando tomaram conta dos porões do poder em Moscou. No Kremlin, a leitura das máquinas garantia: o apocalipse começara — e não havia esperança de salvação.

Contudo, o contra-ataque dependia do aval do oficial de plantão. Era Stanislav Petrov, tenente-coronel das Forças de Defesa Aérea da União Soviética.

Os monitores eletrônicos não convenceram o militar. Não se sabe se por sorte, providência divina — ou o temor de carregar sobre si o peso de acabar com a vida —, Petrov decidiu não dar início à resposta armada. A destruição mútua assegurada deu lugar à prudência humana continuada. A história mostrou que ele acertou em cheio ao não disparar, e a humanidade seguiu viva. Ele, porém, foi punido por não seguir os protocolos militares à risca.

Por que Petrov não disparou as armas nucleares?

Os sistemas soviéticos não identificaram um ataque com força total. Em vez disso, apontaram o disparo de uma ogiva. Depois, outra e outras três — cinco no total. Petrov estranhou a quantidade e a achou muito pequena para ser real.

Em 1983, os Estados Unidos possuíam 23 mil armas nucleares prontas para uso. Lançar apenas cinco contra o inimigo não o destruiria e deveria provocar a retaliação letal, uma vez que o arsenal soviético somava 35 mil ogivas.

Os instintos de Petrov, característica fundamentalmente humana, salvaram o dia. Porém, o militar não teve o devido reconhecimento do governo comunista. Em vez disso, a burocracia garantiu-lhe punições e anonimato.

A história ficou escondida por mais de uma década. Apenas em 1998 houve a revelação do ato heroico. Ainda assim, com pouca publicidade — tanto que Petrov morreu no anonimato em 2017. No mesmo ano, a Campanha Internacional para a Abolição de Armas Nucleares recebeu o Nobel da Paz — uma honraria jamais concedida ao homem que salvou o mundo da destruição atômica.

Alcolumbre convoca sessão para analisar vetos de Lula e pode ler requerimento da CPMI do INSS

Depois de mais de um ano e meio, o presidente do Congresso Nacional marca reunião plenária conjunta nesta terça-feira, 18

Sarah Peres
Sessão conjunta do Congresso Nacional vai analisar os vetos presidenciais | Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

Depois de mais de um ano sem sessões para votação de vetos presidenciais, o Congresso Nacional se reúne na tarde desta terça-feira, 18, para analisar 64 vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a matérias do Legislativo.

A convocação foi feita pelo presidente do Senado e do Congresso, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Além dos vetos de Lula, também o senador pode ler o requerimento de criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS — o que daria início à investigação de fraudes bilionárias contra aposentados e pensionistas.

A última votação de vetos ocorreu em maio de 2023. Desde então, o número de pendências se acumulou, com 55 vetos aguardando análise já em fevereiro deste ano — o maior volume desde 2018.

A nova sessão foi anunciada em 22 de maio e confirmada por líderes partidários depois de reunião na última quinta-feira, 12. Ainda não há definição oficial da pauta de votações, mas os bastidores indicam que o veto ao projeto de pensão vitalícia para vítimas da síndrome congênita do zika vírus deve ser derrubado.

A gestão petista havia barrado integralmente o Projeto de Lei 6.064/2023, o qual prevê uma pensão mensal de R$ 7.786,02 (valor equivalente ao teto do INSS) e uma indenização única de R$ 50 mil, ambos corrigidos pela inflação e isentos de Imposto de Renda, para pessoas com deficiência decorrente da infecção por zika durante a gestação.

Inicialmente, o governo havia vetado o projeto sob a justificativa de que ele criava uma despesa obrigatória e contínua sem apresentar a fonte de custeio. Em resposta, editou a Medida Provisória 1.287/2025, que autorizava o pagamento único de R$ 60 mil às famílias afetadas, mas com validade apenas para este ano e para crianças nascidas entre 2015 e 2024. A MP já perdeu a vigência.

Outros vetos de Lula entram em pauta
Congresso pode derrubar vetos de Lula em sessão conjunta | Foto: Ricardo Stuckert/PR/Flickr

Além da dessa pauta, os deputados e senadores devem se debruçar sobre vetos que afetam emendas parlamentares e regras orçamentárias. Entre eles, os VETs 47/2024 e 48/2024, que barraram trechos da LDO de 2025 e da Lei Complementar 211/2024 que proibiam o bloqueio de emendas parlamentares impositivas — mecanismo que permitiria blindar os repasses de cortes futuros, mesmo em cenários de ajuste fiscal.

Outros vetos de destaque incluem:VET 25/2024 — barra o adiamento do pagamento de parcelas de dívidas de agricultores afetados por secas e enchentes;
VET 14/2023 — impede a criação da Anesporte, mantendo dispositivos da antiga Lei Pelé;
VET 37/2024 — exclui o prazo de dez anos no Cadastro Nacional de Predadores Sexuais após cumprimento de pena;
VET 8/2025 — impede a liberação automática de recursos do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (FNMC) para o PATEN;
VET 49/2024 — veta a destinação obrigatória de 2% do Minha Casa, Minha Vida para regularização fundiária;
VET 27/2024 — impede a prorrogação de incentivos à indústria de semicondutores e TICs até 2073, mantendo-os apenas até 2029.
CPMI do INSS pode sair do papel

Outro ponto que pode movimentar a sessão é a possível leitura do requerimento que cria a CPMI do INSS. O pedido foi protocolado em 12 de maio e conta com apoio suficiente — mais de um terço da Câmara e do Senado.

A comissão deve apurar fraudes em descontos indevidos em aposentadorias e pensões, reveladas por investigações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU). Os prejuízos podem ultrapassar R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.

A leitura do requerimento é o único ato formal necessário para que a CPMI seja instalada. A pressão aumenta entre parlamentares da oposição e da base governista para que a comissão avance ainda nesta semana.

Vietnã é mais um país socialista a se tornar parceiro do Brics, sob comando do Brasil

Anúncio foi feito pelo Itamaraty. Bloco amplia articulação com regimes autoritários, como o de Cuba

Letícia Alves
O presidente Lula em um encontro com o presidente do Vietnã, Luong Cuong | Foto: Ricardo Stuckert

O Vietnã é o novo país parceiro do Brics. O anúncio ocorreu na sexta-feira 13 pela presidência brasileira do bloco, que exerce o comando do grupo em 2025. Com a decisão, o país asiático se torna o décimo a integrar a categoria de parceria, criada durante a 16ª Cúpula do Brics, realizada em Kazan, na Rússia, em outubro de 2024.

Além do Vietnã, já são parceiros do bloco Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão. Assim como Cuba, o Vietnã está sob um regime socialista de partido único, comandado pelo Partido Comunista.

O Vietnã é oficialmente denominado República Socialista do Vietnã. Desde 1976, depois da vitória do Vietnã do Norte sobre o Sul, o governo do país é um sistema socialista de partido único. O Partido Comunista mantém controle sobre o governo e a formulação de políticas públicas.

Em nota, o Itamaraty omite que o Vietnã é um país socialista e alega que se trata de uma nação com uma “economia dinâmica fortemente integrada às cadeias globais de valor”.

“O país compartilha com os membros e parceiros do Brics o compromisso com uma ordem internacional mais inclusiva e representativa”, continua o comunicado. “Sua atuação em prol da cooperação Sul-Sul e do desenvolvimento sustentável reforça a convergência com os interesses do agrupamento.”

Parceria permite presença em cúpulas do Brics

Na condição de parceiro, o Vietnã passa a ter convite garantido para participar da Cúpula do Brics, da reunião de chanceleres e de outras instâncias do fórum, mediante aprovação consensual dos membros. Parceiros também podem endossar as declarações finais do grupo.

O bloco é atualmente composto por 11 membros: África do Sul, Arábia Saudita, Brasil, China, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia, Índia, Irã e Rússia. Juntos, representam 48,5% da população mundial e respondem por 24% do comércio global.

O Brics também concentra 72% das reservas conhecidas de terras raras, 43,6% da produção mundial de petróleo, 36% da de gás natural e 78,2% da de carvão mineral.

Simone Tebet é vaiada durante festa em sua cidade natal

No aniversário de 110 anos de Três Lagoas, ministra interrompe discurso em meio a protestos

A ministra Simone Tebet: a exemplo de Lula, vaias do público | Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), recebeu vaias durante a comemoração dos 110 anos de Três Lagoas (MS), sua cidade natal. A cena de constrangimento ocorreu neste sábado, 14. A cerimônia, marcada por desfile cívico e homenagens, se deu a 327 km de Campo Grande, capital do Estado. A recepção negativa começou assim que a ministra começou a discursar no palanque oficial.

De acordo com o jornal Diário do Poder, Tebet interrompeu a fala ainda na fase de cumprimentos às autoridades, aguardando o fim dos protestos do público. Embora tenha retomado o discurso alguns minutos depois, o constrangimento foi evidente.

Tebet tenta escapar do desconforto

No pronunciamento, Tebet destacou sua ligação com o município e afirmou ter contribuído para o atual protagonismo de Três Lagoas como polo nacional da celulose. Ela lembrou que, como prefeita, lançou a pedra fundamental da primeira fábrica do setor.

Apesar de representar Mato Grosso do Sul no primeiro escalão do governo federal, Tebet tem restringido suas aparições no Estado a eventos em que também esteja presente o governador Eduardo Riedel (PSDB). Segundo críticos, a ministra costuma justificar o uso de aviões da FAB criando agendas paralelas no Estado, evitando voos comerciais para escapar de novos constrangimentos.

As vaias à ministra repetem episódios similares envolvendo o presidente Lula da Silva. Em março, por exemplo, o petista enfrentou hostilidade em evento público na Bahia, mesmo estando em um reduto eleitoral do PT. A reação popular tem sido interpretada como sinal do desgaste de integrantes do governo em ambientes fora do controle político direto.

Torcedores são condenados na Espanha por crime de ódio contra Vini Jr.

Homens penduraram um boneco enforcado com a camisa do jogador brasileiro

Mateus Conte
Boneco com a camisa de Vinicius Júnior é pendurado na Espanha | Foto: Redes sociais/Reprodução

Quatro membros da torcida organizada Frente Atlético, do Atlético de Madrid, foram condenados por crime de ódio e ameaças contra o jogador brasileiro Vinicius Júnior, depois de confessarem ter pendurado um boneco com a camisa do atacante do Real Madrid em uma ponte na capital da Espanha, em janeiro de 2023.

A sentença foi proferida nesta segunda-feira, 16, pelo tribunal de Madri, depois de um acordo entre o Ministério Público, os advogados de defesa e as entidades que atuaram como assistentes de acusação — Real Madrid, LaLiga e a Federação Espanhola de Futebol.

O tribunal associou os acusados à torcida organizada Frente Atlético, classificada na decisão como um coletivo de “extrema direita”, e concluiu que os atos foram motivados por “menosprezo e a rejeição à cor da pele da vítima”.

A Justiça espanhola considerou ainda que o gesto teve impacto público, sobretudo por ter sido dirigido a um jogador de destaque, em contexto de rivalidade esportiva, com “motivação discriminatória baseada na origem étnica e racial da vítima”.

O primeiro acusado recebeu pena de 22 meses de prisão, enquanto os outros três foram condenados a 14 meses cada. Por serem penas inferiores a dois anos e os réus não possuírem antecedentes criminais, o tribunal aceitou suspender o cumprimento das penas, desde que os envolvidos não cometam novos delitos pelos próximos quatro anos.

O primeiro condenado pagará multa de € 1 mil, valor correspondente a nove meses e um dia de sanção pecuniária diária de € 4. Os demais deverão pagar € 720 cada, valor referente a seis meses de multa no mesmo regime. A sentença também determina a proibição dos réus de frequentar estádios e eventos esportivos no período da condenação.

Sanções impostas pela Justiça da Espanha incluem restrições de acesso e curso obrigatório

Entre as sanções adicionais, está a proibição de se aproximarem a menos de um quilômetro do complexo esportivo do Real Madrid e de estádios de futebol — inclusive partidas femininas e de categorias de base. Também estão obrigados a realizar um curso de diversidade e não discriminação, conforme solicitação do Ministério Público.

O boneco, pendurado em janeiro de 2023, foi exibido ao lado de uma faixa com a inscrição “Madrid odeia o Real”. A imagem foi posteriormente publicada na rede social X por um dos envolvidos. Por essa razão, os condenados estão proibidos de usar redes sociais durante o cumprimento das penas, conforme a lei da Espanha.
Vinicius Júnior comemora troféu conquistado pelo clube espanhol Real Madrid | Foto: Reprodução/Twitter

A presidente do tribunal destacou que o acordo foi possível porque o próprio Vinicius Júnior renunciou “expressamente” ao direito de receber indenização pelos danos. O atacante, em depoimento por videoconferência, relatou ter se sentido ofendido ao tomar conhecimento do ocorrido e declarou que os atos foram motivados “por racismo e por ódio” contra ele.

Durante a audiência, um dos acusados atuou como porta-voz do grupo e leu uma carta dirigida ao tribunal. No documento, os condenados afirmaram seu arrependimento: “Pedimos perdão ao jogador”, disseram. “Lamentamos sinceramente haver pendurado o boneco.”

Zambelli contrata advogados no Brasil e na Itália para tentar barrar extradição

Defesa pretende contestar também a perda de mandato da parlamentar

Fabio Boueri
A deputada licenciada Carla Zambelli: defesa vai atuar em duas frentes para evitar perda de mandato e extradição | Foto: Lula Marques/EBC

Na tentativa de escapar de uma suposta perseguição política, a deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) contratou dois advogados para atuar em diferentes frentes jurídicas. Uma frente é a defesa no processo de cassação de mandato. A outra vai contestar o pedido de extradição feito pelo governo brasileiro. A parlamentar estaria escondida na região do Vêneto, na Itália, conforme revelou a Polícia local.

No Brasil, a defesa de Zambelli contará principalmente com a assessoria do advogado Fábio Pagnozzi. Ele recebeu indicação dos aliados de Jair Bolsonaro (PL) no Congresso depois da saída de seus representantes anteriores. Na Itália, ela firmou contrato com Pieremilio Sammarco. O advogado é conhecido sobretudo por atuar em casos de grande repercussão naquele país. Entre seus clientes, está o comediante e político Beppe Grillo, que enfrentou disputa judicial com o ex-primeiro-ministro Giuseppe Conte.

Zambelli: extradição contestada e dupla cidadania

Sammarco deverá atuar no Ministério da Justiça italiano. O objetivo é barrar a extradição da deputada, solicitada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Apesar de a polícia italiana dizer já saber onde Zambelli está, as autoridades locais enfrentam entraves legais. Desse modo, não podem efetuar a prisão em razão da dupla cidadania da parlamentar.

Zambelli teve seu nome incluído na lista de difusão vermelha da Interpol por ordem do ministro Alexandre de Moraes. A medida autoriza a prisão e eventual repatriação de pessoas procuradas internacionalmente. A deputada deixou o Brasil em 25 de maio, depois de sua condenação definitiva pelo STF.

Zambelli foi condenada por unanimidade pela 1ª Turma do Supremo por participação na tentativa de invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em janeiro de 2023. Segundo a Procuradoria-Geral da República, ela foi a mentora intelectual da operação.

O hacker Walter Delgatti Neto, autor do ataque, afirmou ter agido sob orientação da deputada, que lhe enviou o texto do mandado de prisão falso contra o próprio ministro Alexandre de Moraes. A Polícia Federal apurou que Zambelli efetuou pagamentos ao hacker que somam pelo menos R$ 13,5 mil.

Trump pede evacuação total de Teerã: 'Irã não pode ter arma nuclear'

Presidente dos EUA diz que país islâmico deveria ter assinado acordo

Mateus Conte
O presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca, em Washington, D.C., EUA (5/6/2025) | Foto: Reuters/Kevin Lamarque

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicou na noite desta segunda-feira, 16, uma mensagem em sua rede social em que afirma que o Irã deveria ter aceitado um acordo proposto anteriormente e alerta a população sobre a situação no país do Oriente Médio.

“Irã deveria ter assinado o ‘acordo’ que eu disse para eles assinarem”, escreveu Trump. O presidente responsabilizou o governo iraniano pela escalada de tensão na região. “Que vergonha e desperdício de vidas humanas.”

Na sequência, reiterou sua posição sobre a questão nuclear. “De forma simples, O IRÃ NÃO PODE TER UMA ARMA NUCLEAR”. A frase, grafada com partes em letras maiúsculas, segue a retórica adotada por Trump desde sua saída do acordo nuclear com o Irã, em 2018. “Eu disse isso repetidamente!”

A publicação termina com uma advertência direta à população da capital iraniana: “Todos devem evacuar Teerã imediatamente!”. A mensagem não esclarece se há riscos concretos e iminentes ou se trata-se de uma medida preventiva. O post rapidamente ganhou repercussão nas redes sociais e acumulou mais de 10 mil compartilhamentos e mais de 40 mil curtidas.

Irã quer que Trump force Israel a desistir de ofensiva

Nesta segunda-feira, 16, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, publicou uma mensagem no X em que atribui a Trump o poder para forçar o fim dos ataques de Israel.

“Se o presidente Trump for genuíno em relação à diplomacia e estiver interessado em interromper essa guerra, os próximos passos serão consequentes”, escreveu Araqchi. “Basta um telefonema de Washington para amordaçar alguém como Netanyahu.”

Teerã teria pedido ao Catar, à Arábia Saudita e a Omã para que eles pressionassem Trump a usar sua influência sobre Israel para forçar o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a concordar com um cessar-fogo. Em troca, o Irã mostraria flexibilidade nas negociações nucleares.

Em várias ocasiões, Trump tem dito que o bombardeio israelense poderia terminar rapidamente se o Irã concordasse com as exigências dos EUA para restringir o programa nuclear. Por outro lado, parlamentares iranianos têm defendido a ideia de abandono do tratado de não proliferação nuclear, o que colocaria um fim em qualquer negociação de cessar-fogo.

Braga Netto pede acareação com Cid na ação do suposto golpe

Defesa do general aponta divergências em depoimentos dos militares

Mateus Conte
Braga Netto, ex-ministro da Defesa do Brasil | Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A defesa do general Braga Netto pediu nesta segunda-feira, 16, ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a realização de uma acareação entre o militar e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid. De acordo com os advogados, há divergências nos interrogatórios do general e de Cid que precisam ser esclarecidas.

A defesa sustenta que são necessários esclarecimentos sobre as acusações de que Braga Netto discutiu o plano Punhal Verde-Amarelo, suposto planejamento para matar autoridades, e que o ex-ajudante teria recebido dinheiro do general em uma sacola de vinho.

“Essa diligência complementar se mostra necessária para a devida apuração dos fatos, pois Cid não trouxe aos autos provas que corroborassem suas acusações em face do general Braga Netto”, afirmou a defesa. Os advogados também requereram a suspensão da ação penal para que a defesa possa fazer a análise de todas as provas.

Na semana passada, Braga Netto foi interrogado por Alexandre de Moraes e negou ter conhecimento do Punhal Verde-Amarelo e de ter repassado a Cid dinheiro dentro de uma sacola de vinho para que fosse entregue a militares que faziam parte do esquadrão de elite do Exército, chamados de “kids pretos“.

Defesa de Braga Netto pede apuração completa sobre perfil secreto de Cid

Os advogados de defesa de Braga Netto protocolaram um pedido ao STF para aprofundar a investigação sobre o perfil “@gabrielar702”, no Instagram. A conta, segundo revelação da revista Veja, foi utilizada de maneira clandestina por Cid.

Documentos e provas apresentados pela reportagem sugerem que ele manteve conversas sobre a própria delação com uma pessoa próxima a Bolsonaro, em contrário ao que havia declarado anteriormente à Justiça.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal | Foto: Ton Molina/STF

Ainda na sexta-feira, 13, o ministro Alexandre de Moraes solicitou à Meta, responsável pelo Instagram, o envio de dados como login, cadastro e mensagens trocadas por meio do perfil. A defesa de Braga Netto, no entanto, exigiu ampliação dessas informações. O pedido inclui o endereço de IP, a data e o horário da criação da conta, a localização, o histórico de acessos e os aparelhos utilizados.

Ex-ministro da Defesa, o general está preso desde dezembro do ano passado, sob a acusação de obstruir a investigação sobre a tentativa de golpe de Estado e tentar obter detalhes dos depoimentos de delação de Cid.

Câmara aprova urgência do projeto que derruba o decreto que aumenta alíquota do IOF

Com a votação favorável, a proposta pode ser votado diretamente no plenário, sem passar antes pelas comissões da Câmara

Sarah Peres
Plenário da Câmara dos Deputados | Foto: | Foto: Reprodução/Flickr/Conselho Nacional de Justiça

Em uma vitória histórica para a oposição, a Câmara dos Deputados aprovou a urgência do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que derruba o texto do governo Lula que propõe o aumento do alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Foram 346 votos favoráveis, 97 contrários e apenas um deputado ausente por motivo regimental.

A votação ocorreu na noite desta segunda-feira, 16, um dia depois de o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), ter se reunido com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A gestão petista havia publicado o novo decreto do IOF na semana passada.

O PDL 314/2025 foi protocolado pelo líder da oposição na Casa, Luciano Zucco (PL-RS), com objetivo de impedir o “plano do PT de avançar sobre a renda da população e dos setores produtivos, numa tentativa desesperada de aumentar a arrecadação a qualquer custo — sem cortar um centavo sequer dos gastos públicos”.

“Desde o início do governo Lula, já foram criados ou majorados cerca de 25 tributos — uma média absurda de quase um novo imposto por mês”, afirmou. “O governo Lula visa a arrecadar em cima de tudo. Desde o combustível à energia, dos investimentos às compras pela internet, das heranças às aplicações financeiras.”

A reunião sobre o IOF

Além de Lula e Motta, o encontro de domingo 15 no Palácio da Alvorada contou também com a presença dos ministros Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Rui Costa (Secretaria de Relações Institucionais). O objetivo central da reunião foi buscar consenso em torno do novo decreto que altera as alíquotas do IOF, medida que tem enfrentou forte resistência entre parlamentares da base e da oposição.

Desde maio, o governo editou três decretos relacionados ao IOF. O primeiro, publicado no dia 22 daquele mês, elevava as alíquotas em diversas operações. No entanto, ainda no mesmo dia, o Executivo recuou parcialmente, suspendendo a cobrança sobre remessas ao exterior.

Diante das críticas do mercado e de setores do Congresso, um novo ajuste foi anunciado no dia 11 de junho, suavizando parte das mudanças. Com a revisão, a estimativa de arrecadação federal caiu de R$ 19,1 bilhões para uma projeção entre R$ 6 bilhões e R$ 7 bilhões em 2025.

Governo federal anuncia hidrovia estratégica no rio São Francisco para transporte de cargas que passa por Juazeiro; entenda

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

O Rio São Francisco receberá uma nova hidrovia, que ligará o interior mineiro ao Nordeste, com destaque para Juazeiro, no norte do estado. O projeto, apresentado pelo governo federal na última sexta-feira (13), utilizará os 1.371 km de extensões navegáveis do rio, com projeção de movimentar cinco milhões de toneladas de cargas.

Entre as cargas previstas para serem transportadas pela nova hidrovia estão insumos agrícolas, gesso, gipsita, calcário, grãos, bebidas, minério e sal. O ministro de Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, afirmou que a hidrovia será estratégica para o desenvolvimento da região e que, ainda em junho, seria assinada a delegação das obras à Companhia das Docas do Estado da Bahia.

Após essa etapa, estão previstos os estudos técnicos. A informação é da Agência Brasil. O "Velho Chico" percorre o Distrito Federal, Goiás, Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco, impactando 505 municípios e mais de 11,4 milhões de pessoas.

ETAPAS DO PROJETO

Primeira etapa: Concentrará as ações em um trecho de 604 quilômetros navegáveis, de Juazeiro a Petrolina, passando por Sobradinho (norte do estado) e chegando a Ibotirama (Vale São-Franciscano). As cargas poderão ser escoadas por rodovias até o Porto de Aratu-Candeias, na Baía de Todos os Santos.

Segunda etapa: Abrangerá o trecho entre Ibotirama e Bom Jesus da Lapa e Cariacá — municípios baianos —, com 172 quilômetros navegáveis. Nesse percurso, haverá conexão, via malha ferroviária, até os Portos de Ilhéus e Aratu-Candeias.

Terceira etapa: Aumentará a hidrovia em 670 quilômetros, ligando Bom Jesus da Lapa e Cariacá a Pirapora (MG).

O governo federal já havia anunciado planos para expandir a navegabilidade nas hidrovias brasileiras. Outras obras no horizonte para este ano incluem a realização de dragagens nas hidrovias dos 'Tapajós' e São Francisco, além da manutenção do Madeira, Parnaíba e Paraguai (tramo Sul).

O Ministério de Portos e Aeroportos estima que o país possui 12 mil km de hidrovias navegáveis, com potencial para alcançar 42 mil km.

Conselho da OAB aprova processo de cassação de Marcelo Bretas, juiz responsável pelas investigações da Lava Jato

Foto: Rafael Wallace / Alerj

O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) aprovou, por unanimidade, a abertura de um procedimento administrativo para cassar o registro de advogado do juiz Marcelo Bretas. A decisão foi tomada no início da manhã desta segunda-feira (16) para investigar a atuação de Bretas quando conduziu as investigações da Operação Lava Jato.

“Não havendo quem queira divergir, portanto, fica aprovada a instauração do procedimento que certamente levará o ex-juiz Marcelo Bretas, grande violador de prerrogativas da advocacia do Brasil, a ser destituído de nossos quadros”, disse o presidente da OAB, Beto Simonetti, durante reunião do Conselho.

A movimentação ocorre duas semanas após o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) impor aposentadoria compulsória por irregularidades em sua atuação nos processos da operação. Bretas estava afastado de suas funções desde fevereiro de 2023.

Segundo informações do Blog Lauro Jardim, do “O Globo”, os processos administrativos contra o magistrado investigaram suposta parcialidade em decisões de busca e apreensão em endereços profissionais e residências de advogados, tratamento diferenciado a advogados e interferência nas eleições de 2018, além de práticas irregulares na condução de casos.

A iminente cassação pode sepultar os planos de Bretas: a interlocutores, vinha passando a impressão de que, com a punição do CNJ, pensava em advogar.

Roberto Carlos e herdeiros de Erasmo levam ao STF disputa sobre música em streaming

Foto: Reprodução / Redes Sociais

O Supremo Tribunal Federal (STF), seguindo o voto do relator, ministro Dias Toffoli, decidiu levar ao plenário uma questão que pode impactar o atual modelo de direitos autorais da classe artística.

O tribunal irá analisar se contratos antigos de cessão de direitos autorais, assinados antes da era digital, permitem que músicas sejam exploradas em plataformas de streaming atualmente, sem uma autorização específica.

A ação foi proposta por Roberto Carlos e pelo espólio de Erasmo Carlos, falecido em 2022, que questionam o uso digital de obras criadas décadas atrás. Eles argumentam que "a evolução tecnológica exige uma nova interpretação contratual".

De acordo com O Globo, o advogado das partes, Berith Lourenço Marques Santana, afirmou que, com essa decisão, o STF abre caminho para consolidar uma tese “que protegerá todos os artistas, garantindo maior transparência, remuneração justa e segurança jurídica na exploração de músicas na era digital”.

A ação teve início em 2019, quando Roberto e Erasmo Carlos entraram na Justiça contra a Editora Fermata, pedindo a rescisão de contratos de direitos autorais assinados entre 1964 e 1987 e, com isso, recuperar a posse de 72 músicas, entre elas “Namoradinha de um amigo meu”, “É preciso saber viver” e “Se você pensa”.

Vídeo: ataque de pitbull faz crianças subirem em teto de carro

Tutor de cachorro assumiu responsabilidade sobre prejuízo do automóvel
Animal consegue subir no automóvel em tentativa de ataque - Foto: Reprodução

Um vídeo agoniante envolvendo um grupo de crianças e adolescentes que circula nas redes sociais mostra o momento que os jovens correm de um ataque de um cachorro pitbull e sobem em um carro no interior de São Paulo. Uma câmera de segurança registrou o fato, que que aconteceu no último domingo, 15, em Jaboticabal, São Paulo.

Nas imagens as crianças chegam correndo e outras de bicicleta para se abrigar em cima do veículo estacionado, enquanto tentam afastar o cachorro que insistia no ataque. Até que o pit-bull consegue subir no carro e os jovens precisam retornar ao solo para fugir correndo novamente do avanço do animal.

De acordo com a Prefeitura de Jaboticabal, o tutor do cachorro assumiu a responsabilidade sobre o prejuízo do automóvel, que foi avariado durante a ocorrência.

Confira vídeo do ataque

Ataques de pitbull e legislação

A grande frequência de relatos de ataques de pitbull nos noticiários nacionais gera diversas discussões sobre a raça no Brasil. Estados como o Rio de Janeiro, aprovou em 2005 uma lei que proíbe a circulação de cães da raça Pitbull soltos pelas ruas.

O texto determina ainda que apenas adultos com capacidade física e psicológica comprovada podem conduzir esses animais. A lei também se aplica para outras raças, como Fila, Doberman e Rottweiler.

No Rio de Janeiro e também em São Paulo existe a determinação de que cachorros de grande porte devem utilizar focinheira e enforcadores enquanto estiverem em locais públicos.

Outros países como Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Austrália e Espanha adotam medidas de restrição do animal por serem considerados “ferozes”.

Bolsonaro vai ao STF contra delação de Mauro Cid

Ex-ajudante de ordens tem depoimento colocado em xeque

Por Cássio Moreira
Mauro Cid ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) - Foto: Alan Santos | PR

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira, 16, a anulação da delação premiada do seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid. Os advogados ainda solicitaram a reabertura do prazo de digilências.

O ex-presidente pretende ampliar o período de digilências para depois do fornecimento dos dados do perfil '@gabrielar', pedido pelo ministro Alexandre de Moraes à Meta. A conta do Instagram teria sido usada por Cid para manter contato com aliados políticos e falar sobre a posição da Corte. Segundo o militar, o Supremo já teria decidido pela condenação do núcleo envolvido na tentativa de golpe de Estado.

“De fato, o teor das diversas mensagens expõe não só a falta de voluntariedade, mas especialmente a ausência de credibilidade da delação. Destarte, são nulos os seus depoimentos e, também, as supostas provas dele decorrentes”, diz trecho do documento enviado ao STF.
Prisão revogada

Mauro Cid teve um novo mandado de prisão expedido, na sexta-feira, 13, após suspeita de uma movimentação do tenente-coronel para retirar um passaporte português. O pedido, entretanto, foi revogado em seguida pelo STF.

Mauro Cid prestou então um novo depoimento. O ex-ajudante de ordens negou qualquer tentativa de fuga e ajuda do ex-ministro do Turismo, Gilson Machado (PL), que chegou a ser preso e apontado como o intermediador da trama.

Câmara dá urgência a projeto que pressiona o governo Lula

Texto não passará por comissões e irá direto para plenário

Por Redação e Agência Brasil
Governo Lula tem perda com decisão da Câmara - Foto: Evaristo Sá/AFP

A Câmara dos Deputados aprovou, nesta segunda-feira, 16, por 346 votos a 97, a urgência para a tramitação do projeto de decreto legislativo que suspende os efeitos do decreto do governo que altera regras do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

A urgência foi aprovada, mas não foi definida a votação do mérito do texto do decreto, que deve ocorrer ainda está semana.

O pedido de urgência foi apresentado pelo deputado Zucco (PL-RS), logo após a publicação da norma pelo governo na semana passada.

Ao anunciar que colocaria a proposta em votação, o presidente da Casa, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), disse que o clima na Casa era contra o decreto do IOF.

“Conforme tenho dito nos últimos dias, o clima na Câmara não é favorável para o aumento de impostos com objetivo arrecadatório para resolver nossos problemas fiscais”, disse Motta.

Propostas do governo

As alterações modificaram um decreto anterior que também tratava das regras do IOF.

Entre as medidas propostas pelo governo estão o aumento na taxação das apostas eletrônicas, as chamadas bets, de 12% para 18%; das fintechs, de 9% para 15% a alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), igualando-se aos bancos tradicionais; a taxação das Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), títulos que atualmente são isentos de Imposto de Renda.

O decreto faz parte de medidas elaboradas pelo Ministério da Fazenda, juntamente com uma Medida Provisória (MP) para reforçar as receitas do governo e atender às metas do arcabouço fiscal.

Ex-jornalista da Globo é solta e faz novos ataques homofóbicos

Adriana Ramos voltou a ser gravada com comentários preconceituosos

Por Luiz Almeida
Adriana Ramos é acusada de homofobia - Foto: Reprodução | Redes sociais

Adriana Ramos, ex-jornalista da Globo, voltou a protagonizar cenas de homofobia em São Paulo.

Após ser presa no último sábado, 14, por atacar verbalmente um homem no Shopping Iguatemi, ela foi solta no domingo, 15, e, menos de 24 horas depois, já estava fazendo novos ataques.

Desta vez, a mulher foi flagrada ofendendo vizinhos do prédio onde mora. Em vídeos que circulam nas redes sociais, Adriana chama os moradores de “boiola depilada” e dispara ofensas como “dá o c”* e “não tem pinto” para um dos homens que grava a cena.

O vídeo chocou internautas pela agressividade e pelo teor homofóbico das falas.

Prisão e liberdade provisória

Adriana havia sido presa em flagrante no sábado, após chamar o gerente de projetos Gabriel Galluzzi, de 39 anos, de “bicha nojenta” e “assassino”, dentro do Shopping Iguatemi, na zona oeste da capital paulista.

Após passar a noite na cadeia, foi liberada em audiência de custódia com algumas restrições.

A vítima dos novos ataques registrou o caso e afirmou que “não vai deixar esse crime impune”.

O homem, visivelmente abalado, cobrou que a Justiça tome providências mais firmes diante da reincidência.

Quem é Adriana Ramos?

Adriana Catarina Ramos de Oliveira, de 61 anos, é jornalista e mãe de duas filhas. Ela trabalhou por anos em grandes veículos de comunicação como Globo, TV Cultura e Record TV.

Também manteve um blog de viagens e é autora dos livros “Uma Prova do Céu” e “Cartas Celestes”, onde abordava temas ligados à espiritualidade.
Iguatemi se posiciona

Em nota, o Shopping Iguatemi lamentou profundamente o episódio. “O respeito à diversidade, em todas as suas formas, é um valor inegociável. Repudiamos qualquer ato de discriminação e intolerância”, disse o centro comercial.

Famoso despenca de buraco do Acerte ou Caia e vai parar no hospital

Humorista participava do programa da Record e sofreu acidente

Acidente em gravação de Acerte ou Caia causa susto - Foto: Divulgação / Record

O que era para ser só mais uma gravação do programa Acerte ou Caia, sucesso atual da Record, acabou se transformando em cena de tensão e correria.

O humorista cearense Bolachinha, nome artístico de Paulo Sérgio Miranda de Barros, sofreu um acidente durante a gravação na atração nesta segunda-feira (16).

O artista caiu no buraco do cenário, parte do próprio formato do programa, mas, diferentemente dos demais participantes, ele se machucou na queda.

A situação fez com que as filmagens fossem imediatamente interrompidas. De acordo com informações do portal LeoDias, Bolachinha deixou a sede da Record de ambulância, sendo encaminhado a um hospital.

Clima de pânico em Acerte ou Caia

Testemunhas relataram que, no momento da queda, o humorista gritou de dor, deixando plateia, produção e convidados visivelmente em choque.

O susto foi tão grande que muitos pensaram que se tratava de uma encenação, até perceberem que o caso era sério.

Bolachinha estava nervoso durante a participação e acertou apenas uma das perguntas feitas por Tom Cavalcante.

Além do humorista, a edição contava com vários convidados famosos, entre eles:

A dupla sertaneja Marlon e Maicon;
O cantor The Black;
A ex-BBB e apresentadora Lumena Aleluia;

Até o momento, não há informações oficiais sobre o estado de saúde de Bolachinha.
Record e produção se posicionam

Procurada pelo portal LeoDias, a produção do Acerte ou Caia informou que está prestando todo o apoio necessário ao humorista.

A emissora ainda não se pronunciou oficialmente sobre o ocorrido e nem confirmou se haverá alteração na dinâmica do programa por conta do acidente.

Idoso que decapitou jovem por não aceitar rejeição morre em hospital

Ele era conhecido na região e costumava frequentar a residência da jovem

Corpo de Lorena foi encontrado sem cabeça um dia após desaparecimento - Foto: Reprodução Redes Sociais

Dois dias após ser preso suspeito de matar e decapitar uma jovem, de 18 anos, um idoso, de 62, morreu no Hospital Instituto Doutor José Frota (IJF), em Fortaleza, no Ceará. Ele estava custodiado na unidade de saúde desde a sexta-feira, 13, após sofrer uma tentativa de linchamento por parte da população, no distrito de Gualdrapas, em Trairi, e morreu no domingo, 15.

O homem foi detido, no início da tarde da sexta-feira, horas após o troco e os membros de Lorena Ferreira serem encontrados na localidade Padre Anchieta, zona rural de Trairi. A cabeça dela estava enterrada em uma cova rasa, cerca de 200 metros do corpo.

A jovem, que era mãe de um bebê de menos de um ano, desapareceu na noite da quinta-feira, 12, quando saiu de casa, por volta das 19h. A família dela procurou a polícia na manhã seguinte para informar sobre o desaparecimento dela.

Informações preliminares dão conta de que Lorena foi brutalmente assassinada após se recusar a namorar com o homem. Ele era conhecido na região e costumava frequentar a residência da jovem. A polícia chegou ao paradeiro do suspeito depois de encontrar a bicicleta dele nas proximidades da cena do crime.

Netanyahu sobre ataque ao Irã: "Israel mudando a face do Oriente Médio"

Troca de ataques deixou 24 mortos em Israel e 224 no Irã

Por Redação e AFP
Primeiro-ministro Benjamin Netanyahu falou sobre ataques - Foto: Ronen Zvulun | AFP

Netanyahu afirmou nesta segunda-feira, 16, que o ataque de Israel contra o Irã estava "mudando a face do Oriente Médio", e que os líderes do país rival estavam sendo eliminados "um a um".

A troca de ataques deixou 24 mortos em Israel e 224 no Irã, em cuja capital a fuga de moradores formou hoje um congestionamento gigante.

Netanyahu participou nesta segunda-feira de uma entrevista coletiva transmitida pela TV, horas após um bombardeio contra a sede da TV estatal iraniana em Teerã.

Câmeras registraram o momento em que uma apresentadora deixou rapidamente o estúdio, enquanto parte do teto se soltava e uma poeira densa se espalhava, segundo vídeos divulgados por veículos iranianos.

A emissora interrompeu sua programação ao vivo, que foi retomada minutos depois. Teerã chamou o ataque de "crime de guerra".
Donald Trump faz alerta

"Todos deveriam deixar imediatamente Teerã!", alertou hoje o presidente americano, Donald Trump, que afirma que seu país não está envolvido na ofensiva do aliado no Oriente Médio. Ele pediu a Teerã que retorne às negociações sobre o programa nuclear iraniano, interrompida pela ofensiva de Israel.

Durante reunião do G7 no Canadá, que deixará prematuramente, devido à crise no Oriente Médio, Trump lamentou que o Irã ainda não tenha assinado um acordo para restringir seu desenvolvimento nuclear.

O chanceler iraniano, Abbas Araqchi, responsável pelas negociações, disse que a ofensiva israelense representa "um golpe na diplomacia", e questionou se Trump "está interessado em deter esta guerra". "Basta um telefonema de Washington para silenciar alguém como Netanyahu. Isso abriria caminho para o retorno da diplomacia", publicou no X.

Na madrugada desta terça-feira (17), Israel emitiu um breve alerta aéreo para Tel Aviv e Bersheva, no sul. Do lado do Irã, autoridades ativaram "em um nível elevado" os sistemas de defesa antiaérea em Teerã, segundo a agência de notícias estatal Irna.

Menino de 3 anos se engasga com uva e morre em escola municipal

Profissionais da escola ainda fizeram os primeiros socorros, mas o garotinho não resistiu
Criança estava na hora do lanche, quando de engasgou - Foto: Imagem ilustrativa

Um menino de 3 anos, identificado como Ravi, morreu na manhã desta segunda-feira, 16, após se engasgar com uma uva. A criança lanchava na Escola Francisco Delfino, na localidade de Ipueiras dos Gomes, no município de Canindé, no sertão central do Ceará, quando aconteceu o incidente.

Por meio de nota a imprensa, a Secretaria Municipal de Educação de Canindé, a uva com a qual Ravi engasgou foi levada de casa para a escola. Ainda conforme o órgão, os profissionais da escola prestaram os primeiros socorros ao menino e o encaminharam para unidade de saúde mais próxima, no entanto, ele não resistiu.

"Essa tragédia causa imensa dor a toda a comunidade escolar e ao Município. A Prefeitura de Canindé, por meio das Secretarias de Saúde e Assistência Social, está prestando todo o apoio necessário à família neste momento tão difícil e desolador", disse a secretaria.

Também através de nota, a Prefeitura de Canindé reforçou que a equipe da escola recebeu treinamentos ao longo do ano para noções de primeiro socorros. A administração municipal decretou oficialmente três dias de luto.

A Polícia Civil informou que o caso será investigado pela Delegacia de Canindé e destacou que somente após laudo pericial será possível confirmar as causas da morte do pequeno Ravi.
segunda-feira, 16 de junho de 2025

GOLS DO FANTÁSTCO

 


Netanyahu promete vingar mortes de civis causadas pelo Irã

Primeiro-ministro e presidente do país indicam escalada no confronto e pedem apoio internacional

Luis Batistela
Herzog acusa o Irã de armar rivais de Israel e de expandir seu programa nuclear | Foto: Reprodução/Redes sociais

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu uma resposta firme contra o Irã neste domingo, 15. A declaração ocorreu depois dos ataques que resultaram na morte de 13 israelenses desde o início do confronto, na sexta-feira 13.

Netanyahu se manifestou depois de visitar Bat Yam, na Região Metropolitana de Tel Aviv. Um míssil lançado pelo Irã atingiu um prédio na cidade na noite deste sábado, 14, e deixou pelo menos seis mortos, incluindo duas crianças.

Em publicação na plataforma X, o premiê afirmou que o Irã “pagará um preço alto por matar civis”. Ele ressalta que as forças armadas israelenses trabalham para derrotar o inimigo em um único golpe.

O político ainda pediu que a população siga as orientações de segurança. Segundo ele, o país enfrenta uma “guerra de salvação” contra um adversário que ameaça sua existência.

“Nós estamos em uma batalha existencial, enfrentando um inimigo cruel que planeja a destruição”, disse Netanyahu. “Nossos soldados e pilotos estão operando bravamente sobre os céus do Irã.”

Netanyahu e Herzog classificam ação de Israel como proteção global

O presidente de Israel, Isaac Herzog, também esteve em Bat Yam. Ele lamentou a morte de civis de diferentes origens e afirmou que a operação israelense busca mudar o cenário no Oriente Médio.

Herzog acusa o Irã de armar rivais de Israel e de expandir seu programa nuclear, que classificou como o mais perigoso do mundo. O presidente fez um apelo ao G7, reunido no Canadá, para que apoie a luta contra a ameaça nuclear iraniana.

“Por isso, não defendemos apenas Israel, mas todo o Oriente Médio, a própria humanidade, a paz mundial”, declarou Herzog. “Faço um apelo aos líderes do G7, que se reunião amanhã no Canadá. Todos deveriam nos apoiar, porque, se querem desmantelar as armas nucleares, é melhor que trabalhem juntos e conosco.”

Oito viagens, muitos discursos: G7 segue ignorando as pautas de Lula

O petista viajará ao Canadá nesta segunda-feira, 16, para participar de mais uma cúpula

Yasmin Alencar
Lula participa de coletiva de imprensa no Palácio do Planalto - 3/6/2025 | Foto: Ton Molina/FotoArena/Estadão Conteúdo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) marca presença na 51ª Cúpula do G7, que ocorre entre este domingo, 15, e a próxima terça-feira, 17, em Kananaskis, na província de Alberta, no Canadá. Esta é a nona participação de Lula nas reuniões do grupo, somando os três mandatos no Palácio do Planalto.

O petista costuma enxergar esses convites como sinal de prestígio internacional e reconhecimento do peso do Brasil no cenário global. Mesmo assim, seu histórico nas cúpulas expõe uma trajetória de discursos críticos, poucos resultados efetivos e uma constante cobrança por maior protagonismo dos países em desenvolvimento.

Logo na primeira participação, em 2003, na França, Lula abriu sua agenda internacional com a defesa da criação de um fundo global contra a fome. A proposta não foi acatada. Dois anos depois, no Reino Unido, insistiu no tema da redução da pobreza e exigiu mais recursos para a África. O G7 prometeu destinar US$ 50 bilhões até 2010, mas concretizou apenas uma parte da promessa.

O tom de insatisfação se intensificou em 2008, quando Lula afirmou que o então G8 perdia relevância e exigiu a ampliação do grupo. No ano seguinte, reforçou que o G20 deveria concentrar os principais debates econômicos globais. Apesar das cobranças, o único avanço prático veio com a construção de um consenso parcial sobre a eliminação dos subsídios agrícolas, pauta que levava desde 2005. Naquela ocasião, uma reunião com Barack Obama trouxe algum otimismo, embora o acordo climático só tenha se materializado anos depois, na COP21, em 2015.

De volta ao poder em 2023, Lula manteve o tom crítico ao participar da cúpula no Japão, a convite do premiê Fumio Kishida. Defendeu mudanças na governança global, pressionou por uma reforma no Conselho de Segurança da ONU e criticou os blocos geopolíticos antagônicos. Tentou se reunir com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, mas o encontro não aconteceu.


O cenário se repetiu em 2024, na cúpula realizada na Itália. Lula voltou a defender a inclusão da Rússia nos diálogos de paz sobre a guerra na Ucrânia. A proposta foi rejeitada. O grupo manteve o alinhamento com Kiev e reforçou o apoio no documento final. Também atacou o aumento dos gastos militares das potências ocidentais, mas a Otan seguiu discutindo o avanço desse porcentual de 2% para 5% do PIB dos membros.

Neste ano, Lula chega ao Canadá carregando a mesma postura crítica que o acompanha desde 2003

Neste ano, Lula chega ao Canadá carregando a mesma postura crítica que o acompanha desde 2003. Embora desconfortável com o modelo de governança do G7, reforça que o Brasil não abre mão de participar das discussões multilaterais. A agenda da cúpula inclui temas como segurança energética e preservação das florestas. Além do Brasil, também participam como convidados África do Sul, Austrália, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, Índia, México e Ucrânia.

O embarque partirá de Brasília nesta segunda-feira, 16, às 8h, com chegada ao Canadá no fim da tarde. No primeiro dia, a programação se limita a um jantar de boas-vindas. Já na terça-feira, o presidente brasileiro participa da foto oficial, do debate geral e retorna ao Brasil na mesma noite.

A única reunião bilateral confirmada até o momento será com o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, solicitou uma reunião privada, mas o Itamaraty ainda tenta encaixar o encontro na agenda. Caso ocorra, será o segundo diálogo direto entre os dois; o primeiro aconteceu em Nova York, em 2023. Também não há previsão de conversa individual com Donald Trump.

Advogado de Cid nega esclarecimentos sobre viagem da família aos EUA

Conforme Cezar Bitencourt, familiares do tenente-coronel não têm nada a ver com o processo: 'Dane-se o PGR'

Lucas Cheiddi
O tenente-coronel Mauro Cid, uma das testemunhas do julgamento sobre o suposto golpe de 8 de janeiro de 2023 | Foto: Ton Molina/STF

O advogado Cezar Bitencourt, responsável pela defesa do tenente-coronel Mauro Cid, declarou que seu cliente não precisa prestar esclarecimentos sobre a viagem de seus familiares aos Estados Unidos. O jurista ainda criticou o procurador-geral da República, Paulo Gonet.

Depois de o PGR solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão de Cid, sob suspeita de que estaria planejando deixar o país, Bitencourt foi incisivo: “Dane-se o PGR”, escreveu Bitencourt, ao jornal Folha de S.Paulo. “A vida do Cid segue indiferente à existência do processo.”

A petição de Gonet mencionou viagens de familiares de Cid e supostos esforços do ex-ministro do Turismo do governo Jair Bolsonaro Gilson Machado para obter um passaporte português para o militar como elementos que reforçam a suspeita de tentativa de fuga.

Machado chegou a ser detido pela Polícia Federal no Recife, mas teve a prisão preventiva revogada na noite de sexta-feira 13. Em relação a Cid, a Polícia Federal iniciou uma operação para apurar possíveis planos de fuga depois da viagem de sua família para os EUA.

De acordo com a defesa de Cid, agentes policiais chegaram à casa do militar com ordem de prisão. Contudo, foram informados no local sobre a revogação da detenção pelo ministro Alexandre de Moraes, responsável pela autorização da operação. O STF confirmou que Cid não foi preso, mas não apresentou detalhes adicionais. O tenente-coronel compareceu à sede da PF em Brasília por volta das 11h de sexta-feira para prestar depoimento.

A viagem dos familiares de Cid e argumentos da defesa
O Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, no julgamento da denúncia sobre o núcleo 2 da suposta tentativa de golpe | Foto: Divulgação/STF

Os familiares de Mauro Cid embarcaram para os Estados Unidos em 30 de maio para participar da celebração dos 15 anos de sua sobrinha. Seus pais, sua mulher e uma de suas filhas viajaram pela Copa Airlines, com partida em Brasília, escala na Cidade do Panamá e destino em Los Angeles.

Bitencourt sustentou que os familiares do militar não possuem relação com o processo e não devem justificativas. Ele afirmou ainda que não há previsão de retorno dos integrantes da família ao Brasil, embora registros de passagens indiquem volta prevista para 20 de junho, conforme apurado pela Folha.

“[A família] Está nos EUA SEM DATA PREVISTA PARA RETORNAR”, escreveu o advogado. “Ela não tem nada a ver com o processo do Cid e não deve explicação a ninguém! O Cid não pode viajar há mais de ano! E ninguém morre por não poder viajar! Ele está bem e cumprindo as condições processuais!”

Irã dispara 370 mísseis contra Israel desde o início do conflito

Ofensiva iraniana atinge 30 locais em Israel; confronto iniciado na última sexta-feira, 13, já matou 224 no Irã e 24 em território israelense

Yasmin Alencar
Ataque de Irã em zona residencial de Israel | Foto: Reprodução/X/@israelpolice

O governo de Israel revelou que o Irã lançou 370 mísseis balísticos e centenas de drones contra seu território nos últimos quatro dias de confronto. A informação foi confirmada pelo gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Os ataques atingiram diretamente 30 localidades israelenses. Até a manhã desta segunda-feira, 16, o saldo já somava 24 mortos e 592 feridos. Entre os feridos, dez permanecem em estado grave, conforme dados oficiais divulgados pelas autoridades.

Desde sexta-feira 13, os bombardeios se intensificaram. O Irã realizou uma série de ofensivas que incluíram projéteis de longo alcance e drones, numa operação considerada de grande escala contra Israel.
O Ministério da Saúde do Irã afirmou que o país registrou 224 mortes desde o início do ataque

Do lado iraniano, o Ministério da Saúde divulgou neste domingo, 15, que o país registrou 224 mortes desde o início dos ataques. A informação circulou por meio da mídia estatal, que acompanha os desdobramentos do conflito.

O avanço das hostilidades elevou o nível de tensão no Oriente Médio. Israel classificou a ofensiva como uma violação severa da sua soberania e prometeu uma retaliação à altura dos ataques recebidos.

Especialistas em relações internacionais alertam para o risco de que esse embate se transforme em uma guerra regional. Relatórios de organizações humanitárias revelam que milhares de civis fugiram das zonas afetadas para tentar escapar dos bombardeios.

Grupo com 13 autoridades brasileiras em Israel espera escolta para a Jordânia

Ao todo, 40 colaboradores tentam rota segura para escapar da guerra na região

Luis Batistela
O senador Carlos Viana informou que o processo ocorre por meio de tratativas com a embaixada israelense em Brasília | Foto: Reprodução/Redes sociais

Um grupo de pelo menos 40 servidores brasileiros permanece em Israel enquanto aguarda um plano de retirada diante da escalada do conflito no Oriente Médio.

A expectativa é que parte dos representantes receba apoio das Forças de Defesa de Israel para cruzar a fronteira com a Jordânia. A operação está prevista para a manhã desta segunda-feira, 16.

O senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente do Grupo Parlamentar Brasil−Israel, informou que o processo ocorre por meio de tratativas com a embaixada israelense em Brasília.

Segundo o parlamentar, as negociações enfrentam obstáculos devido ao atual cenário das relações diplomáticas entre Brasil e Israel. Entre os nomes que aguardam repatriação, há governadores, prefeitos, vice-prefeitos e secretários de Estado e municípios.

A lista inclui o governador de Rondônia, Marcos Rocha, além dos prefeitos de Belo Horizonte (MG), João Pessoa (PB), Macaé (RJ) e Nova Friburgo (RJ). Integrantes do Consórcio Brasil Central e outras lideranças locais também estão no grupo.

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, declarou em nota que a Jordânia já sinalizou apoio logístico na recepção dos brasileiros que forem transferidos por terra.
Senado aciona FAB e cobra governo por atrasos na retirada de brasileiros em Israel

O governo do país árabe teria se comprometido a oferecer segurança na chegada do grupo à fronteira. A Comissão de Relações Exteriores do Senado acompanha o caso e requisitou apoio da Força Aérea Brasileira para a repatriação dos cidadãos.

O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) preside a Comissão. O senador Carlos Viana, por sua vez, atribuiu ao governo federal a responsabilidade por atrasos na retirada das autoridades.

Ele criticou o posicionamento do Executivo diante dos ataques do Irã a Israel e alertou para os riscos à segurança dos brasileiros na região.

Rio São Francisco terá nova hidrovia ligando o Sudeste ao Nordeste, com impacto direto na Bahia

Foto: Marcel Camargo / Agência

O rio São Francisco vai ganhar uma nova hidrovia para transporte de cargas, ligando Pirapora, em Minas Gerais, ao Nordeste, chegando a Juazeiro, na Bahia, e Petrolina, em Pernambuco. O projeto, apresentado pelo governo federal na última sexta-feira (13), prevê utilizar 1.371 quilômetros navegáveis, com estimativa de movimentar cinco milhões de toneladas.

Entre as cargas previstas estão insumos agrícolas, calcário, grãos, bebidas, minério, gesso, gipsita e sal. Segundo o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, a hidrovia será estratégica para o desenvolvimento da região. Ele informou que, ainda em junho, vai assinar a delegação das obras para a Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba), que ficará responsável pela condução do projeto. Na sequência, serão realizados os estudos técnicos necessários.

O trajeto do Velho Chico corta o Distrito Federal, Goiás, Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco, impactando diretamente 505 municípios e mais de 11,4 milhões de pessoas.

O projeto foi dividido em três etapas. Na primeira, as operações se concentram em um trecho de 604 quilômetros entre Juazeiro, Petrolina, Sobradinho e Ibotirama, na Bahia. As cargas poderão ser escoadas por rodovias até o Porto de Aratu-Candeias, na Baía de Todos-os-Santos. A segunda etapa abrange 172 quilômetros entre Ibotirama, Bom Jesus da Lapa e Cariacá, também na Bahia, com conexão ferroviária até os portos de Ilhéus e Aratu-Candeias. Na terceira fase, a hidrovia se estende até Pirapora, em Minas Gerais, com mais 670 quilômetros de navegação.

O governo federal também confirmou que outras ações estão previstas para ampliar a navegabilidade nas hidrovias brasileiras, incluindo dragagens no rio São Francisco e no Tapajós, além da manutenção das hidrovias dos rios Madeira, Parnaíba e Paraguai.

Atualmente, o Brasil possui 12 mil quilômetros de hidrovias navegáveis, com potencial para chegar a 42 mil quilômetros, segundo o Ministério de Portos e Aeroportos.

VÍDEO: Mulher é presa por homofobia após confusão em shopping de São Paulo

Foto: Reprodução/ Redes sociais

Às vésperas da 29ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, uma mulher foi presa em flagrante por homofobia após uma confusão dentro do Shopping Iguatemi, na zona oeste da capital paulista. O caso ocorreu na tarde de sábado (14) e foi registrado pela Polícia Militar.

Testemunhas relataram que a mulher discutiu com um homem e outras pessoas, e, durante o desentendimento, passou a proferir ofensas como “bicha nojenta” e “assassino”. A vítima contou que a agressora estava alterada e gritava por atendimento em uma cafeteria do shopping. Ele tentou intervir pedindo que ela se acalmasse, quando passou a ser atacado verbalmente.

Em entrevista à TV Globo, a mulher alegou que estava ansiosa por conta de uma cirurgia no joelho e reagiu de forma impulsiva. “Sim, me arrependo”, declarou. Segundo ela, o grupo teria rido da situação, o que teria gerado sua reação. “Houve aquela confusão na hora, eu chamei ele de ‘boiola’. Xinguei mesmo. Ele já tinha me xingado de ‘velha’”, disse.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) confirmou que a mulher, de 61 anos, foi presa em flagrante após ofensas homofóbicas a um homem de 39 anos. Policiais militares foram acionados e conduziram os envolvidos à delegacia.

O Shopping Iguatemi divulgou nota lamentando o ocorrido. “O empreendimento reforça que o respeito à diversidade — em todas as suas formas — é um valor inegociável e repudia qualquer ato de discriminação e intolerância”, informou. O shopping também declarou ter prestado todo o apoio necessário e segue à disposição das autoridades.

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