RADIO WEB JUAZEIRO



ONDE O TERROIR É EXPERIÊNCIA. O VALE É O DESTINO

ONDE O TERROIR É EXPERIÊNCIA. O VALE É O DESTINO

.

quarta-feira, 19 de novembro de 2025

PREVISÃO DO TEMPO

Sol com muitas nuvens e períodos de céu nublado. Noite com pancadas de chuva.

Manhã

Tarde

Noite

35ºmáx
26ºmin
Prob. de Chuva48% • 3mm
Nascer do Sol05:10
Pôr do Sol17:44
 
Vento14km/h • WNW
UVRaios UValto
Umidade70%39%
 
Fonte: G1

Pacheco é informado por Lula que Messias vai ser ministro do STF

Presidente disse ao senador que precisa dele como candidato ao governo de Minas Gerais na eleição de 2026

Cristyan Costa
O presidente Lula conversa com Rodrigo Pacheco durante o desfile do 7 de Setembro | Foto: Ton Molina/Estadão Coonteúdo

Durante uma reunião no Palácio do Planalto, na noite de segunda-feira 17, o presidente Lula informou ao senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) que escolheu o advogado-geral da União, Jorge Messias, para ser ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Pacheco era o candidato de Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes.

Dessa forma, Messias ocupará o lugar de Luís Roberto Barroso, que saiu do STF no mês passado.

A Pacheco, Lula disse que precisa dele como candidato ao governo de Minas Gerais, em 2026, por se tratar do segundo maior colégio eleitoral do país.

Pacheco, contudo, não disse se vai aceitar a proposta do presidente. O parlamentar avalia sair da política.

Jorge Messias deve enfrentar resistência

O presidente eleito Lula anuncia o procurador da Fazenda Jorge Messias (à dir), o ‘Bessias’, como advogado-geral da União — 22/12/2022 | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Há poucas semanas, Lula esteve com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). O parlamentar avisou ao petista que Messias deve encontrar resistência da Casa.

Para que o nome do indicado ao STF seja aprovado na Casa, precisa passar por sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado e, depois, ter no mínimo 41 votos no plenário.

Defesa recorre de decisão que restringiu fisioterapias de Silveira

Ex-deputado federal pediu ao ministro Alexandre de Moraes para realizar os exercícios também aos fins de semana

Cristyan Costa
O deputado Daniel Silveira, durante uma comissão na Câmara | Foto: Cleia Viana/Agência Câmara

Nesta terça-feira, 18, a defesa de Daniel Silveira recorreu da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que barrou fisioterapias fora de casa aos fins de semana e feriados. A coluna obteve a peça com exclusividade.

Os advogados Michael Robert e Paulo Faria afirmaram no agravo interno que Silveira se recupera de cirurgia ortopédica complexa e que o laudo do fisioterapeuta recomenda sessões diárias, inclusive aos sábados e domingos. Além disso, Faria e Robert citaram uso de equipamentos disponíveis apenas em clínica ou academia. Segundo o fisioterapeuta responsável, qualquer interrupção pode resultar em “regressão funcional” no processo de recuperação pós-cirúrgica.

A defesa sustentou que a decisão de Moraes — que negou a flexibilização ao afirmar que a medida “descaracterizaria a natureza da condição estabelecida” — inviabiliza integralmente o tratamento, porque os exercícios exigem equipamentos disponíveis apenas em clínica ou academia. Os advogados argumentam que não há possibilidade técnica de realizar as atividades no ambiente domiciliar. O agravo afirmou ainda que o direito à saúde deve prevalecer e cita precedentes do próprio STF que admitem flexibilizações terapêuticas excepcionais. Para os advogados, a manutenção do recolhimento integral aos fins de semana “não cumpre finalidade ressocializadora” e impõe risco ao resultado da cirurgia.

A defesa requereu que Silveira seja autorizado, por 90 dias, a sair de casa até as 13 horas aos fins de semana e feriados exclusivamente para as sessões de fisioterapia e fortalecimento muscular. O recurso aguarda análise do relator.

Pedido de Daniel Silveira negado
O ministro Alexandre de Moraes, durante solenidade de posse na vice-presidência do STF – 29/9/2025 | Foto: Ton Molina/Estadão Conteúdo

Ao rejeitar o primeiro requerimento, Moraes considerou que a solicitação visava a “mitigar condição expressamente fixada como requisito da própria progressão de regime” — o que “comprometeria o controle judicial e a efetividade da execução penal”.

Na decisão, Moraes ressaltou que o ex-deputado pode seguir o tratamento médico dentro dos horários autorizados.

O ministro ponderou, contudo, que ocorra nos limites do recolhimento domiciliar noturno em dias úteis e integral nos fins de semana e feriados.

Israel e União Europeia elogiam plano dos EUA para Gaza

A proposta, que inclui a criação de uma força internacional, busca orientar a desmilitarização e a reconstrução da área em conflito

Diógenes Feitosa
O presidente dos EUA, Donald Trump, declarou que a medida contribuirá para 'mais paz em todo o mundo' | Foto: Reprodução/site primeiro-ministro Israel

A aprovação do plano de paz para Gaza pelo Conselho de Segurança da ONU recebeu elogios de Israel e da União Europeia nesta terça-feira, 18, com destaque de ambos ao apoio à iniciativa apresentada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A proposta, que inclui a criação de uma força internacional, busca orientar a desmilitarização e a reconstrução da Faixa de Gaza.

Trump declarou que a medida contribuirá para “mais paz em todo o mundo”. Por outro lado, os terroristas do Hamas rejeitam a resolução, alegando que ela não contempla as demandas palestinas.

O texto, elaborado pelos EUA, foi aprovado com 13 votos favoráveis, enquanto Rússia e China optaram pela abstenção.

Reações internacionais e expectativas para Gaza

Anouar El Anouni, porta-voz de Relações Exteriores da União Europeia, classificou o avanço como essencial.

“É um passo importante para avançar no plano abrangente destinado a pôr fim ao conflito em Gaza”, afirmou o porta-voz à AFP. “Consolida o cessar-fogo, permite acesso humanitário em larga escala e abre caminho para a recuperação, a reconstrução e a reforma institucional.”

O plano prevê a atuação de uma Força Internacional de Estabilização, que atuará em conjunto com Israel, Egito e novos policiais palestinos, focando a segurança das fronteiras e a desmilitarização do território.

Em Gaza, a população demonstrou esperança. Saeb Al-Hassanat, de 39 anos, morador de Gaza, afirmou: “Qualquer decisão internacional que beneficie os palestinos agora é bem-vinda”.

“O importante é que a guerra acabe”, relatou à AFP. “Sem forte pressão dos Estados Unidos, a resolução do Conselho de Segurança permanecerá sem valor.”

O gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou que o plano pode promover “paz e prosperidade”, destacando a exigência de “desmilitarização completa, desarmamento e desradicalização de Gaza”.

Em comunicado, o governo israelense adicionou que a proposta tem potencial para ampliar os Acordos de Abraão e fortalecer a integração regional.
Resistência do Hamas
O grupo terrorista Hamas, por sua parte, recusou o plano, ao argumentar que ele não atende aos direitos políticos e humanitários dos palestinos.

O grupo também criticou a criação da força internacional, interpretando-a como imposição de “tutela internacional sobre a Faixa de Gaza”. Apesar da trégua, a região permanece marcada pela destruição depois de dois anos de confrontos desde o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023.

Rawia Abbas, moradora local, relatou: “Ainda não temos comida, água nem casas. O inverno começou, e a situação é catastrófica. Estamos nas mãos de Deus”, afirmou à AFP, mencionando que sua residência foi parcialmente destruída pelos combates.

Perspectivas para o futuro e papel internacional

A resolução sugere indiretamente a possibilidade de um Estado palestino, ao mencionar que, depois de reformas na Autoridade Nacional Palestina e início da reconstrução, “as condições poderão estar estabelecidas para um caminho crível rumo à autodeterminação e à criação de um Estado palestino”.

O documento também propõe um “Conselho de Paz”, órgão transitório para Gaza sob presidência teórica de Trump até o final de 2027, além de determinar a retomada da entrega de ajuda humanitária em larga escala pela ONU, Cruz Vermelha e Crescente Vermelho.

Dino e Moraes rebatem críticas de Mendonça sobre ativismo judicial

Declarações ocorreram durante julgamento que condenou nove réus do núcleo militar da suposta trama golpista

Fábio Bouéri
O ministro do STF Flávio Dino, indicado por Lula da Silva | Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

Durante a sessão desta terça-feira, 18, que resultou na condenação de nove integrantes do núcleo militar da suposta tentativa de golpe, os ministros Flávio Dino e Alexandre de Moraes rebateram declarações do ministro André Mendonça sobre o julgamento do artigo 19 do Marco Civil da Internet.

Um dia antes, em evento do grupo empresarial Lide, em São Paulo, Mendonça afirmou que o Supremo teria criado “restrições sem lei” ao ampliar principalmente a responsabilização das plataformas digitais por conteúdos de terceiros. A tese obteve rejeição de 8 votos contra 3 a favor.

Mendonça: ministros “defendem” prática ilegal

Mendonça abriu a divergência e votou pela manutenção das regras atuais. Elas limitam a responsabilização das empresas ao descumprimento de ordens judiciais. No evento, disse que a decisão da Corte representava “ativismo judicial”. Segundo ele, trata-se de uma prática que “muitos colegas defendem”. Do mesmo modo, Mendonça acrescentou que a Constituição “não autoriza” esse tipo de postura.
O ministro Flávio Dino reagiu à fala e classificou o uso do termo “ativismo judicial” como uma tentativa de enfraquecer a imagem do Tribunal. Para ele, a expressão funciona como “palavras mágicas” no sentido sobretudo de sustentar críticas vazias. “Isso é tão consistente quanto a espuma das ondas que quebram na praia. O que fazemos aqui é aplicar as leis”.

Dino afirmou que críticas são legítimas, mas rejeitou o rótulo atribuído ao Supremo. Da mesma forma, o ministro Alexandre de Moraes contestou a acusação. Segundo ele, a discussão pública sobre o tema costuma misturar interesses econômicos e ideológicos. “O ativismo comercial precisa que se fale do ativismo judicial. É levantar algo que não existe”.
A decisão alvo das críticas ocorreu no início de outubro. A maioria do Tribunal entendeu que o modelo em 2014 já não é suficiente para garantir a proteção de direitos fundamentais no ambiente digital. Os ministros Dias Toffoli e Luiz Fux, relatores das ações, defenderam que o avanço tecnológico impõe novas responsabilidades às plataformas.

Senado aprova voto de censura contra chanceler alemão, que ficou feliz por deixar a COP30

Lula também se manifestou sobre a fala de Merz: "Berlim não oferece a ele 10% da qualidade que oferece Belém. Eu falava toda hora: ‘Come a maniçoba, pô’”

Loriane Comeli
Plenário do Senado | Foto: Jonas Pinheiro/Agência Senado

O Senado aprovou nesta terça-feira, 18, um voto de censura ao chanceler alemão, Friedrich Merz. O motivo foram declarações consideradas “preconceituosas e xenófobas” sobre Belém, cidade que sedia a COP30 da ONU. Merz, já na Alemanha, disse que ele e sua equipe ficaram felizes por voltar para casa.

A iniciativa partiu do senador Zequinha Marinho (Podemos-PA). Outros dois senadores — Randolfe Rodrigues (PT-AP) e Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Senado — apoiaram a iniciativa.

Para eles, as falas de Merz, transmitidas pelo YouTube e registradas no site oficial do governo da Alemanha, são desrespeitosas à população de Belém e à Amazônia. Zequinha Marinho afirmou que essas declarações vão além de infelizes e criticou a postura do chanceler, classificando-a como paternalista e superficial.

“Tais declarações são inaceitáveis, pois carregam conteúdo xenófobo e preconceituoso, desqualificando uma cidade brasileira que, além de sua importância histórica e cultural, é sede da maior conferência climática do planeta, justamente por estar localizada no coração da Amazônia, patrimônio ambiental mundial”, afirma Zequinha, no justificativa do voto de censura.

Ele prosseguiu: “Ao reduzir Belém a “aquele lugar”, o chanceler alemão demonstra desconhecimento e desrespeito à realidade amazônica e aos povos que nela vivem, reforçando estereótipos que alimentam um paternalismo histórico dos países ricos, que insistem em ditar regras e prioridades para o Sul Global sem ouvir suas vozes.”
Lula se manifestou sobre declaração de chanceler alemão: ‘Come maniçoba’

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também se manifestou sobre as declarações de Merz. Durante a inauguração de uma ponte entre Xambioá (TO) e São Geraldo do Araguaia (PA), o petista disse que o chanceler alemão deveria experimentar mais da cultura local.

Lula declarou: “O primeiro-ministro da Alemanha esses dias se queixou: ‘Fui no Pará e voltei logo porque gosto mesmo é de Berlim’. Ele, na verdade, deveria ter ido em um boteco no Pará. Deveria ter dançado no Pará. Deveria ter provado a culinária do Pará. Ele ia perceber que Berlim não oferece a ele 10% da qualidade que oferece o Estado do Pará e a cidade de Belém. Eu falava toda hora: ‘Come a maniçoba, pô’”.

A COP30 recebeu inúmeras críticas pela falta de estrutura e organização. Até mesmo a ONU cobrou providências sobre segurança, depois que manifestantes invadiram uma área restrita no último dia 11. Em carta, a ONU expressou “preocupações urgentes” e exigiu um plano de ação para corrigir o que chamou de “falhas graves de segurança e infraestrutura”.

Também houve falta de água e excesso de calor devido ao mau funcionamento do sistema de ar condicionado.

STJ condena Grupo Globo a indenizar Gayer por danos morais

Justiça determina retirada de conteúdos que ligavam parlamentar a agressões contra enfermeiros

Luis Batistela
Durante o julgamento, o advogado do Grupo Globo, José Perdiz de Jesus, defendeu o conteúdo das reportagens | Foto: Divulgação/Câmara dos Deputados

A 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, por unanimidade, que o Grupo Globo deve pagar R$ 80 mil ao deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO). A decisão também obriga a empresa a retirar do ar reportagens que ligavam o parlamentar a agressões contra enfermeiros em Brasília.

As matérias foram veiculadas em maio de 2021 pelo portal g1 e exibidas na TV Globo, inclusive no Jornal Nacional. O conteúdo citava uma manifestação em homenagem a profissionais da saúde que teria terminado em violência. As reportagens afirmavam que Gayer, na época ainda fora da política, participou do episódio.

Gayer contestou o conteúdo e levou o caso ao STJ. O deputado argumenta que não esteve no local durante os acontecimentos e passou a receber acusações injustas nas redes sociais de agredir enfermeiros. Ele relatou ter sofrido danos psicológicos e prejuízos materiais com a exposição.

Antes disso, o Tribunal de Justiça (TJ) de Goiás havia negado o pedido de indenização. O TJ considerou que a emissora apenas exerceu sua função jornalística ao noticiar o caso. No recurso ao STJ, Gayer sustentou que a imprensa extrapolou seu dever de informar.

STJ ressalta falta de responsabilidade na divulgação das informações

Durante o julgamento, o advogado do Grupo Globo, José Perdiz de Jesus, defendeu o conteúdo das reportagens. Alegou, portanto, que o protesto era de interesse público e que os fatos noticiados estavam baseados em ações visíveis nas redes sociais.

A defesa ainda justificou que militantes ligados ao governo tentaram esvaziar a manifestação e iniciar outro protesto contra o Supremo Tribunal Federal. O STJ, no entanto, rejeitou os argumentos da emissora.

Nancy Andrighi, relatora do caso, afirmou que liberdade de imprensa não isenta veículos de comunicação do dever de cuidado. Segundo ela, a Globo não apresentou provas mínimas que justificassem a inclusão de Gayer na reportagem.

Nancy também mencionou um acordo assinado pelo Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal. No documento, a entidade reconheceu que o deputado não teve envolvimento com os ataques registrados durante o ato.

BRASIL 1 X 1 TUNÍSIA | MELHORES MOMENTOS | AMISTOSO INTERNACIONAL


 

Projeto na Câmara de Salvador pode multar bar que não tiver placa com informação sobre couvert artístico

Por Bianca Andrade / Paulo Dourado
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Um projeto de lei foi apresentado na Câmara Municipal de Salvador pode multar restaurantes e outros estabelecimentos por cobrança indevida de couvert artístico.

Na proposta apresentada à Câmara no dia 17 de novembro, foi sugerido que os estabelecimentos fixem em locais visíveis e de fácil acesso ao público a informação contendo o valor do couvert artístico.

O descumprimento da lei, caso seja aprovada pela Câmara, pode acarretar em uma advertência por escrito, uma multa de até R$ 5 mil em caso de reincidência e a suspensão temporária do alvará de funcionamento.

"O pagamento do couvert artístico é opcional, cabendo ao consumidor decidir se deseja permanecer no ambiente e usufruir da apresentação, conforme previsto no Código de Defesa do Consumidor", afirma a proposta.

De acordo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC), é um direito básico do cliente que esteja exposto de forma clara: "a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem".

A proposta indica a forma de sinalização que deve ser feita pelo estabelecimento que deseja cobrar couvert artístico:

I – Ser fixadas na entrada e interior do estabelecimento, em locais de destaque;
II – Conter letras legíveis, com tamanho mínimo de 3cm de altura;
III – Estar redigidas em linguagem clara e objetiva.

Para a advogada especialista em Direito do Consumidor, Betânia Miguel Teixeira Cavalcante, o projeto deixa claro que o couvert artístico não é obrigatório. Segundo ela, a proposta apenas legitima e organiza uma prática que já acontece nos bares e restaurantes.

“O couvert artístico não é obrigatório ao consumidor, e o Projeto de Lei confirma essa natureza opcional. Entretanto, é importante ressaltar que a nova regulamentação não proíbe nem restringe a cobrança do couvert artístico pelos estabelecimentos. Ao contrário, o PL é legítimo e organiza essa prática tradicional nos bares e restaurantes da cidade. A exigência de placas informativas e transparência nos cardápios protege tanto o consumidor quanto o estabelecimento, reduzindo conflitos e garantindo previsibilidade na relação de consumo”, contou ela.

A especialista reforça que o ponto central da proposta é garantir transparência, permitindo que o cliente saiba com antecedência que será cobrado pela taxa, no caso, pela apresentação musical, e possa decidir se quer permanecer no local ou não.

“O principal direito previsto no projeto de lei é o direito à informação, assegurando que o consumidor tenha acesso claro e prévio ao valor do couvert artístico. A cobrança deve aparecer de forma destacada no cardápio e na nota fiscal. Para os estabelecimentos, isso representa uma segurança jurídica importante: ao optar por permanecer no ambiente onde há apresentação musical e onde os valores estão claramente expostos, o consumidor concorda com as condições oferecidas pelo local. Essa transparência evita mal-entendidos, diminui questionamentos no fechamento da conta e contribui para uma relação mais harmoniosa entre cliente e restaurante”, pontuou a advogada.

Além disso, Betânia explica que a regulamentação também protege os músicos que se apresentam nos locais que cobram o couvert, evitando conflitos ou recusas de pagamento por parte do cliente, já que o valor segue diretamente para o artista.

“A regulamentação reforça a clareza das informações e a previsibilidade da cobrança, fatores que beneficiam também os artistas. Quando as regras são transparentes, reduz-se o risco de recusas ou reclamações sobre o pagamento do couvert artístico, o que protege a remuneração dos músicos. Com isso, os restaurantes podem manter programações musicais de qualidade e estabelecer acordos estáveis com os artistas que se apresentam. Além disso, o projeto de lei não interfere nas negociações privadas entre estabelecimentos e artistas, permitindo diversos modelos de contratação, como cachê fixo, percentuais do couvert ou arranjos híbridos”, declarou.

Em 2024, a Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 117/2023, que estabelece regras para o repasse do couvert a artistas que se apresentam em estabelecimentos comerciais.

A proposta, apresentada pelo deputado Rubens Otoni (PT-GO), indicava que o valor do couvert deveria ser totalmente repassado ao artista contratado pelo estabelecimento, além de obrigar os estabelecimentos a apresentarem um relatório de presença de público e pagantes.

"A remuneração de artistas de diversas matizes, principalmente cantores, mediante cobrança direta do consumidor final e repasse de couvert artístico ao artista é praxe no Brasil. Contudo, a classe artística tem reclamado dificuldades com esta forma de remuneração, inúmeras são as dificuldades apresentadas, sendo as mais comuns, retenção dos valores cobrados a título de couvert artístico, inviabilização de fiscalização por colaborador indicado pelo artista, falta de transparência por parte das casas e dificuldades no recebimento."

Atualmente, a PL 117/2023 aguarda a designação de relator(a) na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC).

Jô é preso novamente por dívida de pensão no Rio; detenção é a quarta do ex-atacante

Foto: João Normando/Amazonas FC

O ex-atacante Jô, voltou a ser detido por dívida de pensão alimentícia. A prisão ocorreu nesta terça-feira (18), no Rio de Janeiro, após o cumprimento de uma ordem judicial, marcando a quarta vez em que o ex-jogador é levado às autoridades pelo mesmo motivo. Duas foram neste ano, e as outras em 2024.

Em 2024, Jô foi detido duas vezes: a primeira em maio, em Campinas, antes de uma partida pelo Amazonas FC; e a segunda em dezembro, em Contagem (MG), quando defendia o Itabirito Futebol Clube. Já em 2025, o ex-atacante voltou a ser detido em junho pelo mesmo motivo, e agora novamente, nesta terça-feira.

No caso registrado em Minas Gerais, Jô chegou a ser encaminhado ao Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp), sendo liberado após quitar o débito. À época, seus advogados alegaram que a prisão foi motivada por uma falha de comunicação entre os Tribunais de Justiça da Bahia e de Minas Gerais, que teria sido corrigida posteriormente com a emissão de novo alvará de soltura.

Sem clube no momento, Jô acumulou uma carreira marcada por destaque no Corinthians, clube onde foi formado, e no Atlético-MG, vivendo alguns de seus melhores momentos, conquistando a Libertadores ao lado de nomes como Ronaldinho e Diego Tardelli. No exterior, construiu passagens relevantes por CSKA Moscou, Manchester City, Everton e Galatasaray. Neste ano, o atacante teve sua última experiência profissional pelo Itabirito, no Campeonato Mineiro, disputando seis partidas sem balançar as redes.

Tarcísio assume linha de frente para salvar Bolsonaro da prisão

Ex-presidente foi condenado por tentativa de golpe de Estado

Por Cássio Moreira
Tarcísio vira peça fundamental para salvar Bolsonaro - Foto: Nelson Almeida | AFP

Principal nome na bolsa de apostas para concorrer ao Palácio do Planalto em 2026, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), assumiu a linha de frente das articulações para evitar a ida do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para a penitenciária da Papuda.

A informação é do jornal Folha de S. Paulo. De acordo com a publicação, Tarcísio se tornou o principal articulador junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) após ceder às pressões dos bolsonaristas, que cobravam uma defesa contundente por parte do governador.

Ainda de acordo com a publicação, Tarcísio tem dito que prefere atuar nos bastidores. Recentemente, o político esteve com o ministro Alexandre de Moraes, do STF, meses depois dos ataques proferidos por ele ao magistrado, durante manifestações pró-anistia.

Tarcísio será candidato em 2026?

Apurações recentes do Portal A TARDE apontam que Tarcísio de Freitas estuda a possibilidade de ser candidato à presidência da República em 2026, com o aval de Jair Bolsonaro, inelegível até 2030.

A estratégia, segundo um ex-ministro de Bolsonaro, é 'segurar' o anúncio até o início de 2026, para que o ex-presidente não fique 'abandonado'.
Bolsonaro será preso?

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi condenado pelos crimes apontados dentro da articulação que previa a execução de um golpe de Estado logo após o resultado das eleições de 2022.

Nos bastidores, aliados de Bolsonaro temem que o ex-presidente da República seja levado para o presídio da Papuda, que chegou a ser visitado por integrantes da 'tropa de choque' nos últimos dias.

Qual o melhor exercício após os 60? Harvard aponta opção mais eficaz

Especialistas apontam que preservar massa muscular é decisivo no envelhecimento

Por Isabela Cardoso
Especialistas de Harvard deixam claro que o melhor exercício a partir de 60 anos não é a caminhada - Foto: iStock

A busca por hábitos saudáveis cresce entre pessoas que passaram anos no sedentarismo e agora querem mudar a rotina. A caminhada costuma ser o primeiro passo por ser simples, gratuita e de baixa intensidade. Feita com postura correta e ritmo constante, ela melhora a flexibilidade, auxilia no controle do peso, reduz riscos de diabetes e osteoartrite e contribui para o sono e o bem-estar.

Apesar dos benefícios, especialistas apontam que a caminhada deixa de ser o exercício mais eficiente após os 60 anos. Pesquisadores de instituições como Harvard afirmam que o principal desafio nessa fase não é apenas manter o corpo ativo, mas preservar força e massa muscular, que caem naturalmente com o envelhecimento.

A perda de musculatura afeta diretamente o equilíbrio, aumenta o risco de quedas e dificulta tarefas simples do dia a dia, como subir escadas, levantar da cadeira e carregar sacolas. Entre mulheres, esse processo tende a ser ainda mais acelerado por causa das alterações hormonais da menopausa.

Força como pilar da autonomia na terceira idade

Evidências científicas reforçam essa perspectiva. Um estudo da Universidade de Copenhague, publicado no American Journal of Physiology, mostrou que exercícios de resistência ajudam a fortalecer as conexões entre nervos e músculos e preservam neurônios motores essenciais para a mobilidade.

Esse tipo de treinamento protege o corpo contra perdas funcionais e contribui para a autonomia física ao longo dos anos.

Treinar força não exige halteres pesados ou rotinas intensas de academia. Práticas simples, como o uso de faixas elásticas, pesos leves ou aparelhos guiados, já são suficientes para estimular os músculos e promover ganhos significativos.

Combinação é o caminho, mas prioridade muda

Especialistas destacam que o treino de força não substitui a caminhada, mas assume protagonismo quando o objetivo é envelhecer com mais independência. O ideal, afirmam, é combinar as duas práticas: caminhar para manter o sistema cardiovascular ativo e adotar exercícios resistidos para preservar músculos, equilíbrio e estabilidade.

Com a expectativa de vida aumentando, profissionais de saúde reforçam que o envelhecimento ativo envolve não apenas se manter em movimento, mas ter capacidade de conservar força muscular para realizar atividades básicas com segurança. Nesse cenário, o treino de força se torna o exercício mais indicado para pessoas acima dos 60 anos.

Após derrota na Câmara, governo prepara contra-ataque ao PL Antifacção

Ala governista não ficou satisfeita com texto aprovado pela Câmara dos de Deputados, na terça-feira, 18

Por Yuri Abreu
Governo prepata contra-ataque após aprovação da PL Antifacção - Foto: ARIF KARTONO /AFP

Após a derrota com a aprovação do PL Antifacção, na Câmara, que endurece as penas contra facções criminosas como PCC e CV, o governo Lula (PT) está preparando uma estratégia para o debate sobre o texto no Senado. Uma ala ligada ao Palácio do Planalto não ficou satisfeita com a decisão tomada pela maioria dos parlamentares, na terça-feira, 18.

A ideia agora é “recuperar o propósito original do governo” quando a matéria chegar na Câmara Alta. O relator, inclusive, já foi definido: será o senador Alessandro Vieira (MDB-SE). Ele foi escolhido por pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), por já relatar a CPI do Crime Organizado.

As principais queixas estão centradas em pelo menos três pontos:

Tipo penal - o governo não abre mão da tipificação penal de facções criminosas;
Melhorias no trecho que prevê a perda de bens de criminosos no curso do processo;
Ajustes nos fundos vinculados à segurança pública porque a divisão para os estados complicaria a lei atual
terça-feira, 18 de novembro de 2025

Moraes vota por absolvição de general acusado de apoiar plano golpista

Ministro Alexandre de Moraes afirma que provas são insuficientes para condenar o general acusado de planos golpistas |  Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes votou, nesta terça-feira (18), pela absolvição do general Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira. O militar é acusado de ter dado aval a planos golpistas e de incentivar o ex-presidente Jair Bolsonaro a assinar um decreto de ruptura institucional.

Em seu voto, Moraes afirmou que as provas apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) não são suficientes para sustentar uma condenação. Segundo ele, os elementos probatórios se restringem essencialmente a dois pontos, ambos produzidos pelo ex-ajudante de ordens Mauro Cid no âmbito do processo.

“Sabemos que, existindo dúvida razoável quanto à culpabilidade do réu, aqui, nesse momento, in dubio pro réu. Quanto ao réu, o meu voto é no sentido de absolvição por ausência de provas. Não por ausência de autoria ou inexistência de materialidade, e sim por ausência de provas”, afirmou Moraes.

O general é o primeiro réu relacionado à suposta trama golpista a ser absolvido por Moraes. Durante depoimento prestado em julho deste ano, ele negou ter tratado de qualquer tentativa de golpe e disse ter participado apenas de uma reunião com Bolsonaro a pedido do então comandante do Exército, general Freire Gomes.

“Ele [Bolsonaro] reclamou de problemas no processo eleitoral, reclamou até de algumas coisas dele próprio. Ele achava que podia ter agido diferente, que poderia ter minorado a sua veemência em algumas coisas”, declarou o general, que integra o núcleo 3 da investigação, conhecido como o grupo dos “kids pretos”.

EUA confirmam chegada do maior porta-aviões do mundo ao Caribe

O reforço amplia a presença militar norte-americana na região

Redação Oeste
De acordo com a Marinha dos Estados Unidos, a medida integra o plano do governo Donald Trump para combater redes criminosas | Foto: Reprodução/Facebook/USS Gerald R. Ford

O USS Gerald R. Ford, reconhecido como o maior porta-aviões do mundo, já navega pelo Caribe, conforme confirmação das autoridades dos Estados Unidos. O reforço amplia a presença militar norte-americana na região.

De acordo com a Marinha dos EUA, a medida integra o plano do governo Donald Trump para combater redes criminosas que atuam no entorno caribenho. O Comando Sul dos EUA, chefiado pelo almirante Alvin Holsey, supervisiona as operações no território latino-americano.

Grupo de ataque de porta-aviões Gerald R. Ford opera com os aliados da Marinha Francesa e da Marinha Real Dinamarquesa no Mar do Norte durante uma atividade de vigilância reforçada da Otan em setembro de 2025 | Foto: Reprodução/Facebook/USS Gerald R. FordNavio da classe Gerald R. Ford atracando na Estação Naval de Norfolk, na Virgínia, em janeiro de 2024 | Foto: Reprodução/Facebook/USS Gerald R. Ford

“Por meio de um compromisso inabalável e do uso preciso de nossas forças, estamos prontos para combater as ameaças transnacionais que buscam desestabilizar nossa região”, afirmou Holsey, conforme noticiou a CNN Brasil.
Porta-aviões dos Estados Unidos conta com forte armamento

A frota também conta com os destróieres USS Bainbridge e USS Mahan, ambos equipados com mísseis guiados, além do navio de comando USS Winston S. Churchill, especializado em defesa aérea e anti-míssil.

O porta-aviões tem capacidade para mais de 4 mil marinheiros e pode transportar até 75 aeronaves: caças F/A-18 Super Hornet e aviões de vigilância E-2 Hawkeye.

A movimentação dos navios e as recentes ações contra o tráfico de drogas no mar caribenho aumentaram temores sobre uma possível ofensiva direta dos EUA contra a Venezuela.

Motorista diz não se lembrar de bomba falsa

Investigado como tentativa de roubo, caso segue sob mistério

Fábio Bouéri
O motorista Dener dos Santos e o momento do resgate | Foto: Montagem sobre reprodução/Twitter/X

O motorista Dener Laurito dos Santos, de 52 anos, afirma que não se recorda do momento em que supostos criminosos colocaram junto a suas pernas uma bomba falsa. O caso ocorreu na última quarta-feira, 12, no Rodoanel, na região da Grande São Paulo.

O caminhoneiro parou o veículo no meio da rodovia, onde permaneceu amarrado dentro da cabine por quase cinco horas. A rodovia travou por toda a manhã até a remoção do veículo, pouco depois das 10h.

Motorista diz que inalou gás

Em entrevista ao programa Domingo Espetacular, da TV Record, neste domingo, 16, o motorista disse que estava na parte de trás da cabine, onde há uma cama de descanso. Segundo ele, a cortina fechada impedia qualquer visão. “Só escutava barulho. Depois, não ouvi mais nada”, relatou.

O caminhão foi abandonado no km 45. A polícia conduz as investigações como tentativa de roubo. Dener afirmou que inalou um gás durante a ação. “Eu chorava, tossia, não conseguia falar”. Ele retornava do Peru desde 5 de novembro, depois de entregar uma carga de explosivos. A viagem havia começado em 12 de outubro, em Quatro Barras (PR).

Segundo o delegado Márcio Fruet, da Delegacia de Taboão da Serra, os investigadores tentam reconstituir o trajeto para identificar o momento da abordagem e os veículos que eventualmente se envolveram na operação. A versão de Dener indica que uma caminhonete levantou a caçamba e arremessou uma pedra contra o para-brisa do caminhão, obrigando-o a parar no acostamento.

Ao ser resgatado pela Polícia Militar, ele estava com uma das mãos livres. De acordo com o delegado, outros caminhoneiros que passavam pelo local conseguiram desamarrar parte das amarras durante a madrugada. A polícia quer saber se ele foi atacado por quadrilhas de roubo de carga que atuam na região.

O motorista contou que ao menos três homens entraram na cabine e o dominaram. Um deles assumiu o volante e ordenou que ele ligasse para a empresa. Dener disse ter sinalizado o sequestro ao funcionário que atendeu, o que provocou as agressões. “Tomei um chute na costela, no joelho. Pisaram no meu pé e torceram meu braço”.

Ele fez o teste do bafômetro, que deu negativo. “Perguntaram se tinha tomado álcool, rebite, drogas. Nem beber eu bebo”, disse o motorista. Segundo seu relato, os criminosos comentaram que usariam o caminhão para transportar armas, entre elas fuzis e espingardas. Também falaram em sequestrar outro funcionário e pedir resgate. Depois, teriam desistido e fugido.

Otan afunda navio na Noruega em exercício de intimidação

Aliança divulga imagens para mostrar poder bélico em meio a tensões com a Rússia

Fábio Bouéri
Otan divulga imagem do momento em que fragata dinamarquesa é atingida por torpedo no mar da Noruega | Foto: Reprodução/Twitter/X

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) divulgou neste sábado, 15, imagens de uma manobra militar no mar da Noruega. O material mostra o momento em que uma fragata dinamarquesa, fora de operação, afunda depois de um torpedo romper principalmente o seu casco.

A arma partiu de um dos submarinos participantes do treinamento. O exercício faz parte de uma estratégia que busca reforçar a capacidade ofensiva e testar a prontidão das forças navais da aliança.

Otan amplia exercícios militares

Segundo o comando aliado da Otan em Norfolk, o objetivo é, desse modo, “verificar e demonstrar o poder de ataque que a arma e o submarino representam”. A divulgação ocorre em um momento de alta tensão entre a Rússia e os países europeus, com acusações mútuas e declarações públicas cada vez mais agressivas.

A Otan intensificou suas ações no Norte da Europa nas últimas semanas. A aliança considera a região estratégica e sensível diante sobretudo das constantes disputas com Moscou. O treinamento simula cenários reais de combate e avalia o desempenho de submarinos em ataques de precisão.

Há cerca de um mês, a organização acusou a Rússia de enviar drones para o espaço aéreo de países europeus. A denúncia aumentou as tensões diplomáticas e levou governos da região a reforçar sistemas de vigilância. Em resposta, autoridades russas afirmaram que os relatos tinham “viés político” e buscavam justificar um aumento da presença militar ocidental.

No dia 2 de outubro, Vladimir Putin reagiu às críticas. Em tom irônico, declarou: “Não vou mais mandar drones para a Dinamarca, prometo”. O presidente russo afirmou ainda que seu país enfrenta “quase toda a Otan” e acusou os líderes europeus de alimentar o que chamou de “histeria” sobre uma guerra iminente.

Exército prepara salas para eventual prisão dos generais Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira

Decisão é do comandante da Força, general Tomás Paiva

Edilson Salgueiro


O STF fixou penas severas: 21 anos de prisão para Heleno e 19 anos para Paulo Sérgio, ambas em regime inicial fechado | Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil/Alan Santos/Presidência da República

O Comando Militar do Planalto (CMP) mobilizou a estrutura do Centro de Operações (COP) para receber uma eventual ordem de prisão contra dois dos generais de quatro estrelas mais conhecidos do país: Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa e ex-comandante do Exército, e Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o governo Jair Bolsonaro (PL). A determinação é do comandante do Exército, general Tomás Paiva, segundo apurou Oeste.

Sob condição de anonimato, militares relataram que duas salas distintas foram preparadas dentro do COP para acomodar os generais. Essa movimentação segue um trâmite comum na caserna: nenhuma operação ou detenção que envolva militares, especialmente oficiais-generais, ocorre sem o prévio conhecimento do comandante da respectiva Força Armada. A preparação das salas não significa que as prisões ocorrerão, mas sugere que o Exército decidiu cumprir os protocolos internos.

Apesar de discreta, a mobilização é tratada internamente como um dos movimentos mais sensíveis dos últimos anos, dada a patente dos envolvidos e o impacto político de qualquer medida dessa natureza.

Oeste procurou o Comando Militar do Planalto, mas não recebeu resposta até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto.
Lula e Tomás Paiva, nomeado pelo presidente como comandante do Exército: militar teria sido informante do então candidato petista | Foto: Ricardo Stuckert/PR

O julgamento do general Augusto Heleno e do general Paulo Sérgio Nogueira

Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira foram julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no mesmo conjunto de ações que analisou a participação de autoridades militares e civis na suposta tentativa de subverter o resultado das eleições de 2022. Ao fim das sessões, a Corte considerou que ambos atuaram para validar teses “infundadas” de fraude eleitoral e para sustentar planos que supostamente visavam a impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O STF fixou penas severas: 21 anos de prisão para Heleno e 19 anos para Paulo Sérgio, ambas em regime inicial fechado. Os ministros destacaram que os dois, em virtude da posição de comando que ocupavam, tinham responsabilidade especial em preservar a ordem constitucional, e não em aderir a supostas iniciativas “golpistas”.

O que é o Comando Militar do Planalto

O CMP é uma das oito regiões militares responsáveis pela estrutura territorial do Exército. Com sede em Brasília, o CMP tem a missão de proteger a área mais sensível do país: o Distrito Federal e os arredores. É esse comando que responde pela segurança das sedes dos Três Poderes, além de embaixadas, ministérios e diversas estruturas do governo federal.

O CMP também controla tropas de reação rápida, como o Batalhão da Guarda Presidencial, o Regimento de Cavalaria de Guardas e o Batalhão de Polícia do Exército — unidades treinadas para atuar em situações de crise, distúrbios civis e operações especiais. Por esse motivo, qualquer movimentação que envolva autoridades de alta patente, operações delicadas ou medidas de segurança institucional passa necessariamente por sua estrutura.

O que é o COP

O Centro de Operações é uma sala de comando, monitoramento e coordenação, equipada com sistemas de comunicação segura, mapas e telas de acompanhamento em tempo real. Sua função é permitir que o comando do Exército coordene operações e gerencie crises.

É importante ressaltar: o COP não é um local de encarceramento. Apesar disso, em situações excepcionais — principalmente nos casos que envolvem oficiais do mais alto escalão — o COP pode ser preparado como ponto de recepção ou custódia inicial, por minutos ou algumas horas, até que o comando defina o destino do militar detido. O ambiente é escolhido pela segurança, pelo controle e pela discrição.

'Sei que cresci', diz Cláudio Castro, sobre operação policial no Rio

Governador, que ainda corre o risco de ser cassado pelo TSE, afirma que depois do Carnaval vai tomar a decisão sobre os próximos passos na política

Eugenio Goussinsky

Cláudio Castro pode se candidatar ao Senado | Foto: Flávio Mello/Conib

A operação policial nos complexos do Alemão e da Penha, em 28 de outubro, aumentou o cacife político do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), de 46 anos. Esta constatação foi feita por ele mesmo, dias depois que agentes ingressaram nos locais com mandados de prisão, para combater o narcoterrorismo.

“Sei que cresci politicamente”, afirmou o governador, dias depois da operação. Ele demonstrou que, neste momento, se sente mais confortável para analisar seu futuro político. Há chance de ele se candidatar a senador nas próximas eleições e apoiar o até então oposicionista Eduardo Paes (PSD-RJ), atual prefeito do Rio, para governador.

“Essa decisão deverá vir depois do Carnaval, tanto sobre o meu sucessor, quanto sobre minha vida política; a gente vai esperar realmente as festas de fim de ano, entender esse movimento, entender esse crescimento, o que é que é crescimento, qual foi o meu crescimento real, para aí poder pensar em algum projeto.”

Ele não descarta também tentar a reeleição.

“A gente não vai ficar diminuindo o tamanho que ganhei com isso [operação policial], mas vai trabalhar com humildade, com os pés no chão”, ressaltou o governador. “Veremos o que o povo vai precisar, o que o meu campo político vai precisar, o meu partido vai precisar, em relação a mim. Também sou uma pessoa flexível. Teremos agora um tempo para definir.”

A ação das forças de seguranças do Rio ocorreu ao mesmo tempo em que o governador corre risco de perder o mandato, em processo contra ele no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por suposto abuso de poder político e econômico nas eleições de 2022.

Ele também chegou a ser investigado pela Polícia Federal (PF) sob acusação de corrupção e peculato, relativa aos tempos em que foi vereador e vice-governador. O ministro Raul Araújo, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), porém, ordenou que o inquérito fosse arquivado. Castro e sua defesa alegaram perseguição política nas acusações.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça também determinou o trancamento do inquérito, acolhendo argumento da defesa de que um depoimento contrário a ele foi feito antes de Castro assumir o cargo de governador.

Nesta nova etapa, uma característica na vida política de Castro parece se repetir. Sua ascensão sempre ocorreu sem um planejamento de longo prazo. Foi muito mais consequência de uma sucessão de fatos. Com uma dose de sorte e oportunidade.

Cláudio Castro na política

Quando Castro era criança, em Santos (SP), onde nasceu, em 29 de março de 1979, dedicava-se à música. Cresceu ligado à comunidade católica e começou sua atividade musical em paróquias. Participou de bandas e de atividades da Renovação Carismática e da Paróquia São Francisco de Paula, até se mudar para o Rio de Janeiro, ainda na infância.

Na Cidade Maravilhosa, que ele administra com a consciência de que é também perigosa, ele se formou em Direito em 2005 pelo Centro Universitário da Cidade do Rio de Janeiro (UniverCidade).

O governador porém, já havia entrado para a política, quando, em 2004 começou a trabalhar como chefe de gabinete do então vereador Márcio Pacheco. Em seguida, tornou-se chefe de gabinete na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), onde permaneceu por cerca de 12 anos, até se eleger vereador, em 2016. Teve, nesse período, experiência como assessor especial na Câmara dos Deputados (Brasília), em 2013.

Os anos de experiência na política fluminense o levaram a ser escolhido como vice-governador na chapa de Wilson Witzel, eleito em 2018. Acusado de corrupção, Witzel foi afastado e depois sofreu impeachment. Em 2021, Castro, então no Partido Social Cristão (PSC), tomou posse como governador e se reelegeu em 2022.

Todos os antecessores mais recentes de Castro no governo perderam seus cargos e foram presos. A instabilidade política do Estado foi determinante para o crescimento do narcotráfico, que levou à operação do último dia 28 no Alemão e na Penha.

Depois da ação, Castro manteve contatos com o governo federal e tem trabalhado em todas as vertentes legislativas para combater o narcotráfico: a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado, o Projeto de Lei Antifacção e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública.

“Queremos reunir mais os governadores, sobretudo os que pensam parecido do campo da direita, para que possamos juntos tentar achar essas soluções que o Brasil tanto espera de nós”, disse o governador.

“Conversei com o deputado Hugo Mota [Republicanos, presidente da Câmara dos Deputados], sobre a ideia de que os governadores desses Estados participem da discussão da PEC, desse novo projeto antifacção. Podemos colocá-los [os deputados] muito dentro da realidade, sobretudo dentro da realidade dos Estados que mais têm esse problema de segurança pública.”

Durante a incursão da polícia, 121 pessoas morreram, quatro delas policiais. Cerca de cem pessoas foram presas. Mesmo com o processo do TSE, Castro diz que ganhou força. No momento, é o único governador do Rio que, nos últimos dez anos, não foi destituído. Nem preso. Até agora, ele só mandou prender.

Gasto do governo já ultrapassa R$ 787 milhões com a COP30

Previsão total é de mais de R$ 1 bi ao evento, que enfrenta falhas na infraestrutura e críticas da ONU

Lucas Cheiddi
Lideres posam para a foto de familia durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas COP 30, em Belem (07/11/2025) | Foto de Aline Massuca/COP30

Com a COP30, em Belém, que ocorre até o final desta semana, o governo federal já utilizou R$ 787,2 milhões dos recursos previstos para a realização da conferência. O valor total destinado ao evento ultrapassa R$ 1 bilhão, de acordo com informações do Portal da Transparência, de modo a superar em 20% o montante anunciado anteriormente ao Congresso Nacional.

O primeiro orçamento, informado em julho pelos ministros Mauro Vieira, das Relações Exteriores, e Rui Costa, da Casa Civil, destinava R$ 859,3 milhões dentro da Presidência. Contudo, despesas de outros órgãos, como EBC, Polícia Federal, PRF, Aeronáutica, Marinha e Exército, também integram os custos. Já foram empenhados R$ 877,2 milhões na fase de autorização para pagamentos vinculados à organização do evento.

Contratos, repasses e execução orçamentária da COP30

04.11.2025 – Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante entrevista coletiva de imprensa com jornalistas estrangeiros, na Base Naval de Val de Cães, em Belém (PA), sede da COP30 | Foto: Ricardo Stuckert/PR

Uma parte significativa dos recursos foi repassada à Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI), entidade contratada, sem licitação, pelo governo federal para montar a estrutura das Zonas Azul e Verde da COP30. O convênio com o órgão alcança R$ 480 milhões, dos quais R$ 324,6 milhões já foram transferidos. Já o contrato com a DMDL, empresa encarregada das instalações da Zona Azul, soma R$ 182,6 milhões, com R$ 112,9 milhões já executados. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

No decorrer da conferência, iniciada no dia 10 deste mês, participantes relataram problemas como calor intenso, falta de água nos banheiros, ausência de itens básicos como sabonete e papel toalha, além de goteiras em vários pontos das estruturas temporárias. A ONU enviou carta ao governo brasileiro em que cobrou melhorias na infraestrutura oferecida.

As exigências técnicas para a Zona Azul previam banheiros equipados com fechaduras, álcool em gel e sabonete, cobertura de lona impermeável, tendas de alta resistência e sistema de climatização eficiente. Apesar disso, falhas estruturais ocorreram em mais de um dia do evento, segundo dados públicos e relatos de participantes.

COMPARTILHE