RADIO WEB JUAZEIRO



sábado, 13 de dezembro de 2025

NOTA DE PESAR


P𝐚́𝐬𝐜𝐨𝐚 𝐃𝐞𝐟𝐢𝐧𝐢𝐭𝐢𝐯𝐚 𝐝𝐨 𝐏𝐞. 𝐉𝐨𝐬𝐞́ 𝐃𝐚𝐧𝐢𝐞𝐥 𝐏𝐨𝐭𝐭𝐞𝐫

𝑃𝑎𝑑𝑟𝑒 𝐷𝑒𝑐𝑎𝑛𝑜 𝑑𝑎 𝐷𝑖𝑜𝑐𝑒𝑠𝑒 𝑑𝑒 𝐽𝑢𝑎𝑧𝑒𝑖𝑟𝑜

Hoje, sob o olhar materno de Nossa Senhora de Guadalupe, a Diocese de Juazeiro despede-se, com profunda dor mas também com firme esperança, do nosso querido Pe. José Daniel Potter, missionário norte-americano, que partiu para a Páscoa Definitiva aos 97 anos de vida, após 71 anos de sacerdócio.

Sacerdote simples, fiel, dedicado e profundamente amado por nossas comunidades, Pe. Potter entregou toda a sua existência ao serviço do Evangelho no meio do nosso povo. Seu testemunho permanecerá vivo na memória e no coração do Povo de Deus.

Que a Mãe de Guadalupe o acolha em seu colo e que Cristo Ressuscitado seja sua eterna recompensa.

Unimo-nos em oração por sua alma e por todos os seus familiares, amigos, paroquianos e irmãos na fé.

“𝐸𝑢 𝑠𝑜𝑢 𝑎 𝑟𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑟𝑒𝑖𝑐̧𝑎̃𝑜 𝑒 𝑎 𝑣𝑖𝑑𝑎; 𝑞𝑢𝑒𝑚 𝑐𝑟𝑒̂ 𝑒𝑚 𝑚𝑖𝑚, 𝑚𝑒𝑠𝑚𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑚𝑜𝑟𝑟𝑎, 𝑣𝑖𝑣𝑒𝑟𝑎́.” (Jo 11,25)

𝗣𝗔𝗦𝗖𝗢𝗠 𝗡𝗦𝗚
sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

Carlos Bolsonaro divulga vídeo inédito do pai soluçando sem parar: "Vai morrer"

Carlos alega que existem momentos piores do que os que aparecem no vídeo |  Reprodução - Publicado em 12/12/2025, às 11h11

O ex-vereador do Rio Carlos Bolsonaro publicou nesta sexta-feira (12) um vídeo mostrando o estado de saúde do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que ele considera "muito grave".

No post, ele explica que hesitou em divulgar as imagens, mas achou que não dava mais para esconder.

“É doloroso demais encarar aquilo que meus próprios olhos veem diariamente quando estou com ele”, escreveu.

Ele conta que o pai tem refluxo constante, dificuldade para se mexer e risco frequente de broncoaspiração (quando o alimento ou líquido do estômago vai para o pulmão).

“Ele precisa de cuidados especiais 24 horas por dia, e sua condição só piora”, afirma.

Carlos alega que existem momentos piores do que os que aparecem no vídeo e que há “risco real e imediato” para a vida do ex-presidente.

Para ele, sem acompanhamento médico adequado , pode acontecer uma “tragédia anunciada”.
Eu não pretendia tornar público um vídeo que expõe meu pai em mais uma situação terrível como os reflexos da facada que levou de antigo integrante do PSOL - o fato exposto registrado antes da sua prisão arbitrária se faz necessário e me dilacera de forma que não sei explicar - porque é doloroso demais encarar aquilo que meus próprios olhos veem diariamente, quando estou com ele. Mas a realidade é impossível de ignorar.

Ele precisa de cuidados especiais 24 horas por dia, e sua condição só piora. Existem episódios muito mais graves do que os que aparecem nesse vídeo, e eles representam risco real e imediato à sua vida.

Se ele broncoaspirar por causa do refluxo constante, ele pode vai morrer com a crescente pressão sofrida paulatinamente nos últimos tempos. Sem cuidados médicos contínuos, acompanhamento ininterrupto e ambiente adequado, estamos diante de uma tragédia anunciada.

Flávio Bolsonaro aparece à frente de Lula

Senador ultrapassa petista em cenário de segundo turno para o Planalto

Edilson Salgueiro
Fábio Bouéri

O senador Flávio Bolsonaro e o presidente Lula da Silva: novo cenário para 2026 | Foto: Montagem sobre reprodução/Oeste

A 11ª Pesquisa Gerp, realizada entre 6 e 10 de dezembro, registra a primeira virada numérica de Flávio Bolsonaro (PL) sobre o presidente Lula da Silva em um cenário de segundo turno. O movimento, ocorrido poucos dias depois de Jair Bolsonaro anunciar oficialmente o nome do filho para a disputa presidencial de 2026, reposiciona o senador como protagonista da corrida ao Palácio do Planalto.

O impacto da chancela do ex-presidente foi imediato. O índice de conhecimento de Flávio, conforme o estudo, saltou de 73% para 80%, um avanço considerado expressivo para esta etapa da pré-campanha, na visão dos analistas. Pesquisadores revelam que a mudança indica a transição de um nome especulativo para um candidato percebido como competitivo.

Flávio avança no critério ‘lembrança’

A evolução também se refletiu na lembrança espontânea na intenção de voto. Flávio Bolsonaro saiu de 0% para 7% nesse quesito, aparecendo atrás apenas de Lula (26%) e Jair Bolsonaro (12%). Para analistas, trata-se de um sinal precoce de consolidação de identidade eleitoral, sobretudo porque o senador nem sequer figurava em menções naturais do eleitorado até a oficialização.

No cenário estimulado de primeiro turno, Flávio cresceu de 17% para 25%, reduzindo a distância para Lula, que aparece com 34%. Ele também se descola dos demais nomes do campo conservador, como Ratinho Jr (8%), Ciro Gomes (7%), Ronaldo Caiado (6%), Romeu Zema (4%) e Pablo Marçal (4%).

O dado mais simbólico, porém, está na simulação de segundo turno. Flávio Bolsonaro agora aparece com 42%, 1 ponto porcentual à frente de Lula, que marca 41%. Embora haja empate técnico, esta é a primeira vez, na série histórica da Gerp, que um dos filhos de Bolsonaro supera numericamente o petista. Na visão técnica, a movimentação reforça o efeito de unificação do eleitorado conservador, que antes estaria pulverizado entre diferentes possíveis candidatos.

Do lado governista, a pesquisa acende sinais de alerta. A avaliação negativa do governo Lula subiu de 49% para 51% de ruim/péssimo. Desse modo, demonstram as estatísticas, o presidente registra oscilações para baixo em praticamente todas as simulações. Pesquisadores destacam que segmentos antes estáveis desde 2022 mostram maior volatilidade diante da entrada de um candidato competitivo e com forte absorção de capital político.
Um novo rival para Lula

O instituto avalia que o novo levantamento inaugura um ciclo de maior competitividade e imprevisibilidade na disputa de 2026. Com crescimento acelerado e visibilidade ampliada, Flávio Bolsonaro passa a ocupar o espaço de principal concorrente de Lula. Da mesma forma, consolida principalmente a sua posição como líder do campo conservador.

Por meio do sistema de entrevista telefônica assistida por computador, a pesquisa coletou dados junto a 2 mil pessoas em todo o país. A margem de erro é de 2,24 pontos porcentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95,5%. Os resultados foram ponderados por sexo, idade, renda e região.

Michelle Bolsonaro reage à decisão de Moraes contra Zambelli: ‘Congresso está de joelhos’

Deputada deixou o Brasil depois de o STF condená-la a mais de 10 anos de prisão

Luis Batistela

Michelle Bolsonaro afirmou que o Congresso ‘está de joelhos diante de tanta arbitrariedade’ | Foto: Reprodução/Twitter/X

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de cassar o mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP) provocou forte reação entre parlamentares e apoiadores de Jair Bolsonaro.

Moraes determinou a anulação da deliberação da Câmara dos Deputados que havia rejeitado a cassação da parlamentar. No lugar de Zambelli, o ministro mandou empossar o suplente Adilson Barroso (PL-SP), no prazo máximo de 48 horas.

O magistrado argumentou que a decisão dos deputados violou a Constituição. Com isso, passou por cima de um julgamento do Legislativo e impôs nova reviravolta no caso da deputada.

Zambelli permanece presa na Itália. A deputada deixou o Brasil depois de o STF condená-la a dez anos de prisão por invadir, segundo a Corte, o sistema do Conselho Nacional de Justiça.

Oposição reage e ressalta abuso de autoridade

A atitude gerou críticas imediatas. Em suas redes sociais, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou que o Congresso “está de joelhos diante de tanta arbitrariedade”.

Dentro do Parlamento, a indignação cresceu. O líder do PL na Câmara, deputado Sostenes Cavalcante (PL-RJ), classificou Moraes como “ditador psicopata”. Segundo ele, a decisão representou um “abuso absoluto de poder” e ignorou a vontade soberana do povo.

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) também reagiu. Segundo ela, as ações do STF desfiguram o papel do Congresso.

“Eu espero que todos os meus colegas parlamentares agora entendam o que quero dizer quando eu denuncio que estamos vivendo uma ditadura do Judiciário”, afirmou Damares. “Ou a gente coloca as coisas no devido lugar imediatamente ou já podemos decretar o fim do Congresso Nacional.”

Moraes ainda solicitou ao ministro Flávio Dino, presidente da 1ª Turma do STF, a convocação de uma sessão virtual. O objetivo é submeter sua decisão ao colegiado. A reunião foi marcada para esta sexta-feira, das 11h às 18h.

STF analisa decisão de Moraes que cassou mandato de Zambelli

O julgamento ocorre em ambiente virtual, com registro de votos diretamente no sistema da Suprema Corte por ministros

Yasmin Alencar

Fachada do STF | Foto: Reprodução/STF

A análise da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira, 12, tem como foco a decisão do ministro Alexandre de Moraes que determinou a cassação do mandato da deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP). Moraes anulou a deliberação anterior da Câmara dos Deputados, que havia optado por manter a parlamentar em seu cargo.

O julgamento ocorre em ambiente virtual, com registro de votos diretamente no sistema do STF pelos ministros. O período para votação foi definido entre 11h e 18h, permitindo a manifestação dos integrantes do colegiado durante esse intervalo.

Decisão de Moraes e dinâmica do julgamento no STF

Alexandre de Moraes, relator da execução da pena de Zambelli, ordenou a saída imediata da deputada do cargo e fixou o prazo de até 48 horas para que o presidente da Câmara, Hugo Motta, dê posse ao suplente. Segundo o ministro, cabia à Câmara apenas declarar a perda do mandato, e não deliberar sobre a decisão judicial.

A decisão individual de Moraes já produz efeitos, mas foi submetida à 1ª Turma para referendo coletivo. Com isso, a medida, já em vigor, se transformará em decisão colegiada depois da confirmação do grupo de ministros.

Fundamentos constitucionais para perda de mandato

De acordo com a Constituição, parlamentares podem perder o mandato em diferentes situações: descumprimento de restrições constitucionais, quebra de decoro, condenação penal definitiva, excesso de faltas, perda ou suspensão de direitos políticos, ou decisão da Justiça Eleitoral por abuso de poder.

Os três primeiros casos — violação das restrições, quebra de decoro e condenação criminal — são geralmente discutidos em plenário. Já as situações de excesso de faltas, perda de direitos políticos ou decisão eleitoral têm declaração direta do comando da Casa Legislativa.

As divergências entre Câmara e Supremo ocorrem na interpretação dos casos concretos. Quando parlamentares são condenados em processos penais, a perda do mandato pode decorrer da sentença definitiva ou do excesso de faltas previsto na Constituição.

Mudança no comando militar dos EUA na Venezuela preocupa Brasil

Substituição do comandante do SouthCom nesta sexta-feira, 12, eleva temores sobre possível intervenção norte-americana na região

Lucas Cheiddi
Nos últimos meses, Trump amplia a pressão militar contra o narcotráfico na região | Foto: Reprodução/X/Marinha dos EUA

A troca no comando do SouthCom, divisão das Forças Armadas dos Estados Unidos (EUA) encarregada das operações no Caribe, na América Central e na América do Sul, ocorre nesta sexta-feira, 12, e levanta preocupações no governo brasileiro sobre possíveis ações militares norte-americanas na Venezuela.

O tenente-brigadeiro da Força Aérea Evan L. Pettus assume o posto de comandante no lugar do almirante Alvin Holsey, que deixa o cargo depois de apenas 13 meses, em uma mudança considerada incomum. Pettus é visto como alinhado ao presidente Donald Trump, ao contrário do antecessor, escolhido por Joe Biden e contrário a intervenções militares na região.

Preocupações brasileiras com possível ofensiva dos EUA

No Palácio do Planalto, no Itamaraty e nas Forças Armadas do Brasil, a avaliação predominante é que a chegada de Pettus torna mais provável uma ofensiva dos Estados Unidos contra a ditadura de Nicolás Maduro, na Venezuela. Entre as possibilidades discutidas está o uso de ataques pontuais para neutralizar radares antiaéreos venezuelanos, o que dificultaria qualquer resposta militar do país vizinho.

Há também expectativa de que os Estados Unidos possam recorrer a métodos semelhantes aos utilizados em junho deste ano no Irã, quando bombas de penetração massiva foram empregadas para atingir instalações estratégicas. No caso iraniano, os focos eram instalações nucleares, enquanto, na Venezuela, se especula sobre alvos militares ou de infraestrutura energética.

Diante desse cenário, o Brasil já se mobiliza para possíveis impactos, como o aumento da imigração pela fronteira de Roraima. Apesar dos relatórios recentes da Operação Acolhida indicarem estabilidade no fluxo de venezuelanos, há temor de que uma ação militar leve ao crescimento no número de refugiados, incluindo desertores e civis ligados ao regime de Maduro.

A preocupação no governo brasileiro é que eventuais consequências de um ataque norte-americano à Venezuela recaíam sobre países vizinhos, especialmente Brasil e Colômbia, que teriam de lidar com a crise humanitária e de segurança resultante do conflito.

Trump admite plano para operações

Navios de guerra, ameaças de Trump e o isolamento internacional de Maduro colocam a crise venezuelana em território desconhecido. | Foto: Montagem/Reprodução

O presidente Donald Trump declarou, nesta quinta-feira, 11, que os Estados Unidos pretendem iniciar operações terrestres “muito em breve”, ao responder sobre o combate ao tráfico de drogas e sobre a situação na Venezuela. O republicano não especificou onde ocorrerão as ações, mas reforçou o discurso de combate ao tráfico desde o início da mobilização militar norte-americana no Caribe.

Em evento na Casa Branca, Trump foi questionado sobre a apreensão de um navio petroleiro próximo à costa venezuelana e se as operações visavam apenas ao tráfico de drogas ou também ao petróleo, já que a Venezuela possui as maiores reservas conhecidas do mundo.

Ele respondeu ao acusar Caracas de enviar criminosos aos EUA como imigrantes. “[A ação contra a Venezuela] é sobre muitas coisas, eles nos trataram de forma ruim, e agora nós não estamos tratando eles tão bem”, afirmou Trump.

O republicano ainda destacou ter reduzido em 92% a entrada de drogas pelo mar nos Estados Unidos com operações navais no Caribe e no Pacífico, e completou: “E nós vamos começar [a agir] por terra também, muito em breve”.

A conversa amistosa e sigilosa entre Lula e Maduro

O presidente brasileiro manifestou preocupação com as incursões dos EUA no Caribe e ofereceu apoio ao ditador venezuelano, diz jornal

Loriane Comeli

Lula durante reunião bilateral com o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, em Kingstown, São Vicente e Granadinas (1/3/2024) | Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, conversaram por telefone reservadamente na semana passada. O venezuelano ouviu do petista uma manifestação de apoio contra eventual ação dos Estados Unidos no país latino-americano. A informação é da coluna de Janaina Figueiredo, de O Globo.

Fontes relataram à jornalista que o tom da conversa foi amistoso e que Lula manifestou preocupação com o “assédio militar norte-americano no Caribe e reiterou sua disposição para ajudar”.

O telefonema, na terça-feira 2, foi o primeiro neste ano. Os ultimatos de Trump para que o ditador renuncie e deixe o país não foram mencionados por Maduro nem Lula.

A motivação para esse telefonema não foi esclarecida, mas fontes revelam que, para o Brasil, manter uma linha de comunicação era estratégico diante das conversas entre Maduro e Trump, abrindo espaço para um possível papel de mediação.

A recente visita do empresário brasileiro Joesley Batista a Caracas também foi considerada relevante no momento de retomar o contato. Apesar disso, autoridades brasileiras negaram qualquer envolvimento do governo na agenda de Batista com o ditador venezuelano, mas reconheceram que o encontro influenciou as avaliações sobre o momento adequado para reaproximação.

Maduro raramente deixa a Venezuela, temendo possíveis detenções no exterior diante do aumento das denúncias internacionais. Agências da ONU reconhecem violação de direitos humanos do ditador, ao perseguir adversários políticos e reprimir protestos contra o regime.

Outros países, como Turquia, também tentam intermediar um entendimento entre EUA e Venezuela. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, entrou em contato com Maduro no fim de semana anterior, e os governos confirmaram oficialmente a troca de análises sobre o cenário militar dos EUA no Caribe.

No Brasil, o contato recente com Maduro não foi divulgado oficialmente. Lula tem se posicionado contra a pressão militar norte-americana, inclusive em discurso na última Assembleia-Geral da ONU. Na conversa, Maduro negou a Lula a acusação dos EUA de que é líder de um cartel e afirmou que é “absurda” a ideia de que drogas consumidas em território norte-americano partem da Venezuela.
A aliança entre Lula e Maduro

Lula e Maduro sempre foram aliados. O petista recebeu o ditador no Brasil em 2023, com honras de chefe de Estado. O relacionamento teve um abalo em 2024, depois da denúncias, comprovadas por órgãos independentes, de que o ditador fraudou as eleições de julho daquele ano.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, no Palácio do Planalto | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O governo brasileiro optou por não reconhecer os resultados eleitorais do Conselho Nacional Eleitoral do regime e, meses depois, não apoiou a entrada da Venezuela no Brics, proposta por Rússia e China durante a cúpula em Kazan.

O impasse também levou à suspensão da negociação da dívida da Venezuela com o Brasil. A ditadura deve cerca de US$ 1 bilhão, emprestados por governos petistas ao regime venezuelano.

Endividados, Correios acionam Justiça trabalhista para mudar acordos

Estatal tenta reabrir negociações sobre salários e benefícios em meio a pressões orçamentárias

Erich Mafra

Corte de benefício amplia tensão com funcionários, que manifestam intenção de greve | Foto: Divulgação/Sintect

Os Correios acionaram o Tribunal Superior do Trabalho (TST) para tentar renegociar salários e benefícios da categoria, movimento que ocorre em meio ao aperto financeiro da estatal. A gestão busca flexibilizar cláusulas do acordo coletivo que ampliam vantagens além do previsto pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e que, segundo avaliação interna, pressionam as contas da empresa.

Representantes dos empregados defendem a recomposição integral da inflação e querem preservar os benefícios extras já oferecidos, tema que gerou o impasse levado ao tribunal. Entre os pontos mais sensíveis está o mecanismo de ponto por exceção. Ele permite o registro de horas extras sem compensação quando o funcionário encerra a jornada antes do horário padrão. A diretoria afirma que essa regra compromete a produtividade.

Correios terão gastos de R$ 15 bi com pessoal

A primeira reunião ocorreu na quinta-feira, 11, conduzida pelo vice-presidente do TST, ministro Guilherme Caputo. Ele é responsável por mediar as tratativas antes de eventual abertura de dissídio coletivo. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o tribunal considera o caso prioritário e pretende realizar encontros longos para evitar paralisações, o que agravaria a situação operacional dos Correios.

O acordo coletivo atual, firmado em setembro de 2024 e prorrogado até 15 de dezembro, não deve ser renovado pela empresa. A decisão não elimina todos os benefícios adicionais, mas amplia a margem de manobra para a gestão. A empresa pretende manter auxílios de baixo impacto orçamentário, como o repasse de R$ 1.030,58 para empregados com dependentes com deficiência.

O TST trabalha para tentar concluir a mediação antes do Natal, embora não descarte negociações mais longas. A situação financeira reforça a urgência: a despesa com pessoal chegará a R$ 15,1 bilhões neste ano, o equivalente a quase dois terços dos gastos correntes da estatal. Em 2026, o plano de reestruturação prevê o desligamento de 10 mil empregados, com outros 5 mil em 2027, por meio do programa de demissão voluntária. A projeção é de economia anual de R$ 1,4 bilhão.

Bolsonaro pede a Moraes autorização para exame de ultrassom e cirurgia

Defesa do ex-presidente quer que ministro autorize avaliação médica sobre presença de hérnia inguinal bilateral no político

Lucas Cheiddi
O ex-presidente Jair Bolsonaro | Foto: abio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Depois de determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a equipe jurídica do ex-presidente Jair Bolsonaro solicitou autorização para que um médico, com equipamento de ultrassom portátil, possa avaliar a presença de hérnia inguinal bilateral no político. Ele está detido desde 22 de novembro na Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília.

A solicitação, apresentada em petição à Corte, ocorre depois de Moraes considerar que os laudos médicos entregues pela defesa eram antigos e ordenar perícia oficial da Polícia Federal em até 15 dias para decidir sobre possível cirurgia urgente.

No documento, os advogados também pediram permissão para Bolsonaro realizar o procedimento cirúrgico no hospital DF Star e permanecer internado pelo período necessário para a recuperação.

Defesa de Bolsonaro alega múltiplas comorbidades e urgência
Alexandre de Moraes, no julgamento da Ação Penal 2693, em 9/12/2025 | Foto: Luiz Silveira/STF

Ainda no pedido, os representantes legais de Bolsonaro afirmam que, “conforme relatórios e exames médicos já apresentados à Suprema Corte, o peticionário sofre de múltiplas comorbidades graves e crônicas, que incluem as sequelas permanentes das cirurgias abdominais decorrentes do atentado sofrido em 2018 e o quadro de soluços incoercíveis que já demandou atendimento médico urgente”.

Já nesta quinta-feira, 11, a defesa argumentou ter recebido uma recomendação médica recente, assinada pelo Dr. Claudio Birolini, que solicita a realização urgente de ultrassonografia nas regiões inguinais direita e esquerda, para verificação da suspeita de hérnia. Os advogados justificam que o exame visa a agilizar o processo pericial oficial e a fornecer laudos atualizados sem necessidade de deslocamento externo.

Por esse motivo, os advogados pedem que o médico Bruno Luís Barbosa Cherulli possa acessar as instalações da Polícia Federal com o equipamento de ultrassom para examinar Bolsonaro. O ex-presidente, inicialmente custodiado por prisão preventiva em razão de vigília e uso de tornozeleira, passou a cumprir pena em regime fechado depois do julgamento em 25 de novembro, relacionado à tentativa de golpe.

Gayer é indiciado pela Polícia Federal por suposto desvio de verba parlamentar

O deputado declarou nas redes sociais que tanto ele quanto toda a equipe do gabinete em Goiânia, além de seu filho, foram alvos de processo

Yasmin Alencar

Deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO), em entrevista ao 'Oeste com elas' | Foto: Reprodução/ YouTube

Acusações de peculato, falsidade ideológica e associação criminosa recaem sobre o deputado Gustavo Gayer (PL-GO), indiciado pela Polícia Federal em inquérito que investiga suposto desvio de recursos da cota parlamentar. O parlamentar rejeita as acusações e atribui a investigação a uma perseguição conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Gayer declarou nas redes sociais que tanto ele quanto toda a equipe do gabinete em Goiânia, além de seu filho, foram indiciados. Por meio de um vídeo, o deputado afirmou que a PF se utilizou do fato dele ter esquecido de “mudar o endereço do contrato social” para motivar a investigação.

Operação da Polícia Federal e apreensões contra Gustavo Gayer

Em outubro do ano passado, a Polícia Federal realizou buscas em propriedades ligadas ao deputado, investigando um grupo suspeito de desviar verbas parlamentares e falsificar documentos para criar uma Organização de Sociedade Civil de Interesse Público.

Uma decisão do STF naquele período apontou Gayer como “peça central da associação criminosa investigada e autor intelectual dos possíveis crimes, responsável por direcionar as verbas parlamentares para atividades de particulares, as quais tinham o intuito de movimentar atos antidemocráticos”.

Fim das cotas raciais! Deputados aprovam veto a critério racial em universidades

Mudança atinge instituições financiadas pelo Estado e segue agora para sanção do governador

Por Iarla Queiroz
Projeto elimina o uso de cotas raciais em universidades públicas e privadas - Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil

Os deputados estaduais de Santa Catarina aprovaram, na última quarta-feira, 10, um projeto que elimina o uso de cotas raciais em universidades públicas estaduais e em instituições de ensino que recebem verbas do governo catarinense.

A proposta, de autoria do deputado Alex Brasil (PL), avançou com sete votos contrários e aguarda a assinatura do governador Jorginho Mello (PL).

A medida altera o acesso ao ensino superior estadual e cria novas regras de seleção, com multa e cortes de recursos para quem descumprir as determinações.
O que diz o projeto aprovado

Pelo texto aprovado, universidades e faculdades financiadas pelo Estado ficam proibidas de reservar vagas com base em critérios raciais. Em caso de descumprimento, a instituição poderá ser penalizada com multa de R$ 100 mil por edital e sofrer suspensão de repasses públicos.

Embora a proposta retire o recorte racial, ela mantém cotas direcionadas a pessoas com deficiência, estudantes da rede pública e candidatos enquadrados em critérios socioeconômicos.

Como foi a tramitação

O projeto havia sido apresentado em outubro e inicialmente recebeu parecer de inconstitucionalidade pelo primeiro relator, o deputado Fabiano da Luz (PT). No entanto, após um novo relatório, o projeto foi liberado para votação e aprovado em plenário.

Durante a discussão, o autor da proposta argumentou que o Estado deve priorizar estudantes em vulnerabilidade financeira, e não critérios relacionados à cor da pele ou identidade.
Quem será afetado pela nova regra

A mudança atinge diretamente:

Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc);
Instituições do sistema Acafe (Associação Catarinense das Fundações Educacionais);
Faculdades privadas que recebem recursos dos programas Universidade Gratuita e Fundes — o Fundo de Apoio à Manutenção e ao Desenvolvimento da Educação Superior Catarinense.

Universidades federais, como a UFSC, e institutos federais não entram na mudança, já que não dependem da legislação estadual.

Lei federal de cotas continua valendo nas instituições da União

A legislação nacional em vigor, sancionada em 2012 pela então presidente Dilma Rousseff, segue válida nas universidades e institutos federais. Ela obriga que, no mínimo, metade das vagas seja destinada a estudantes que concluíram todo o ensino médio em escolas públicas. Essas vagas são distribuídas entre pretos, pardos, indígenas, quilombolas e pessoas com deficiência, conforme a proporção populacional de cada Estado segundo o IBGE.

No caso catarinense, onde 23,94% da população se declara preta ou parda (Censo 2022), um vestibular com 100 vagas teria 50 reservadas para cotistas. Dentro dessa metade, 25 seriam destinadas a quem possui renda familiar per capita de até 1,5 salário mínimo e 25 para quem está acima desse limite. Entre as cotas raciais, 12 vagas seriam direcionadas a candidatos pretos e pardos — igualmente distribuídas entre as duas faixas de renda.

CNH do Brasil: saiba como tirar primeira habilitação pelo aplicativo

Todo o processo é realizado pela plataforma

Por Luiza Nascimento
Aplicativo do CNH Digital - Foto: Ag. A TARDE

Em vigor desde terça-feira, 9, as novas regras para a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) dispensam a obrigatoriedade de autoescola. Agora, é possível realizar todo o processo para obter a primeira carteira de motorista através do aplicativo CNH do Brasil.

Oficial do Ministério dos Transportes, a plataforma substitui a Carteira Digital de Trânsito (CDT). No aplicativo, disponível para Android e IOS, é possível abrir o requerimento, acompanhar todas as etapas, fazer o curso teórico gratuito e ter acesso à versão digital da habilitação.

Saiba como tirar a carteira pelo aplicativo CNH do Brasil:

Baixando o aplicativo "CNH do Brasil" gratuitamente no Google Play e App Store;
Se você já tiver o app anterior da Carteira Digital de Trânsito (CDT), basta atualizá-lo na plataforma;
No primeiro acesso, entre com sua conta gov.br;
O sistema identifica de forma automática quem ainda não tem habilitação e apresenta, dentro da área “Condutor”, a opção “Requerimento da Primeira Habilitação”.
Os dados pessoais são resgatados automaticamente da conta gov.br;
Confira as informações e confirme;
Em seguida, o usuário deve escolher a categoria de habilitação desejada, carro e/ou moto, e a unidade federativa em que fará os exames e expedirá a habilitação;
Durante todo o processo, o candidato pode acompanhar o andamento da solicitação no botão “Condutor”, atualizado em tempo real.

Na área, são exibidas as etapas concluídas e pendentes, como:

Curso teórico;
Coleta biométrica;
Exames de aptidão física e mental e avaliação psicológica;
Exame teórico;
Curso prático de direção veicular;
Exame de direção veicular.
Curso teórico gratuito
Curso teórico

Finalizado o processo, já é possível iniciar o curso teórico gratuito que, segundo o Ministério dos Transportes, tem o material totalmente digital. A grade conta com aulas sobre legislação de trânsito, direção defensiva, primeiros socorros e noções de proteção ao meio ambiente.

Os alunos terão acesso ao conteúdo em formatos como vídeos, podcasts e material complementar, além de um simulado com o conteúdo cobrado na prova do Departamento Estadual do Trânsito (Detran).

Após a conclusão do curso, o certificado é emitido e registrado automaticamente no Sistema Nacional de Trânsito (SNT).

Exame teórico

Após a conclusão do curso, o usuário deve agendar o exame teórico no Detran. Para a aprovação, o candidato tem que acertar pelo menos 20 das 30 questões de múltipla escolha.
Curso prático

Caso seja aprovado no exame teórico, o candidato inicia o curso prático. Nesta etapa, aluno deve consultar aunidade estadual do Detran para verificar as opções de autoescolas ou instrutores credenciados para a realização das aulas.
Prova prática

Após o fim do treinamento, acontece o exame prático, que é a etapa final antes da autorização. Manobras, domínio do veículo e condução segura são avaliadas durante a prova.

Habilitação digital

Caso seja aprovado, o candidato terá a emissão da Permissão para Dirigir (PPD), no próprio aplicativo. O documento provisório é válido por um ano e fica disponível no aplicativo "CNH do Brasil".

Para baixar a versão digital da habilitação, basta acessar a aba "Ver Habilitação” e clicar em “Baixar CNH-e”.

Moraes determina perícia médica sobre estado de saúde de Bolsonaro

Defesa pediu autorizações para cirurgias e prisão domiciliar humanitária

Por Gustavo Zambianco
Alexandre de Moraes pede que Bolsonaro seja submetido a uma perícia médica - Foto: Divulgação

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou, nesta quinta-feira, 11, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seja submetido a uma perícia médica oficial para avaliação de seu estado de saúde. A medida atende parcialmente um pedido da defesa, que solicitou autorização para que Jair passasse por cirurgias.

De acordo com a decisão, o exame deverá ser realizado por médicos da Polícia Federal (PF) em um prazo de 15 dias. Moraes ressaltou que Bolsonaro está preso na Superintendência da PF, em Brasília, desde o dia 22 de novembro, onde vêm recebendo “atendimento médico em tempo integral”.

O ministro ainda destacou que, até o momento, não houve relatos de urgências relacionadas à saúde do ex-presidente.

Somado a isso, Moraes apontou que os exames apresentados pela defesa não são recentes, o mais atual tem três meses, e que, na época, não havia a indicação de necessidade imediata de intervenção cirúrgica.

Bolsonaro atualmente cumpre pena de 27 anos e três meses pelo envolvimento na tentativa de golpe de Estado, sentença que começou a ser executada no dia 25 de novembro.

Pedido da defesa

O pedido da defesa inclui a autorização para que Bolsonaro seja transferido ao hospital DF Star, em Brasília, a fim de realizar procedimentos cirúrgicos indicados por seus médicos, com permanência na unidade pelo período necessário.

Em um relatório enviado ao STF, os advogados afirmam que o ex-presidente sente dores na região inguinal, agravadas por crises de soluços, e que o tratamento exigiria uma internação de cinco a sete dias.

Somado a isso, os advogados solicitaram que Bolsonaro fosse encaminhado para uma prisão domiciliar humanitária, citando princípios constitucionais ligados à dignidade da pessoa humana, ao direito à saúde e à proteção integral ao idoso.

Eles propõem um monitoramento eletrônico e outros eventuais requisitos que Moraes considerar necessários.

Bolsonaro chegou a cumprir prisão domiciliar entre 4 de agosto e 22 de novembro, medida revogada após o ministro apontar tentativa de violação da tornozeleira eletrônica e risco de fuga. Desde então, permanece detido na Superintendência da Polícia Federal.

Deputados avaliam tirar Hugo Motta da presidência da Câmara

Nos corredores da Casa já se fala em um movimento conjunto entre PT e PL para tirá-lo do posto

Por Anderson Ramos
Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados. - Foto: Kayo Magalhães | Câmara dos Deputados

A insatisfação com o presidente da Câmara dos Deputados Hugo Motta (Republicanos-PB) alcançou um novo nível depois das votação que salvou os mandatos de Glauber Braga (PSOL-RJ) e Carla Zambelli (PL-SP).

Nos corredores da Casa já se fala em um movimento conjunto entre PT e PL para tirá-lo do posto, segundo a jornalista Andrezza Matas. Neste contexto, vale lembrar que Motta rompeu Lindberg Farias e Sóstenes Cavalcanti, líderes dos dois partidos.

Ainda segundo a publicação, o argumento para isso é que ele perdeu as condições de controlar a Casa. A prova são os sucessivos episódios de motim no plenário. O último deles, quando Glauber Braga ocupou sua cadeira, foi reprimido com violência, inclusive contra a imprensa, o que já é motivo suficiente para que Motta seja afastado, avaliam líderes.

A análise do governo é de que não há mais ninguém para negociar se quiser aprovar alguma matéria. Caberá ao Planalto partir para o varejo e negociar voto a voto com cada um dos deputados e senadores.

Prova de fogo

Na próxima semana, Hugo Motta terá mais um teste de fogo se quiser testar sua liderança na Câmara. Ele vai precisar do apoio de todos os membros da Mesa Diretora para tirar o mandato do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-RJ) por faltas.

Embora o Regimento Interno da Casa determine que a ausência é punida com a perda do mandato, é necessário que os sete integrantes do comando da Câmara assinem o documento. Eduardo não trabalha desde março, quando fugiu para os Estados Unidos na tentativa de evitar o mesmo destino do pai.

Ao menos dois dos sete integrantes da Mesa Diretora votam contra na largada — Altineu Côrtes (PL-RJ) e Elmar Nascimento (União-BA). Os demais componentes são: Carlos Veras (PT-PE); Lula da Fonte (PP/PE); Delegada Katarina (PSD/SE); Sergio Souza (MDB/PR).

A cassação de Alexandre Ramagem (PL-RJ) também será analisada no plenário da Casa na semana que vem.

Mulher mais rica do mundo revela estratégia para preservar fortuna

A bilionária fez confissões sobre sua rotina discreta

Por Franciely Gomes
A bilionária vive em um prédio discreto - Foto: divulgação | WITT SIPA

Françoise Bettencourt Meyers já deixou claro que prefere manter a vida longe dos holofotes da mídia e do público. Conhecida como a mulher mais rica do mundo, com uma fortuna que ultrapassa a marca de US$ 100 bilhões, a empresária francesa revelou suas estratégias para preservar o dinheiro.

Herdeira da L’Oréal, ela confessou que prefere viver uma vida discreta, sem muitos luxos, festas, joias ou mansões, fugindo da ostentação comum dos bilionários atuais. Aos 70 anos, ela vive em um prédio discreto na região de Neuilly-sur-Seine, próxima a Paris, na França.

Nascida em 1953, Françoise já veio ao mundo como herdeira do grupo L’Oréal. Ela é neta do fundador da marca, Eugène Schueller, e filha de Liliane Bettencourt, que também já foi eleita como a mulher mais rica da França.

Marco histórico

Françoise foi responsável por atingir um feito histórico em 2023. Ela se tornou a primeira mulher do mundo a superar US$ 100 bilhões em patrimônio, devido à valorização da L’Oréal, que possui redes em diversos países.

A marca fez com que ela integrasse a lista de pessoas mais ricas do país, juntamente com grandes nomes da tecnologia, do varejo e de outras empresas gigantes globais.

Em entrevista ao jornal francês Le Monde, a herdeira afirmou que “o dinheiro enlouquece as pessoas” e que em sua casa era “uma palavra difícil de pronunciar”, pois não foi criada para adorar os números.

STF decide hoje se mantém cassação de Carla Zambelli

Carla Zambelli teve pedido de cassação do mandato negado pela Câmara dos Deputados

Por Yuri Abreu
STF decide se referenda decisão de Moraes sobre Zambelli nesta sexta-feira, 12 - Foto: Antonio Augusto/STF

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), vai decidir, nesta sexta-feira, 12, a partir das 11h, se referenda a decisão do ministro do colegiado, Alexandre de Moraes, que determinou a cassação do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).

Na madrugada de quinta, 11, a Câmara dos Deputados, por ampla maioria, aprovou a suspensão da cassação do mandato dela. A medida foi vista por juristas como uma tentativa de "desmoralizar" a Corte.

Anulação

Após a deliberação dos deputados, Alexandre de Moraes decretou a perda imediata do mandato de Zambelli e ordenou que a Mesa da Câmara dos Deputados efetive a posse do suplente no prazo máximo de 48 horas, conforme prevê o Regimento Interno da Casa. Ademais, a decisão do magistrado anulou a medida da Câmara.

Alexandre de Moraes cassa mandato de Carla Zambelli

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou a perda imediata do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), presa na Itália desde julho deste ano. A decisão é desta quinta-feira, 11.

A determinação de Moraes, em um documento de 11 páginas, anula a votação da Câmara dos Deputados, que ocorreu na quarta, 10. Segundo o magistrado, o processo "ocorreu em clara violação à Constituição", uma vez que a deputada já foi condenada e teve trânsito em julgado, quando se esgotam todos os recursos.

Carlos Bolsonaro renuncia mandato no Rio para cumprir nova missão

Vereador comunicou decisão nesta quinta-feira, 11

Por Cássio Moreira
Carlos Bolsonaro deixa mandato como vereador do Rio de Janeiro - Foto: Divulgação | Alesp

O vereador Carlos Bolsonaro (PL), da cidade do Rio de Janeiro, anunciou, nesta quinta-feira, 11, a renúncia do seu mandato na Câmara Municipal. O edil será candidato ao Senado pelo estado de Santa Catarina em 2026.

Vou para Santa Catarina cumprir um chamado que não poderia realizar daqui

Carlos Bolsonaro

O comunicado foi feito durante discurso na tribuna do legislativo carioca. Carlos afirmou que vai em busca de cumprir "um chamado que não poderia realizar" no Rio. O vereador ainda agradeceu pelo período em que atuou na Casa.

Carlos Bolsonaro é vereador do Rio de Janeiro desde 2001, chegando ao sétimo mandato consecutivo em 2025. Nas eleições de 2024, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) atingiu sua votação mais expressiva, alcançando 130.480 votos.

"Levo comigo o Rio, sempre, mas agora preciso contribuir em outra trincheira, honrando tudo que aprendi e construí nesta cidade e agregando a todo um movimento nacional", afirmou o vereador.

Reduto histórico

A transferência de domicílio eleitoral de Carlos Bolsonaro para Santa Catarina também pode representar o fim, ainda que momentâneo, do domínio do clã Bolsonaro no estado do Rio de Janeiro, que durante décadas foi o principal reduto eleitoral da família.

Bolsonaro foi deputado federal pelo estado até ser eleito presidente, em 2018. Flávio Bolsonaro, hoje senador pelo Rio de Janeiro, será candidato a presidente da República no próximo ano.
quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

Banco Central mantém Selic em 15% ao ano

Inflação faz Copom admitir que juros devem ficar altos por longo período

Fábio Bouéri

Reunião entre membros do Comitê de Política Monetária: segunda maior taxa real do mundo | Foto: Divulgação/Banco Central

O Banco Central decidiu manter, pela quarta vez consecutiva, a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano. O Comitê de Política Monetária (Copom) justificou que o recuo da inflação e a desaceleração da economia recomendam principalmente cautela.

Do mesmo modo, o órgão afirmou que o cenário segue com elevada incerteza. A decisão, unânime, acompanhou as expectativas sobretudo do mercado financeiro. Em comunicado, o colegiado reforçou que a estratégia atual é preservar a taxa em nível elevado por um período prolongado. O objetivo é principalmente garantir a convergência da inflação para a meta.

Banco Central admite novo aperto monetário

O texto destaca que o comitê seguirá vigilante. Da mesma forma, considera possível ajustar a política monetária caso julgue necessário. Neste caso, admite-se um novo aumento no custo do dinheiro caso o quadro inflacionário se agrave.

A Selic está no maior patamar desde 2006. Depois de alcançar 10,5% ao ano em maio de 2024, o ciclo de alta retornou em setembro do mesmo ano. O movimento expandiu até os juros atuais de 15%, em vigor desde junho deste ano.

A inflação medida pelo IPCA registrou alta de 0,18% em novembro, o menor resultado para o mês desde 2018. No acumulado em 12 meses, o índice está em 4,46%, dentro do limite superior da meta contínua de inflação, que é de 4,5%.

O novo regime, em vigor desde janeiro, determina que a meta de 3%, com faixa de tolerância de 1,5 ponto porcentual para cima ou para baixo, seja monitorada mês a mês, sempre pelo acumulado de 12 meses. O Banco Central vai revisar as suas projeções no novo Relatório de Política Monetária, previsto para o fim de dezembro.

Juros seguram expansão do crédito

O nível elevado dos juros encarece o crédito, desestimula a atividade e ajuda a conter pressões inflacionárias. No relatório anterior, o BC reduziu a projeção de crescimento do PIB em 2025 de 2,1% para 2%. O Focus projeta expansão de 2,25%.

Lula minimiza confusão de Glauber Braga na Câmara

Presidente da República afirmou que ‘situações como essa são naturais em regimes democráticos'

Uiliam Grizafis
Deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ) | Foto: Lula Marques/Agência Brasil

Discussões acirradas marcaram a sessão da Câmara dos Deputados na terça-feira 9. O deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ) foi retirado à força do plenário por protestar contra seu processo de cassação. Para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, situações como essa são naturais em regimes democráticos e indicam mudanças positivas no país.

O incidente ocorreu quando o psolista ocupou o assento do presidente da sessão, deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB), em uma manifestação contra o andamento do processo. A Polícia Legislativa foi acionada para removê-lo, o que ocorreu enquanto a transmissão da TV Câmara era interrompida e jornalistas eram retirados do local.

Reações políticas depois da confusão que envolveu Glauber Braga

Lula disse que está “muito tranquilo com o que está acontecendo no Brasil”. “A desavença da Câmara é própria da democracia, a gente estava desabituado a isso”, afirmou durante um evento no Palácio do Planalto. “Esse país está mudando para melhor, pode ter certeza.”

Depois da retirada, o clima permaneceu tenso nos corredores da Câmara, com empurra-empurra entre parlamentares, agentes e jornalistas. Glauber Braga passou por exame de corpo de delito e registrou boletim de ocorrência contra Motta ao alegar que a ordem para a ação policial partiu dele.

“O boletim é contra a instituição, contra quem ordenou a ação da Polícia Legislativa”, declarou o deputado a jornalistas. “Mais especificamente, melhor dizendo, contra o presidente da Câmara dos Deputados pela ordem que deu à Polícia Legislativa.”

Papa recebe título de cidadão paulistano

A entrega da honraria ocorreu em audiência particular, sem uso de verbas públicas, de acordo com a vereadora responsável pela iniciativa

Diógenes Feitosa

A vereadora Amanda Vettorazzo (União-SP) entregou ao pontífice a Medalha Anchieta, o Diploma de Gratidão da Cidade de São Paulo e o Título de Cidadão Paulistano | Foto: Reprodução/Vatican Media

A Câmara Municipal de São Paulo concedeu três homenagens oficiais ao Papa Leão XIV durante uma cerimônia privada realizada nesta quarta-feira, 10, no Vaticano, em Roma.

A vereadora Amanda Vettorazzo (União-SP) entregou ao pontífice a Medalha Anchieta, o Diploma de Gratidão da Cidade de São Paulo e o Título de Cidadão Paulistano, conforme estabelecido pelos Decretos Legislativos 56/2025 e 58/2025.

A Câmara outorgou os reconhecimentos para valorizar a liderança espiritual do Papa Leão XIV e sua dedicação constante à promoção da paz, à justiça social e aos serviços prestados à humanidade, que, segundo a Casa legislativa, trouxeram benefícios significativos para a capital paulista.

A entrega das honrarias ocorreu em audiência particular, sem uso de verbas públicas, de acordo com a vereadora responsável pela iniciativa.

Emoção e significado da homenagem

Antes da entrega das honrarias, Vettorazzo destacou ainda o apoio unânime dos vereadores à homenagem e agradeceu de forma especial ao presidente da Câmara, Ricardo Teixeira, e à própria família.

Vettorazzo ainda afirmou que pediria as bênçãos do Papa para a erradicação do crime organizado em São Paulo e para o fortalecimento da fé no município e no país.

EUA cortam juros pela terceira vez no ano

Em situação oposta à do Brasil, governo Trump reduz o custo do dinheiro; taxa atinge o menor nível desde setembro de 2022

Fábio Bouéri

O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell: redução com cautela | Foto: Reprodução/X

O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, reduziu nesta quarta-feira, 10, a taxa de juros em 0,25 ponto porcentual. O índice fica no intervalo de 3,5% a 3,75% ao ano.

É o menor nível desde setembro de 2022. A decisão converge com as expectativas do mercado. Do mesmo modo, marca o terceiro corte consecutivo em 2025.

Juros: novo corte em 2026

Na reunião anterior, em 29 de outubro, o Fed reduziu os juros na mesma proporção. Além da decisão desta quarta, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) divulgou suas projeções para 2026. Elas indicam apenas um corte nas taxas no próximo ano. A sinalização de prudência partiu de forma reiterada pelo presidente da instituição, Jerome Powell.

O posicionamento frustrou, de certa forma, investidores que aguardavam por uma orientação mais explícita no sentido de uma trajetória de queda mais acelerada. A política monetária dos Estados Unidos influencia diretamente países emergentes, incluindo o Brasil. Em geral, cortes nos juros norte-americanos reduzem a pressão sobre a taxa básica brasileira e tendem a favorecer o real diante do dólar.

O movimento ocorre em meio ao enfraquecimento do mercado de trabalho dos EUA. O Fomc destacou que a criação de empregos diminuiu ao longo do ano. Assim, a taxa de desemprego registrou leve alta. A paralisação de 43 dias do governo federal — o maior shutdown da história — atrasou a divulgação de dados do setor.

As informações mais recentes, contudo, confirmam a desaceleração. A inflação permanece “ligeiramente elevada”, segundo o colegiado. Atualmente está em 3%, acima da meta de 2% estabelecida pelo Fed.

'Temos um congresso acovardado com essa dosimetria', diz advogada do 8/1

Na visão da Taniele Telles, a proposta é um 'cala boca' temporário para os perseguidos políticos

Diógenes Feitosa

A Câmara aprovou o PL da Dosimetria por ampla maioria: 291 votos favoráveis, 148 contrários e uma abstenção | Foto: Reprodução/YouTube/revista Oeste

A advogada e presidente do Instituto Gritos da Liberdade, Taniele Telles, criticou a aprovação do chamado “PL da Dosimetria” na Câmara dos Deputados. Taniele representa alguns dos presos pelas manifestações anti-Lula que culminaram nos atos do dia 8 de janeiro de 2023.

Entre os clientes da advogada está e Débora dos Santos, conhecida por ter manchado a Estátua da Justiça com batom. Atualmente, Débora cumpre pena de 14 anos de prisão em regime domiciliar.

Questionada sobre o teor do PL da Dosimetria, proposto pelo deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) com anuência de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Taniele afirmou que o texto não atende aos anseios dos presos do 8/1.

“Não é o que queríamos”, disse Taniele durante entrevista concedida ao Jornal da Oeste, nesta quarta-feira, 10. “Estamos tratando de uma redução de pena de pessoas que são inocentes, que foram condenadas com base em uma narrativa criada para prender o ex-presidente Jair Bolsonaro.”

Na visão da advogada, a proposta de dosimetria é um “cala boca” temporário para os perseguidos políticos.

“Temos um Congresso acovardado, incapaz de aprovar uma anistia, e eles ofereceram esse projeto como um ‘cala boca’, como a chance de um recomeço para os presos”, ressaltou.

PL da Dosimetria passou na Câmara com ampla maioria

A Câmara aprovou o PL da Dosimetria por ampla maioria: 291 votos favoráveis, 148 contrários e uma abstenção. A votação ocorreu na madrugada desta quarta-feira, 10.

O Partido Liberal — maior bancada da Câmara — votou a favor depois de receber aval direto do ex-presidente Jair Bolsonaro, preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília.

Segundo aliados, Bolsonaro decidiu priorizar os manifestantes que seguem detidos e orientou o partido a votar de modo a beneficiá-los, mesmo que isso reduzisse suas próprias chances de voltar para casa e recuperar os direitos políticos.

Sob novo governo, Bolívia retoma relações com Israel

Rodrigo Paz foi eleito com discurso alinhado à direita

Mateus Conte
Representantes de Israel e Bolívia assinam retomada de relações diplomáticas | Foto: Shmulik Almani/Governo de Israel

A Bolívia e Israel retomaram relações diplomáticas depois de dois anos de ruptura formal. O anúncio ocorreu em dois momentos: primeiro, pelo lado boliviano, em novembro; depois, pelo lado israelense, que confirmou a normalização dos laços nesta quarta-feira, 10. O movimento faz parte da nova política externa do presidente boliviano Rodrigo Paz, que assumiu o cargo com a diretriz de “Bolívia no mundo e o mundo na Bolívia”.

Segundo publicação oficial do Estado de Israel, o diretor-geral do Ministério de Relações Exteriores, Eden Bar Tal, afirmou que o restabelecimento das relações representa “uma emocionante nova era para Bolívia, para as relações entre Israel e Bolívia e para o mundo livre”. Bar Tal esteve presente na posse de Paz e conduziu reuniões diplomáticas no país.

No mesmo pacote de mudanças, o governo boliviano anunciou a reposição de embaixadores nos Estados Unidos, relação limitada a encarregados desde 2008, e um acordo para organizar um encontro presidencial e um gabinete binacional com o Peru.

Reaproximação foi anunciada pela Bolívia | Foto: Governo de Israel/Divulgação
Israel formaliza retomada das relações com a Bolívia durante evento em Washington

A confirmação por parte de Israel ocorreu em Washington, onde Sa’ar e o chanceler boliviano Fernando Aramayo assinaram um comunicado conjunto que reabre oficialmente os canais diplomáticos, encerrados formalmente desde 2023.

Em seu discurso, Sa’ar declarou que fora encerrado “o longo e desnecessário capítulo de separação entre nossas duas nações”. Ele afirmou ainda ter tido “uma reunião calorosa e emocionante” com Aramayo e destacou que Israel vê a retomada como um marco.

O ministro afirmou que a vitória de Paz foi determinante para a reaproximação. “Falei com o presidente Paz no dia seguinte à sua vitória nas eleições em outubro e transmiti o desejo de Israel de abrir um novo capítulo e restaurar totalmente as relações”, disse Sa’ar. Ele lembrou que Israel enviou seu diretor-geral à posse e que o ato desta semana “leva isso um passo adiante”.

O documento assinado estabelece “um marco claro” para os novos laços. Segundo Sa’ar, ambos os países “concordaram em restabelecer relações diplomáticas plenas e nomear embaixadores de maneira oportuna”. O comunicado também inclui convites mútuos para visitas de representantes de governo e do setor privado e prevê “diálogo contínuo sobre temas bilaterais, regionais e multilaterais”.

O chanceler israelense afirmou que Israel quer colaborar com o novo governo boliviano em áreas como agricultura, por meio da agência Mashav, além de segurança, saúde, inovação, gestão hídrica e no combate ao crime organizado e ao narcotráfico. Ele destacou ainda que a decisão da Bolívia de retirar a exigência de visto para turistas israelenses deve facilitar viagens e fortalecer o “elo humano entre nossos povos”.

Sa’ar relembrou momentos históricos da relação bilateral e citou a abertura da Bolívia a refugiados judeus durante a Segunda Guerra Mundial, bem como o apoio boliviano ao estabelecimento do Estado de Israel na votação das Nações Unidas de 1947. Para ele, a renovação dos vínculos representa um “passo bem-vindo”.

O ministro afirmou que fortalecer laços com países latino-americanos será uma prioridade da política externa israelense em 2026. “Acabo de visitar Argentina e Paraguai, e pretendo retornar à América Latina muito em breve”, afirmou. “Renovar e reconstruir nossas relações com a Bolívia é uma pedra angular dessa política.”

Câmara decide não cassar mandato de Glauber Braga

Deputado será suspenso por 6 meses

Mateus Conte

O deputado federal Glauber Braga, do Psol do Rio de Janeiro | Foto: Reprodução/Redes sociais

O plenário da Câmara dos Deputados decidiu nesta quarta-feira, 10, aplicar uma suspensão de seis meses ao deputado Glauber Braga (Psol-RJ). A votação encerrou um processo que pedia a cassação do mandato do parlamentar por quebra de decoro depois de episódios de agressão contra um integrante do Movimento Brasil Livre dentro das dependências do Congresso. A decisão contou com 318 votos favoráveis, 141 contrários e 3 abstenções.

A medida foi adotada depois de deputados aprovarem uma alteração na punição originalmente prevista. O relatório pela perda do mandato havia sido aprovado no Conselho de Ética e na Comissão de Constituição e Justiça.

A suspensão preserva seus direitos políticos; se fosse cassado, o parlamentar ficaria inelegível por aproximadamente oito anos. Com a decisão, Glauber mantém o mandato, mas ficará afastado das atividades parlamentares por seis meses.

Um destaque apresentado pelo Psol, partido de Glauber, mudou o encaminhamento do caso. Foram 226 votos pela alteração da pena, contra 220 que defendiam manter a cassação. A estratégia permitiu garantir a aplicação de alguma punição, já que a obtenção dos 257 votos necessários para retirar o mandato era incerta.

Glauber Braga se envolveu em briga com militante do MBL

Glauber foi alvo de representação no Conselho de Ética depois de um episódio em abril, quando discutiu com Gabriel Costenaro, militante do MBL à época. A confusão começou em um dos anexos da Câmara e evoluiu para empurrões e chutes.

A Polícia Legislativa separou os envolvidos e os conduziu para prestar depoimento, momento em que houve novo desentendimento com o deputado Kim Kataguiri (União-SP), fundador do movimento.

O parlamentar alega que reagiu a ofensas contra sua mãe. “Para defender a minha família, sou capaz de muito mais do que um chute na bunda, muito mais”, declarou.

O processo avançou ao longo do ano, mas enfrentou sucessivas paralisações. Glauber realizou greve de fome enquanto aguardava a votação e ocupou uma sala da Câmara durante o protesto.

Sóstenes destitui Bibo Nunes em meio ao conflito na votação de Glauber

A decisão ocorreu depois de o então vice-líder ter contrariado a orientação oficial do PL e defender a suspensão do psolista

Sarah Peres

Sóstenes destitui Bibo Nunes durante anúncio no plenário na madrugada desta quinta-feira, 11 | Foto: Montagem/Oeste

A sessão que analisou o pedido de cassação do deputado Glauber Braga (Psol-RJ), nesta quarta-feira, 10, expôs uma ruptura dentro da bancada do PL. O então vice-líder do partido, Bibo Nunes (RS), desobedeceu à orientação de voto definida pelo líder, Sóstenes Cavalcante (RJ), e defendeu a absolvição do esquerdista — movimento que lhe custou a perda imediata do posto na liderança.

O gesto de insubordinação ocorreu durante a orientação de bancadas. Bibo, que até então vinha defendendo a cassação de Glauber, mudou repentinamente de posição.

Em discurso, o então vice-líder afirmou: “Eu aqui defendi a cassação o tempo todo, que ele merece, mas o jogo mudou”. “Saber perder é uma grande vitória”, acrescentando ainda, em tom de aviso aos colegas: “Cobrarei vocês depois”.

Líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) | Foto: kayo Magalhães/Câmara dos Deputados

A fala repercutiu na própria bancada e levou Sóstenes a formalizar o afastamento. O líder foi direto: “Um vice-líder deve lealdade ao seu líder”.

“Vice-líder desta liderança que veio aqui e fez uma orientação diferente da sua liderança”, declarou Sóstenes. “Portanto, como líder, ele, a partir de hoje, não é mais o meu vice-líder.”

Caso Glauber Braga
Deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ) | Foto: Lula Marques/Agência Brasil

Na noite de quarta-feira 10, a Câmara aprovou, por 318 votos a 141 e 3 abstenções, a suspensão do mandato do deputado Glauber Braga (Psol-RJ) por seis meses. A punição foi definida depois da aprovação de uma emenda do PT que substituiu a proposta original do Conselho de Ética — que recomendava a cassação do mandato.

O processo contra Glauber foi iniciado por uma representação do partido Novo, que o acusou de quebrar o decoro parlamentar ao expulsar da Câmara, com empurrões e chutes, o então integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) Gabriel Costenaro, no ano passado. Toda a ação foi registrada em vídeo.

Em sua defesa, o deputado alegou ter reagido a provocações e perseguições contínuas de Costenaro. Glauber disse ainda que o militante teria proferido ofensas contra sua mãe, então em estágio avançado de alzheimer.

Quem é Bibo Nunes

O deputado Federal Bibo Nunes (PL-SP) | Foto: Divulgação/Câmara dos Deputados

Nascido em Cruz Alta (RS), Alcibio Mesquita Nunes, o Bibo Nunes, iniciou a carreira como apresentador de TV nos anos 1980 e ingressou cedo na política, tornando-se vereador pelo MDB entre 1983 e 1986. Após idas e vindas em diferentes partidos e tentativas frustradas de eleição, voltou ao cenário nacional surfando a onda bolsonarista de 2018, quando se elegeu deputado federal pelo PSL.

Em 2022, já no PL, foi reeleito para um segundo mandato. A relação com a bancada, contudo, sempre foi marcada por posições intempestivas — e o episódio desta quarta-feira simboliza a maior ruptura de sua trajetória recente dentro do partido.

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