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terça-feira, 1 de julho de 2025

TÁ ROLANDO NA REDE

 


Secretaria Penitenciária confirma urgência de cirurgia para Silveira

Seap-RJ enviou parecer a Alexandre de Moraes por ordem do ministro

Cristyan Costa

O deputado federal Daniel Silveira, durante sessão na Comissão de Segurança Pública da Câmara | Foto: Plínio Xavier/Câmara dos Deputados

Nesta segunda-feira, 30, a defesa de Daniel Silveira solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorização para a cirurgia que o ex-deputado precisa fazer no joelho direito, depois de ter sofrido uma lesão.

Os advogados Paulo Faria e Michael Robert enviaram o pedido depois de a Secretaria de Administração Penitenciária do Estado do Rio de Janeiro acatar uma ordem de Moraes. O magistrado deu cinco dias à pasta para confirmar a urgência.

“Sou de parecer favorável que seja realizado o procedimento cirúrgico, com a brevidade que requer o especialista”, informa o laudo assinado pelo médico Luiz Paschoal Danille, que atendeu Silveira na colônia agrícola de Magé (RJ), a pouco mais de 60 quilômetros da capital. “A ressonância magnética do joelho evidencia hiperflexão do ligamento cruzado posterior e translação anterior tibial, que corroboram a referida instabilidade articular.”

Essa mesma recomendação consta em um atestado assinado pelo doutor Raimundo Pereira Filho, especialista em joelho.

Laudo sobre Daniel Silveira

O ministro Alexandre de Moraes, durante uma sessão plenária no STF – 13/03/2025 | Foto: Ton Molina/Estadão Conteúdo

No documento, assinado por Filho e obtido pela coluna, o médico adverte para consequências “irreversíveis”, caso o procedimento não seja realizado quanto antes.

A seguir, imagem de trecho do laudo médico, sobre Silveira:
Foto: Reprodução

Kim Kataguiri aciona Ministério Público contra Janja por voo em aeronave da FAB

Deputado pede apuração sobre gasto público e acusa desvio de finalidade

Luis Batistela

Kim afirma que o uso da estrutura da FAB indica desvio de finalidade administrativa | Foto: Reprodução/Flickr

O deputado federal Kim Kataguiri (União-SP) apresentou nesta segunda-feira, 30, uma representação ao Ministério Público Federal contra a primeira-dama, Rosângela Lula da Silva.

Kataguiri solicita uma investigação sobre o uso de avião da Força Aérea Brasileira (FAB) em uma viagem a São Paulo para uma consulta médica de natureza pessoal. O parlamentar afirma que Janja não exerce cargo público. Desta forma, ela não poderia embarcar em aeronave oficial para tratar de assuntos particulares.

Para ele, a situação viola os princípios da legalidade, impessoalidade e moralidade que regem o uso da máquina pública. O deputado pede a apuração dos custos do deslocamento e eventual responsabilização dos envolvidos.

“O uso de aeronaves da FAB é regido por critérios objetivos e restritos, conforme previsto no Decreto nº 10.267/2020 e nas normas internas do Ministério da Defesa”, diz trecho da representação. “Tais critérios não autorizam viagens de cunho privado, pessoal ou social, sem vínculo direto com o exercício de funções de Estado.”

Kataguiri cita desvio de finalidade administrativa de Janja

De acordo com uma reportagem do portal Metrópoles, a primeira-dama viajou a São Paulo para uma consulta ginecológica. A assessoria de Janja confirmou o motivo do deslocamento e alegou que ela apenas “pegou carona” com ministros.


O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, teria solicitado a viagem. Kataguiri, no entanto, contesta essa justificativa. “Não há informações públicas que demonstrem que a Sra. Janja detinha agenda oficial relevante ou qualquer ato representativo de Estado em São Paulo”.

Para ele, o uso da estrutura da FAB indica desvio de finalidade administrativa. A legislação que regula o uso de aeronaves militares proíbe viagens de caráter privado, pessoal ou social.

Apesar disso, a própria Advocacia-Geral da União e a primeira-dama já haviam pedido o arquivamento de ação anterior que tentava impedir o uso da FAB em deslocamentos internacionais sem função oficial.

Os 15 impostos do governo Lula 3

Aumento da carga tributária do país é destaque em reportagem da Edição 275 da Revista Oeste

Anderson Scardoelli

Com Lula no poder, brasileiros passaram a pagar mais tributos | Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Desde que voltou à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva determinou ou validou a criação ou aumento de pelo menos 15 tributos e impostos. É o que mostra reportagem publicada na Edição 275 da Revista Oeste.

A matéria mostra, por exemplo, que a alíquota do Programa de Integração Social e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep) praticamente dobrou: subiu de 0,33% para 0,65%. Algo similar ocorreu com o Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), que foi de 2% para 4%.

A elevação de tributos e impostos no governo Lula 3 não se resume às alíquotas do PIS/Pasep e do Cofins. Houve a implantação do Imposto sobre importações via e-commerce, a popular “taxa das blusinhas”. Para esse tipo de compra pelos pagadores de impostos do Brasil, as alíquotas passaram a ser de 20% (para aquisições inferiores a US$ 50) e 60% (compras acima de US$ 50).

Também teve fim a isenção do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IPRJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para ações de investimentos. Somente com o fim desse subsídio, o Ministério da Fazenda, sob comando do petista Fernando Haddad, estima aumentar a arrecadação anual em cerca de R$ 90 bilhões.

Confira, abaixo, dos tributos e impostos criados — ou ampliados — pela dupla Lula-Haddad no decorrer dos dois últimos anos e meio.
Lista de impostos poderia ser maior

A reportagem mostra que a lista de novas taxas e novos tributos poderia ser ainda maior, caso não fosse o Congresso Nacional. Num primeiro momento, ainda em 2023, o Poder Legislativo fez “caducar” (perder efeito) a medida provisória que determinava a retomada de PIS e Cofins sobre a gasolina. Na semana passada, foi a vez de deputados e senadores barrarem o decreto do Executivo que previa aumento das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Lula e Haddad defendiam publicamente a mudança nas cobranças do IOF. A dupla petista, no entanto, amargurou uma derrota.

Além de mostrar os tributos criados ou ampliados pelo atual governo federal, a matéria “Raio-X de um governo taxador” mostra como a oposição e o setor produtivo agem diante da alta carga tributária do país. A reportagem está disponível aos mais de 100 mil assinantes da Revista Oeste.

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General Girão: sob Lula, Brasil 'é um país que apoia terrorista'

Deputado critica a omissão do governo em classificar facções como terrorismo

Mateus Conte

O deputado federal General Girão (PL-RN) | Foto: Revista Oeste

O deputado federal General Girão (PL-RN) afirmou que o governo brasileiro se omite ao não classificar facções criminosas como organizações terroristas e acusou a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de apoiar regimes alinhados com o extremismo.

Em entrevista ao Oeste Sem Filtro desta segunda-feira, 30, o parlamentar relatou experiências durante o período em que atuou na Amazônia e comentou a atuação de organizações criminosas no país.

Girão relatou ter servido por 36 anos no Exército e mais cinco anos como secretário de Segurança Pública em Roraima. Nesse período, testemunhou o avanço de facções criminosas na região de fronteira. Segundo ele, “eles já têm imóveis, já têm bens no Brasil, e pasmem, o pior agora é que eles já estão no exterior também”.

Para o deputado, a ausência de uma classificação formal de terrorismo limita a capacidade de punição dessas organizações. “Há quantos anos que as comunidades do Rio de Janeiro […] são obrigadas a fechar as lojas, a pararem de circular nas ruas com toque de recolher, por conta de determinações deles?”, perguntou.

O parlamentar destacou a dificuldade de fiscalização na Amazônia, ao citar limitações operacionais da Polícia Federal, e defendeu uma atuação mais permanente das Forças Armadas na região. “A Polícia Federal não consegue se fazer presente na Amazônia toda”, disse. “Quem está presente na Amazônia toda são as Forças Armadas.”

Girão explicou que o Exército atua em patrulhas temporárias, mas defendeu uma presença contínua. “O que precisa ter é permanente presença de uma força encarregada de patrulhar a fronteira”, declarou.

Perguntado sobre a necessidade de apoio internacional, Girão afirmou que é possível garantir a segurança sem intervenção estrangeira, mas reconheceu a importância de cooperação tecnológica, como o uso de satélites.

Ele criticou o afastamento do Brasil de parcerias com países que poderiam contribuir nesse sentido. “Me preocupa muito o que o governo Lula da Silva está fazendo, se afastando daqueles que podem sim, de verdade, nos apoiar”, disse.

Girão critica capacidade operacional da Polícia Federal

Ao tratar da competência da Polícia Federal no controle de fronteiras e no combate ao tráfico, Girão disse não acreditar que a instituição consiga executar sozinha essas tarefas. “Você tem que sair, tem que ir pra floresta, tem que passar fome, enfrentar o mosquito, enfrentar o desconhecido”, afirmou.

Ele também criticou a nova atribuição da Polícia Federal para fiscalização de armas dos CACs (colecionadores, atiradores e caçadores) e disse que “não vai ter controle nenhum” por falta de capacidade operacional.

O deputado fez críticas diretas ao presidente Lula, ao mencionar episódios recentes do Ministério das Relações Exteriores. “Só falta agora ele dizer que essa nota do Itamaraty ele não sabia”, comentou, em referência ao posicionamento brasileiro sobre o Irã. Ele classificou como “crime contra a nação brasileira” o apoio a regimes que considera alinhados ao terrorismo.

“O Brasil é um país que apoia terrorista”, afirmou. Girão também disse que sente vergonha da postura adotada pelo governo: “Eu peço desculpas e perdão aos israelenses, ao povo judeu do mundo todo. Pelo amor de Deus, o Brasil não é isso”.

Ele também relatou que é alvo de processo pelo Supremo Tribunal Federal, em razão de declarações feitas depois dos atos de 8 de janeiro, mas negou envolvimento em depredações. “Nunca, em nenhum momento, advoguei ou participei de manifestações que quebrassem as coisas”, declarou.

Ao final da entrevista, Girão reiterou preocupação com os rumos da política externa e da segurança pública brasileira. “Não podemos apoiar terroristas”, encerrou. “É uma página muito triste da história do Brasil.”

Pesquisadores da Unesp criam medicamento inalável para tratamento da tuberculose

Projeto inovador recebe R$ 14 milhões da Finep e pode substituir terapia oral que exige a ingestão diária de 12 comprimidos

Fabio Boueri

Médica durante examine de imagem: pesquisa pode assegurar ganho de eficiência em tratamento com menor efeito colateral | Foto: Divulgação/Agência SP

Um dispositivo semelhante a uma bombinha de asma pode revolucionar o tratamento da tuberculose no Brasil. Sob a coordenação de pesquisadores da Unesp, em Araraquara (SP), a proposta acaba de receber um investimento de aproximadamente R$ 14 milhões. Os recursos sairão principalmente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), com apoio do Sistema Único de Saúde (SUS).

O objetivo é desenvolver, ao longo dos próximos três anos, um medicamento inalável mais potente e eficaz que os atuais. Assim, a expectativa é substituir o modelo tradicional de tratamento. Esse modelo exige a ingestão de até 12 comprimidos por dia durante um período que pode variar de seis meses a dois anos. A nova tecnologia usa micropartículas que levam os fármacos diretamente aos pulmões, onde a bactéria causadora da doença se aloja em estruturas chamadas granulomas.

Unesp: proposta é destaque por inovação e impacto no SUS

“Há pelo menos duas décadas o mercado de medicamentos para tuberculose não apresenta avanços significativos. Se conseguirmos atingir os locais infectados com doses menores e mais eficazes, com menos efeitos colaterais, esse projeto pode representar um salto terapêutico”, explica o professor Fernando Rogério Pavan. Ele coordena a iniciativa ao lado dos também docentes Andréia Bagliotti Meneguin, Leonardo Miziara Barboza Ferreira, Lucas Amaral Machado e Marlus Chorilli.

A ideia inovadora de administrar o tratamento por via inalatória foi determinante para que o projeto se destacasse no edital do programa Mais Inovação Brasil Saúde – ICT, da Finep. Submetida no fim de 2023, a proposta ficou em 9º lugar entre mais de 200 avaliadas em todo o país.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a tuberculose voltou a ser a doença infecciosa que mais mata no mundo. Foram 10,8 milhões de novos casos apenas em 2023. No Brasil, a taxa de infecção é quase seis vezes maior do que a meta estipulada pela entidade.

The Economist: 'Lula perde influência no exterior e é impopular no Brasil'

Há longos anos um porta-voz da 'esquerda mundial civilizada', revista inglesa parece ter perdido a paciência com o petista

Mateus Conte
Presidente Lula da Silva: apreensão com a perda crescente de apoio no Congresso e busca de socorro com dinheiro público | Foto: Marcello Camargo/Agência Brasil

A revista inglesa The Economist, há longos anos um porta-voz daquilo que se convencionou chamar de “esquerda mundial civilizada”, parece enfim ter perdido a paciência com Lula e seu governo.

Depois de uma sequência de artigos cada vez mais críticos, The Economist publicou neste domingo, 29, um texto que não deixa margem a dúvidas: para a publicação, Lula já deu — é um fracasso dentro do Brasil, irrelevante no cenário internacional e deixou de ser funcional até como símbolo. Confira o artigo na íntegra, traduzido por Oeste.

Lula está perdendo influência no exterior e é impopular em casa

Em 22 de junho, horas depois de os Estados Unidos atacarem instalações nucleares iranianas com enormes bombas fura-bunker, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil divulgou um comunicado. Nele, o governo brasileiro “condena veementemente” o ataque norte-americano e afirma que os bombardeios foram uma “violação da soberania iraniana e do direito internacional”. Esse tom forte colocou o Brasil em desacordo com todas as demais democracias ocidentais, que ou apoiaram os ataques ou apenas manifestaram preocupação.

A aproximação do Brasil com o Irã deve continuar nos dias 6 e 7 de julho, quando o Brics — um grupo de 11 economias emergentes que inclui Brasil, China, Rússia e África do Sul — realizará sua cúpula anual no Rio de Janeiro. Espera-se que o Irã, que se tornou membro do Brics em 2024, envie uma delegação. Atualmente, o bloco é presidido pelo presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva. Originalmente, ser membro oferecia ao Brasil uma plataforma para exercer influência global. Agora, faz o país parecer cada vez mais hostil ao Ocidente. “Quanto mais a China transforma o Brics em um instrumento de sua política externa, e quanto mais a Rússia usa o Brics para legitimar sua guerra na Ucrânia, mais difícil será para o Brasil continuar dizendo que é não alinhado”, afirma Matias Spektor, da Fundação Getúlio Vargas.

Os diplomatas brasileiros tentam contornar o problema ao concentrar a cúpula em temas inofensivos: cooperação em vacinas e saúde, transição para energia verde e manutenção do status de nação mais favorecida como base para o comércio internacional, em que os países tratam igualmente todos os membros da Organização Mundial do Comércio. Eles querem evitar discussões sobre um tema que o presidente dos EUA, Donald Trump, particularmente detesta: uma iniciativa do Brics para realizar transações comerciais em moedas locais, em vez do dólar. Os diplomatas brasileiros provavelmente também prefeririam que os iranianos permanecessem em silêncio. “Estamos em um momento de contenção de danos mais do que em um momento de criação de novos instrumentos”, diz um alto diplomata brasileiro ouvido pela Economist.

O papel do Brasil no centro de um Brics expandido e cada vez mais dominado por regimes autoritários faz parte da política externa cada vez mais incoerente de Lula. Ele não fez qualquer esforço para estreitar laços com os EUA desde que Trump assumiu o cargo em janeiro. Não há registro de que os dois tenham se encontrado pessoalmente, o que torna o Brasil a maior economia cujo líder não apertou a mão do presidente norte-americano. Em vez disso, Lula corteja a China. Ele se encontrou com Xi Jinping, presidente chinês, duas vezes no último ano.

Talvez a estratégia mais sensata de Lula tenha sido tentar aproveitar a perda de confiança do mundo nos EUA como parceiro comercial. Ele se aproximou da Europa e ampliou relações comerciais. Em março, visitou o Japão, que importa a maior parte de sua carne bovina dos EUA, para promover a carne brasileira como substituta. Seus ministros têm se reunido com burocratas chineses para discutir formas de aumentar as importações agrícolas brasileiras, provavelmente em detrimento das norte-americanas.

Mas isso vem acompanhado de esforços grandiosos que ultrapassam muito o peso do Brasil no cenário internacional. Em maio, Lula foi o único líder de uma grande democracia a comparecer às comemorações em Moscou pelo fim da Segunda Guerra Mundial. Ele aproveitou a viagem para tentar convencer Vladimir Putin de que o Brasil deveria mediar um acordo para encerrar a guerra na Ucrânia. Nem Putin nem qualquer outro ouviram.

Presidentes de Brasil e Argentina não parecem confortáveis durante abertura da Cúpula do G20 | Foto: Ricardo Stuckert/PR

Também falta pragmatismo mais perto de casa. Lula não conversa com seu homólogo argentino, Javier Milei, por diferenças ideológicas. Ao assumir o terceiro mandato, em 2023, ele abraçou Nicolás Maduro, autocrata da Venezuela, apesar de o país já ter se tornado uma ditadura em pleno funcionamento (a relação só se deteriorou depois que Maduro roubou abertamente outra eleição no ano passado). Tendo liderado a missão da ONU para estabilizar o Haiti depois do terremoto que devastou o país em 2010, o Brasil agora permanece calado enquanto o Haiti se transforma em um inferno controlado por quadrilhas. Lula parece incapaz ou sem vontade de mobilizar os países latino-americanos para apresentar uma frente unida contra as deportações de migrantes e a guerra tarifária de Trump.

A fragilidade no cenário internacional se soma à queda de popularidade de Lula dentro do Brasil. Durante seus dois primeiros mandatos como presidente, de 2003 a 2010, o país colheu os frutos de um boom das commodities, e ele foi um dos líderes mais populares do mundo. Sua força doméstica lhe dava credibilidade no exterior, e muitos de seus pares o viam como um porta-voz das economias em rápido desenvolvimento.

Agora, porém, Lula está cada vez mais impopular no Brasil. O país se deslocou para a direita. Muitos brasileiros associam seu Partido dos Trabalhadores à corrupção, por causa de um escândalo que o levou à prisão por mais de um ano (sua condenação foi posteriormente anulada). Ele construiu o partido com apoio de sindicatos, católicos engajados em causas sociais e beneficiários de programas de transferência de renda. Mas hoje o Brasil é um país onde o cristianismo evangélico cresce rapidamente, onde o emprego na agricultura e na economia de bicos avança velozmente, e onde a direita também oferece benefícios sociais.

A aprovação pessoal de Lula gira em torno de 40%, o menor patamar de todos os seus três mandatos. Apenas 28% dos brasileiros dizem aprovar seu governo. Em 25 de junho, o Congresso o humilhou ao rejeitar um decreto que ele havia editado para aumentar impostos. Foi a primeira vez em mais de 30 anos que parlamentares derrubaram um decreto presidencial, e deixaram o governo com menos espaço fiscal para gastos antes das eleições gerais do próximo ano.

Enquanto isso, o movimento MAGA de Trump está fortemente alinhado com a direita radical brasileira, liderada por Jair Bolsonaro, ex-presidente que se apresenta como um Trump tropical. Bolsonaro provavelmente será preso em breve por supostamente conspirar para dar um golpe e permanecer no poder depois de perder a eleição de 2022. Ele ainda não nomeou um sucessor para liderar a direita. Mas, se o fizer e a direita se unir em torno desse nome antes da eleição de 2026, a presidência estará praticamente assegurada.

Trump critica livremente outros líderes que têm relação muito mais amistosa com ele do que Lula. Ainda assim, ele quase não falou nada sobre o Brasil desde que tomou posse em janeiro. Em parte, isso pode ocorrer porque o Brasil tem algo que nenhuma outra grande economia emergente possui: um enorme déficit comercial com os EUA, que soma US$ 30 bilhões em bens e serviços por ano. Trump certamente gosta quando outros países compram mais dos Estados Unidos do que vendem para lá. Mas seu silêncio pode também se dever ao fato de que o Brasil, relativamente distante e inerte do ponto de vista geopolítico, simplesmente não tem tanta importância nas questões de guerra na Ucrânia ou no Oriente Médio. Lula deveria parar de fingir que tem, e concentrar-se em assuntos mais próximos de casa.

'Golpe': Moraes nega pedido de Bolsonaro e diz que não admitirá 'tumulto processual'

Defesa do ex-presidente pediu manifestação da Procuradoria-Geral da República sobre postagem de Mauro Cid no Instagram

Loriane Comeli

O advogado Celso Vilardi e o ex-presidente Jair Bolsonaro, durante julgamento da denúncia do núcleo 1 da Pet 12.100 - 25/3/2025) | Foto: Gustavo Moreno/STF

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou um pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro no processo que apura suposta tentativa de golpe. A defesa de Bolsonaro pediu que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestasse antes da apresentação das alegações finais, em relação a uma conta do Instagram atribuída ao tenente-coronel Mauro Cid.

Moraes, relator do processo por suposta tentativa de golpe, disse que não permitirá atrasos ou práticas que possam comprometer o andamento do processo. “Não será admitido tumulto processual e pedidos que pretendam procrastinar o processo”, escreveu o ministro.

Moraes já havia estabelecido um prazo de 15 dias para a PGR entregar as alegações finais, etapa fundamental antes de a Corte decidir sobre a absolvição ou condenação de Bolsonaro e outros réus. Esta fase marca um dos momentos finais da ação penal.

O pedido da defesa de Bolsonaro negado por Moraes no processo de ‘tentativa de golpe’

O advogado Celso Vilardi, representante de Bolsonaro, argumentou que a PGR deveria incluir em sua análise dados fornecidos por Meta e Google, que, segundo ele, indicariam que Mauro Cid criou a conta investigada no Instagram.

Vilardi apontou que as informações mostram uso de e-mail pessoal de Cid e verificação desse endereço, além de registros de acessos quase simultâneos entre Instagram e o e-mail.

O tenente-coronel Mauro Cid | Foto: Arquivo/Reprodução/TV Câmara Distrital

Outro ponto destacado pela defesa foi a identificação de um endereço de IP na região de Brasília, onde Cid reside, e o uso do número de registro da conta pelo militar. Vilardi alegou que “as mentiras do delator não só têm se amontoado, como também são cada vez mais descaradas e, aparentemente, envolvem destruição de prova”, ressaltando que o perfil foi excluído.

Apesar das evidências citadas, o tenente-coronel Mauro Cid declarou à Polícia Federal, na semana passada, que não criou nem utilizou a conta em questão, além de afirmar desconhecer a identidade do responsável. Ele também negou o uso de redes privadas (VPN) e a troca de mensagens pela plataforma com o advogado Eduardo Kuntz, que disse ao STF ter conversado com Cid pelo perfil investigado.

Supersalários de juízes custam R$ 10,5 bilhões ao Brasil e disparam 49% em um ano

Levantamento mostra avanço de indenizações e auxílios que driblam o teto constitucional e elevam a média líquida mensal dos magistrados acima de R$ 60 mil

Yasmin Alencar

Sede do CNJ | Luiz Silveira/Agência CNJ

O Brasil encerrou 2024 com um aumento expressivo no custo dos supersalários pagos a juízes. As despesas chegaram a R$ 10,5 bilhões, alta de 49,3% em comparação ao ano anterior. Esse montante corresponde aos valores que ultrapassam o teto constitucional fixado para os magistrados. O levantamento foi produzido pelo Movimento Pessoas à Frente em parceria com o pesquisador Bruno Carazza. Trechos do estudo vieram a público nesta terça-feira, 1º.

O ritmo de crescimento dos gastos superou com folga a inflação oficial de 2024, que ficou em 4,83%. Na prática, indenizações, direitos eventuais e auxílios diversos garantiram aumentos robustos nos rendimentos de juízes. Todo esse volume de recursos sai do bolso dos contribuintes.

A Constituição prevê que salários de juízes e desembargadores não ultrapassem o teto do funcionalismo público, atualmente fixado em R$ 46,3 mil

A Constituição prevê que salários de juízes e desembargadores não ultrapassem o teto do funcionalismo público, atualmente fixado em R$ 46,3 mil, valor equivalente ao subsídio dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A Emenda Constitucional 19, aprovada em 1998, criou a figura do subsídio e determinou que o pagamento fosse unificado em parcela única. O objetivo era assegurar respeito ao limite máximo.

Uma mudança ocorrida em 2005, no entanto, abriu brechas significativas. A Emenda Constitucional 47 passou a permitir que pagamentos classificados como indenizatórios ficassem fora do teto. Essa categoria inclui valores relacionados a compensações, como auxílio-alimentação, transporte, ajuda de custo para mudança e diárias em viagens.

Ao longo dos anos, essa permissão serviu de base para que carreiras jurídicas e o Ministério Público, tanto federal quanto estadual, criassem novas vantagens pecuniárias. Nem todas, contudo, se referem a gastos que exigem ressarcimento real. Entre 2020 e 2024, os adicionais cresceram de forma acelerada. Dados revelam que a média líquida mensal recebida por magistrados já ultrapassa R$ 60 mil.

O estudo também revela que supersalários e valores extras já compõem 43,6% dos rendimentos líquidos da magistratura

O estudo também revela que valores extras já representam 43,6% dos rendimentos líquidos da magistratura. Entre as medidas propostas pelo Movimento estão a criação de um novo projeto de lei que classifique de forma clara as verbas remuneratórias e indenizatórias; critérios rígidos para a concessão de pagamentos com caráter reparatório e transitório; e aplicação correta do Imposto de Renda, a fim de reduzir a elisão fiscal.

Outra recomendação envolve a extinção de verbas classificadas indevidamente como indenizatórias e a transformação automática desses recursos em remuneração sujeita ao teto. O grupo defende ainda o bloqueio do chamado efeito cascata, que vincula reajustes automáticos a outras categorias, e a tipificação como improbidade administrativa de pagamentos acima do limite sem respaldo legal.

Estadão expõe a visão distorcida de Cármen Lúcia e do STF sobre democracia

Corte aprovou a regulação das redes sociais; para ministra, o país não pode ter '213 milhões de tiranos'

Luis Batistela

Cámen Lúcia, em sessão no STF - 25/06/2025 | Foto: Antonio Augusto/STF

Em editorial publicado nesta terça-feira, 1º de julho, o jornal O Estado de S. Paulo criticou duramente a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o Marco Civil da Internet e destacou o voto da ministra Cármen Lúcia. Ela disse, durante o julgamento, que “a censura é proibida constitucionalmente, mas não se pode permitir que nós estejamos numa ágora em que haja 213 milhões de pequenos tiranos soberanos. Soberano é o Brasil, soberano é o direito brasileiro.”

Para o Estadão, o julgamento mostrou o “despreparo constrangedor” de alguns ministros e o “voluntarismo” de outros. “Mas nada encarnou tão bem esse espírito daninho que animou o STF durante o julgamento quanto o voto da ministra Cármen Lúcia”, avaliou. “Noves fora a arrogância, trata-se de uma visão absolutamente distorcida da democracia, do papel do Judiciário e, não menos importante, do serviço que o Supremo deve prestar à sociedade.”

A frase escancara o espírito autoritário do julgamento: os magistrados tratam o povo como incapaz de conviver com opiniões divergentes e assumem para si o dever de vigiá-lo e tutelá-lo.

O STF decidiu que redes sociais podem ser responsabilizadas por conteúdos de usuários mesmo sem determinação judicial. A medida, aprovada no julgamento do artigo 19 do Marco Civil da Internet, abriu caminho para uma nova forma de censura digital no país.

Para o veículo, trata-se de uma medida autoritária, distorcida e perigosa para a democracia, ao permitir a responsabilização de redes sociais sem ordem judicial e transformar a Corte em agente de censura e tutela sobre os cidadãos.

Decisão traz risco de internet virar terra de ninguém

A maioria dos ministros optou por abandonar o critério de neutralidade das plataformas, autorizando a punição baseada em avaliações subjetivas e sem mediação do Judiciário. Segundo o editorial, a internet passa a operar sob o risco permanente de silenciamento prévio — motivado por denúncias individuais e interpretações ideológicas.

Plenário do STF durante a votação do Marco Civil da Internet – 27/06/2025 | Foto: Fellipe Sampaio /STF




O resultado é uma inversão completa do princípio democrático. Em vez de proteger os direitos individuais e punir excessos comprovados, o STF delegou ao ativismo digital o poder de censura.

Qualquer pessoa, movida por ofensa pessoal ou militância ideológica, poderá acionar as plataformas para exigir a remoção de conteúdos. Se não houver filtro jurídico, o que sobra é arbítrio.
STF ignora limites legais e assume papel de tutor da sociedade

Como resultado, essa lógica confirma o avanço de uma mentalidade intervencionista dentro da Corte. Nos últimos anos, ministros como Luís Roberto Barroso e Dias Toffoli vêm defendendo que o STF assuma o papel de “poder moderador” ou mesmo “editor do país”.

Conforme o Estadão, a fala de Cármen Lúcia se encaixa nesse projeto de reengenharia social conduzido por magistrados sem voto, mas com poder absoluto.

O Marco Civil da Internet já previa a responsabilização das plataformas em casos específicos, especialmente depois de decisão judicial. Ao ignorar esse mecanismo legal, o STF reescreve a legislação por meio de interpretações subjetivas e amplia a insegurança jurídica do setor.

Mais do que um episódio isolado, o julgamento reflete a consolidação de uma visão paternalista sobre a sociedade brasileira, afirma o jornal. O Judiciário, portanto, assume para si o direito de dizer o que o público pode ou não dizer, em vez de fortalecer sua maturidade. O resultado tende a ser o empobrecimento do debate público e a criminalização de opiniões legítimas, conclui o Estadão.

Novo salário mínimo paulista entra em vigor nesta terça-feira, 1º

Novo piso foi fixado em R$ 1.804, 10% superior ao de 2024

Mateus Conte

Tarcísio, durante assinatura do projeto para reajustar o salário mínimo - 30/04/2025 | Foto: Marcelo S. Camargo/Governo do Estado de SP

O novo salário mínimo do Estado de São Paulo começa a vigorar nesta terça-feira, 1º. O valor foi estabelecido pela Lei nº 18.153/2025, sancionada no começo de junho, e passa a ser de R$ 1.804 mensais.

De acordo com dados oficiais, o novo piso salarial é 18,8% superior ao salário mínimo nacional, atualmente fixado em R$ 1.518. Em relação ao piso paulista anterior, que estava em R$ 1.640, o reajuste corresponde a 10%.

Desde 2022, o piso estadual acumula um crescimento de 40,5%, enquanto a inflação do mesmo período foi de 15,1%. Conforme os registros da administração estadual, esta é a terceira vez consecutiva que o reajuste supera a inflação.

O projeto que originou o novo salário foi aprovado pelos deputados estaduais em duas sessões extraordinárias realizadas em 13 de maio. A atualização contempla 76 categorias profissionais, que passam a ter direito ao valor reajustado.

Profissões que receberão o novo salário mínimo

Trabalhadores domésticos;
Cuidadores de idosos;
Serventes;
Trabalhadores agropecuários e florestais;
Pescadores;
Contínuos;
Mensageiros;
Trabalhadores de serviços de limpeza e conservação;
Trabalhadores de serviços de manutenção de áreas verdes e de logradouros públicos;
Auxiliares de serviços gerais de escritório;
Empregados não especializados do comércio, da indústria e de serviços administrativos;
Cumins;
Barboys;
Lavadeiros;
Ascensoristas;
Motoboys;
Trabalhadores de movimentação e manipulação de mercadorias e materiais;
Trabalhadores não especializados de minas e pedreiras;
Operadores de máquinas e implementos agrícolas e florestais;
Operadores de máquinas da construção civil;
Operadores de máquinas de mineração;
Operadores de máquinas de cortar e lavrar madeira;
Classificadores de correspondência e carteiros;
Tintureiros;
Barbeiros;
Cabeleireiros;
Manicures e pedicures;
Dedetizadores;
Vendedores;
Trabalhadores de costura;
Estofadores;
Pedreiros;
Trabalhadores de preparação de alimentos e bebidas;
Trabalhadores de fabricação e confecção de papel e papelão;
Trabalhadores em serviços de proteção e segurança pessoal e patrimonial;
Trabalhadores de serviços de turismo e hospedagem;
Garçons;
Cobradores de transportes coletivos;
Barmen;
Pintores;
Encanadores;
Soldadores;
Chapeadores;
Montadores de estruturas metálicas;
Vidreiros;
Ceramistas;
Fiandeiros;
Tecelões;
Tingidores;
Trabalhadores de curtimento;
Joalheiros;
Ourives;
Operadores de máquinas de escritório;
Datilógrafos;
Digitadores;
Telefonistas;
Operadores de telefone e de telemarketing;
Atendentes e comissários de serviços de transporte de passageiros;
Trabalhadores de redes de energia e de telecomunicações;
Mestres e contramestres;
Marceneiros;
Trabalhadores em usinagem de metais;
Ajustadores mecânicos;
Montadores de máquinas;
Operadores de instalações de processamento químico;
Supervisores de produção e manutenção industrial;
Administradores agropecuários e florestais;
Trabalhadores de serviços de higiene e saúde;
Chefes de serviços de transportes e de comunicações;
Supervisores de compras e de vendas;
Agentes técnicos em vendas;
Representantes comerciais;
Operadores de estação de rádio;
Operadores de estação de televisão;
Operadores de equipamentos de sonorização;
Operadores de projeção cinematográfica.

Segundo informações do governo estadual, a medida busca valorizar o trabalho e ampliar o poder de compra dos profissionais incluídos na lei.

O cálculo do salário mínimo leva em conta a inflação dos últimos 12 meses, encerrando-se em novembro, e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos dois anos anteriores | Foto: José Cruz/Agência Brasil

VÍDEO: Homem morre após beber 13 copos de cachaça em aposta no norte da Bahia

Foto: Reprodução / Redes Sociais

O gari Diego Maradona Silva, de 36 anos, morreu no último final de semana em Remanso, no Norte da Bahia, após uma aposta em um bar. Ele bebeu 13 copos de cachaça do tipo americano durante um desafio com amigos, equivalente a quase 2 litros e meio. O sepultamento do corpo ocorre na manhã desta segunda-feira (30), no Cemitério de Remanso.

Nas redes sociais é possível ver os momentos antes da tragédia:

Segundo relatos de testemunhas da cidade, Diego e três amigos estavam bebendo quando uma quarta pessoa chegou ao estabelecimento. Conhecendo o recém-chegado, Diego propôs que, se os amigos bebessem 13 copos de cachaça, ele daria uma garrafa inteira.

O trio aceitou o desafio. Um dos amigos bebeu quatro copos, outro seis, e Diego conseguiu ingerir os 13 copos. Logo em seguida, o homem começou a passar mal, ficou pálido e espumou. Familiares o levaram para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas ele sofreu uma parada respiratória, não resistiu e morreu.

A família informou que o gari já enfrentava problemas com o consumo de álcool. Diego Maradona deixa dois filhos autistas, uma menina de 11 anos e um menino de 5, além de uma esposa grávida de sete meses.
Imagem da nota lançada pelo prefeito | Foto: Reprodução / Redes Sociais

Nas redes sociais, o prefeito de Remanso, Marcos Palmeira (PcdoB), expressou solidariedade aos familiares: “Recebo a notícia do falecimento do jovem Diego Maradona. Neste momento de dor, me solidarizo com os familiares, amigos e todos que tiveram o privilégio de conviver com ele. Desejo força e conforto a todos que sofrem com essa perda tão precoce”.

Municípios baianos cobram R$ 780 milhões de mineradoras por danos causados por tragédia de Mariana

Foto: Divulgação / Agência Brasil / Antonio Cruz

Cinco municípios do extremo sul da Bahia ingressaram com uma Ação Civil Pública (ACP) contra as mineradoras Vale, Samarco e BHP Brasil. As prefeituras de Caravelas, Nova Viçosa, Prado, Mucuri e Alcobaça cobram R$ 780 milhões em indenizações por danos ambientais causados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), ocorrido no dia 5 de novembro de 2015.

Segundo o G1, o colapso da barragem, que pertencia à Samarco, controlada pela Vale e BHP, resultou na morte de 19 pessoas e na liberação de 45 milhões de metros cúbicos de rejeitos no Rio Doce. O fato afetou o ecossistema, atingindo até o litoral baiano.

Conforme as prefeituras, os municípios ficaram de fora da repactuação firmada em outubro de 2024 entre as mineradoras, os governos federal e estaduais, além de instituições do Judiciário. O novo acordo, afirmam as gestões, não contempla as perdas socioambientais enfrentadas pelas cidades baianas ao longo da última década.

A ação foi protocolada na Vara Cível de Nova Viçosa na última sexta-feira (27). No documento, as prefeituras argumentam que os impactos ambientais persistem há quase 10 anos sem qualquer previsão de medidas compensatórias.

Procuradas pela imprensa, as mineradoras apresentaram respostas distintas. A Samarco informou que não comentaria o caso. Já a Vale afirmou que ainda não foi formalmente notificada sobre a ação. A BHP Brasil não se manifestou até o momento.

Conforme estudos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), realizados em 2016, metais pesados como ferro, cádmio e chumbo foram encontrados em níveis acima do permitido na foz do Rio Doce, em Linhares (ES), e alcançaram o Parque Nacional Marinho de Abrolhos, em Caravelas.

Uma pesquisa liderada em 2019 pelo geofísico Heitor Evangelista constatou que os corais da região já demonstravam sinais de alteração estrutural devido à presença desses elementos químicos. As gestões municipais argumentam que a contaminação afeta diretamente a produtividade local, principalmente nas atividades pesqueiras, turísticas e extrativistas.

Um novo acordo firmado entre as mineradoras, governos e órgãos de Justiça prevê um total de R$ 170 bilhões em ações de reparação, o que inclui R$ 38 bilhões já aplicados em medidas anteriores. Entretanto, os municípios baianos alegam que não foram contemplados na divisão dos recursos.

Crise? 5 restaurantes queridinhos fecham as portas em Salvador

Alguns desses restaurantes fecharam as portas devido crise financeira e até mesmo pessoais
O Paris 6, encerrou suas atividades por “motivos de força maior" - Foto: Divulgação

O fechamento de grandes restaurantes em Salvador pegou muitos clientes de surpresa. Icônicos nomes como Zafferano, Paris 6, Shiro, Larriquerri e Paraíso Tropical deixaram de atuar na capital baiana devido a crises financeiras e até mesmo pessoais 5 restaurantes que deram adeus em Salvador

Paris 6

Inaugurado em 2018 no Shopping da Bahia, o Paris 6, encerrou suas atividades por “motivos de força maior” em fevereiro de 2025. Sem detalhar as razões, o fechamento gerou especulações sobre dificuldades no mercado local.
Shiro

Popular restaurante de paladar japonês, o Shiro encerrou as operações presenciais e, após 19 anos de atividade no bairro da Graça. Considerado pela Veja o melhor restaurante de comida oriental de Salvador, o local agora foca em serviços de delivery e eventos externos.

Larriquerri e Zafferano

Após uma separação entre os sócios fundadores Rosa e Romildo Guerra, o Larriquerri também foi mais um queridinho que deu adeus à operação na capital baiana. O sabor que agradava o paladar de quem se aproximava do Garcia acabou em 2023, após 9 anos de funcionamento.

Já o Zafferano, conhecido por sua culinária italiana, encerrou suas operações. O estabelecimento, após 18 anos no Candeal, foi transformado no restaurante contemporâneo Zaffe por novos proprietários.

Paraíso Tropical

O Paraíso Tropical, famoso pela moqueca e pela integração do pomar ao terreno, anunciou um fechamento temporário. Localizado no Cabula, permanece sem previsão de reabertura há mais de sete meses, mantendo em aberto o destino desse querido ponto gastronômico.

VÍDEO: vítima de acidente no metrô de Salvador atravessou os trilhos

José Cosme ficou preso entre o trem e a plataforma após invadir a via na Estação Campinas de Pirajá

Resgate foi realizado com apoio do Corpo de Bombeiros e de agentes da CCR Metrô Bahia - Foto: Reprodução

Imagens de uma câmera de segurança, vazadas nas redes sociais nesta segunda-feira, 30, revelam o momento em que um homem tenta atravessar os trilhos da Estação Campinas de Pirajá, em Salvador, e acaba sendo atingido por um trem do metrô, no domingo, 29.

A vítima, identificada como José Cosme de Jesus Gonçalves, de 34 anos, aparece no vídeo pulando a plataforma e cruzando os trilhos para tentar alcançar um trem que chegava no sentido oposto. Segundo familiares, ele estava atrasado para o trabalho e decidiu cortar caminho — uma atitude que terminou em tragédia. José não conseguiu concluir a travessia a tempo e foi atingido, ficando preso entre o trem e a plataforma.

O resgate foi realizado com apoio do Corpo de Bombeiros e de agentes da CCR Metrô Bahia, que administra o sistema. José foi retirado inconsciente e entubado, sendo encaminhado pelo Samu ao Hospital do Subúrbio. Ele permanece internado em estado grave na UTI, com múltiplas fraturas, perfurações na região íntima e grande perda de sangue.

Em nota, a CCR afirmou que o acidente foi provocado pela violação das normas de segurança. A concessionária reforçou a necessidade de seguir orientações básicas como não acessar as vias, respeitar a faixa amarela na plataforma e evitar distrações.

Assista o vídeo

Alerta para nova tática de bandidos para invadir contas bancárias; saiba se proteger

Golpe segue sendo uma ameaça em 2025, mas não depende mais de links maliciosos ou arquivos infectados

Dados são de pesquisa de empresa de dados e tecnologia - Foto: Freepik

Nos últimos anos, golpistas têm trocado vírus sofisticados por métodos de engenharia social, usando ligações e aplicativos legítimos de acesso remoto para enganar vítimas. A tática, que ganhou força em 2024 e continua em 2025, explora a confiança e o desconhecimento de quem atende ao telefone.

Na prática, os criminosos ligam para as vítimas fingindo ser funcionários do banco e, em tom urgente, pedem que elas instalem apps como AnyDesk, TeamViewer ou QuickSupport.

Ao permitir o acesso remoto, a vítima entrega o controle do aparelho: os golpistas podem acessar o app do banco, fazer transferências, alterar senhas e até mudar configurações de segurança. Muitas vezes, os criminosos já têm dados pessoais vazados, tornando o golpe ainda mais convincente.

Como identificar o golpe?

Ligações inesperadas pedindo instalação de apps ou dados pessoais;
Pressa e tom alarmista para que a vítima não pense muito;
Pedido para acessar o celular remotamente;
Criminosos que sabem dados pessoais (como CPF e número da conta).
Como se proteger?Desconfie sempre de ligações pedindo apps ou dados sensíveis;
Nunca instale aplicativos durante uma ligação;
Use autenticação em dois fatores no app do banco;
Confirme informações apenas nos canais oficiais da instituição.
O que fazer se cair no golpe?Contate imediatamente o banco pelos canais oficiais;
Troque senhas de aplicativos e contas bancárias;
Desinstale o app de acesso remoto;
Registre boletim de ocorrência para formalizar a denúncia.

Como os bancos reagem?

Com tecnologias de monitoramento, bancos conseguem identificar acessos suspeitos e bloquear transferências até confirmar a identidade do cliente. Isso ajuda a evitar perdas maiores.
Resumo

Os golpistas se aproveitam de aplicativos legítimos para assumir o controle do celular da vítima e movimentar contas bancárias. Informação, cautela e contato direto com o banco são as melhores formas de se proteger.

Al-Hilal vence o City na prorrogação e avança às quartas de final

Time da Arábia Saudita vai enfrentar o Fluminense na próxima fase do Mundial de Clubes

Por AFP
Zagueiro do Al-HIlal comemora vitória sobre o City - Foto: PATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP

O Al-Hilal, da Arábia Saudita, surpreendeu ao eliminar o poderoso Manchester City nas oitavas de final da Copa do Mundo de Clubes nesta segunda-feira (30) com um impressionante placar de 4 a 3, em um jogo dramático que foi decidido no segundo tempo da prorrogação.

O City de Pep Guardiola vinha de uma goleada sobre a Juventus (5 a 2), e poucos acreditavam nas chances dos sauditas.

Mas os jogadores comandados por Simone Inzaghi mostraram ter personalidade e talento mais do que suficientes para silenciar um dos grandes favoritos do torneio.

Após um primeiro tempo de resistência, no qual o City abriu o placar por meio do português Bernardo Silva (9'), os sauditas viraram com gols dos brasileiros Marcos Leonardo (46') e Malcom (52'), antes do norueguês Erling Haaland empatar (55') e levar a partida para a prorrogação.

O Al-Hilal achou que tinha feito a parte mais difícil ao fazer 3 a 2 com o francês Kalidou Koulibaly (94'), mas dez minutos depois Phil Foden deixou tudo igual novamente (104').

Na reta final da partida eletrizante, Leonardo marcou seu segundo gol da noite (112') e mandou o City para casa.

Nas quartas de final, o Al-Hilal vai enfrentar o Fluminense, que mais cedo eliminou a Inter de Milão (2-0). O jogo será também em Orlando, na sexta-feira.

"Sinto uma grande satisfação. Os jogadores foram brilhantes, fizeram uma partida histórica contra um grande adversário e mereceram", disse Inzaghi à DAZN após o jogo.

Já Guardiola lamentou a eliminação. "É uma pena porque tivemos uma jornada incrível juntos (...) Fomos felizes aqui", disse o técnico espanhol.

"Vi muitas coisas boas que não via no passado", acrescentou o treinador na coletiva de imprensa.

- Uma muralha chamada Bounou -

O City começou melhor, criando suas melhores chances pelas pontas.

Em uma boa arrancada pela esquerda, os 'Citizens' tiveram a sorte de marcar o primeiro gol. A defesa afastou um cruzamento do lateral Rayan Aït-Nouri para a área, mas a bola bateu em Ilkay Gündogan e ficou solta na pequena área para Bernardo Silva marcar sem dificuldade.

O gol abriu o apetite do time inglês. O ponta Savinho vencia quase todos os seus duelos e encontrava facilmente seus companheiros. Mas sua melhor chance, um chute de pé esquerdo à queima-roupa, esbarrou numa grande defesa de Yassine Bounou.

O goleiro marroquino se tornou uma muralha intransponível no final do primeiro tempo. Em poucos minutos, ele defendeu um chute rasteiro de Gündogan, um disparo de longa dostância de Savinho, desviou uma cabeçada de Josko Gvardiol após um escanteio e interceptou um chute de Bernardo Silva na área. Um pesadelo para o City.

Enquanto isso, os jogadores do Al-Hilal finalmente conseguiam chegar perto do gol de Ederson, aproveitando, sobretudo, a velocidade do ponta brasileiro Malcom, seu grande destaque.

- Montanha-russa -

Não se sabe o que o técnico italiano Simone Inzaghi disse à sua equipe no intervalo, mas seus jogadores voltaram a campo decididos a vencer. Principalmente Malcom, um foguete lançado repetidamente na direção do gol do City.

O brasileiro finalizou na área um cruzamento perigoso de João Cancelo, e a sorte, que havia oferecido aos ingleses um gol fácil, mudou de lado. O chute do ponta rebateu em Ruben Díaz e chegou ao atacante Leonardo, que cabeceou para o gol vazio.

A torcida saudita levantou a voz e a incredulidade tomava conta do mundo do futebol. O Al-Hilal estava fazendo frente ao todo-poderoso City. A surpresa logo se transformou em espanto quando Malcom aproveitou um passe longo para correr a metade do campo e superar Ederson com um chute cruzado.

O City estava perdendo e parecia muito abalado. Mas, em um escanteio, Erling Haaland aproveitou uma falha na defesa saudita para empatar o jogo.

O time de Guardiola pôde respirar um pouco. Com Rodri em campo, substituindo Gündogan, os 'Citizens' voltaram a ter a posse de bola e pareciam perigosos.

O habilidoso ponta Jeremy Doku tentou a sorte pelo lado esquerdo, mas faltou precisão na finalização. Assim como Haaland, cujo chute passou pela linha do gol antes de ir para fora.

O Al-Hilal resistia bravamente, e a partida, contrariando todas as previsões, foi para a prorrogação.

Os comandados de Inzaghi voltaram a ser superiores na volta a campo. Um escanteio cobrado por Ruben Neves encontrou Koulibaly na pequena área, e o zagueiro francês acelerou para cabecear para o fundo da rede.

O time saudita acreditava na façanha, mas o City tinha talento de sobra. O francês Rayan Cherki, que havia começado no banco de reservas, deu um passe preciso para Phil Foden, que conseguiu finalizar com um chute de pé esquerdo, com pouco ângulo.

Uma disputa nos pênaltis se aproximava quando, em um contra-ataque, Emerson defenmdeu uma cabeçada de Sergej Milinkovic-Savic mas Leonardo, o herói do Al-Hilal, aproveitou a sobra para marcar à queima-roupa e fazer história.

Governo de SP cria cadastro de pessoas condenadas por estupro

O documento terá dados pessoais, foto e até DNA dos indivíduos

Tarcísio de Freitas, governador de SP - Foto: Vinicius Rosa / Governo de SP

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) sancionou segunda-feira, 30, a criação de um cadastro estadual de pessoas que tenham sido condenadas pelo crime de estupro. A lei deve entrar em vigor no prazo de 30 dias.

O projeto é de autoria do deputado Gil Diniz (PL) e foi aprovado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), no dia 30 de maio. O cadastro deve conter os dados pessoais completos, foto, características físicas, material genético e impressões digitais dos indivíduos. Além disso, serão inseridas informações sobre aqueles que tenham sido condenados e já tenham cumprido pena.

"Considera-se estuprador, para fins desta lei, aquele que tenha sido condenado, com sentença transitada em julgado, pela prática de estupro, ainda que cumprida a pena", afirma o texto.

A ferramenta irá reunir informações de condenados por estupro com sentença transitada em julgado, ou seja, quando o processo já estiver finalizado sem possibilidade de recursos e de mudança da decisão judicial.

A Secretaria de Segurança Pública do estado (SSP-SP) será responsável por regulamentar, atualizar e divulgar o acesso do cadastro. Ainda não foi divulgado quem poderá consultar o banco de dados nem como ele funcionará.

A proposta original definia que o cadastro seria disponibilizado no próprio site da SSP e que qualquer cidadão pudesse ter acesso à identificação e à foto do condenado. No entanto, esse artigo foi vetado pelo governador.

Internazionale 0 x 2 Fluminense | Melhores momentos | Oitavas | Copa do Mundo de Clubes

 


segunda-feira, 30 de junho de 2025

Vídeo: manifestantes pedem 'volta, Bolsonaro'

Multidão se reúne na Avenida Paulista na tarde deste domingo, 29, para ato convocado pelo ex-presidente da República

Anderson Scardoelli

Manifestantes com cartazes com críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, e que pedem a contagem pública dos votos | Foto: Uiliam Grizafis/Revista Oeste

O povo que foi à Avenida Paulista na tarde deste domingo, 29, marcou posição a respeito de quem deve comandar o Palácio do Planalto. Conforme registro de Oeste, o ex-presidente Jair Bolsonaro precisa retornar à chefia do Poder Executivo federal.

“Volta, Bolsonaro”, gritaram manifestantes que já estavam na Avenida Paulista antes das 14h, horário programado para o início dos discursos.

O ex-presidente, aliás, deve encerrar os discursos desta tarde. Além dele, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), devem falar. O mesmo ocorrerá com o organizador do encontro de hoje, o pastor Silas Malafaia, líder da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo.

O ato deste domingo tem como lema “Justiça já”. Além disso, o público presente pede por anistia aos presos do 8 de janeiro de 2023 e marca posição em favor tanto da liberdade quanto da democracia.

Oeste acompanha evento com Bolsonaro

A manifestação que conta com a presença de Jair Bolsonaro tem cobertura multimídia por parte da Revista Oeste. No site, texto mostra o minuto a minuto do ato. Pelo canal no YouTube, a publicação realiza transmissão ao vivo desde as 13h.

A cobertura audiovisual tem a apresentação de Paula Leal. Os comentários ficam por conta de Adalberto Piotto, Augusto Nunes, Carlo Cauti e Marina Helena.

Lula vai a Buenos Aires pela 1ª vez desde a posse de Milei

A viagem tem como objetivo a participação na Cúpula do Mercosul; o Brasil assume a presidência do bloco por 6 meses

Isabela Jordão

O presidente da Argentina, Javier Milei, e o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, na Cúpula do G20, no Rio de Janeiro | Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Lula embarca nesta semana para Buenos Aires, onde participará da Cúpula do Mercosul, que acontece entre a próxima quarta-feira, 2, e quinta-feira, 3. Será a primeira visita oficial do petista à Argentina desde a posse do presidente Javier Milei.

O encontro acontece em meio a tensões geopolíticas internacionais e à expectativa por uma conclusão do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia. A partir de julho, o Brasil assume a presidência rotativa do bloco até 31 de dezembro.

Os mandatos na chefia do Mercosul duram seis meses. O argentino Javier Milei foi o presidente do bloco no primeiro semestre deste ano.
  A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ao lado de Lula e dos demais chefes de Estado do Mercosul | Foto: Ricardo Stuckert/PR

A embaixadora Gisela Padovan, secretária de América Latina e Caribe do Itamaraty, destacou que o combate ao narcotráfico e ao crime organizado será uma das prioridades da presidência do Brasil. A ideia é intensificar a cooperação entre os países integrantes do bloco, sobretudo em áreas de fronteira.

“O Mercosul é fundamental para o desenvolvimento do nosso país, sobretudo pela qualidade do comércio regional”, afirmou Gisela. “Quase 95% das nossas exportações para a Argentina são de produtos manufaturados e de valor agregado… o que gera empregos industriais e movimenta a economia.”
Lula tem lista de pautas a promover durante mandato no Mercosul

Na área econômica, o governo brasileiro defenderá avanços na Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum (LeTec), que permite aplicar alíquotas diferentes da Tarifa Externa Comum (Tec) para determinados produtos. O objetivo é facilitar o comércio regional, reduzir barreiras e fortalecer setores estratégicos.

A Tec é uma espécie de barreira comum contra produtos de fora do bloco, como os oriundos da Europa ou da China. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior anunciou, na última sexta-feira, 28, que os países do bloco já autorizaram a inclusão de 50 novos códigos tarifários na lista.

Presidente da Bolívia, Luis Arce, durante Cúpula do Mercosul, em 8 de julho | Foto: Divulgação/Mercosul

O Brasil também pretende propor um acordo regional no setor automotivo — atualmente baseado em entendimentos bilaterais com a Argentina.

“Apenas cerca de um quarto da frota da região está no setor automotivo. Ainda assim, a regulação se dá por meio de acordos bilaterais”, explicou o embaixador Francisco Cannabrava, diretor do Departamento do Mercosul. “Queremos consolidar isso em um acordo regional.”

A presidência brasileira também deve incentivar a integração de produtos de valor agregado no setor açucareiro, como biscoitos e bolos, a fim de ampliar o comércio regional sem prejudicar a produção local dos países. O Brasil é responsável por mais de 90% da produção açucareira do Mercosul.
Acordo entre Mercosul e União Europeia era discutido há mais de 20 anos | Foto: Reprodução/Pexels

Já os Ministros do Meio Ambiente dos países do bloco devem se reunir durante a Cúpula para debater estratégias conjunta. Será lançado o programa Mercosul Verde, voltado à agricultura de baixo carbono e à promoção de exportações agrícolas sustentáveis. Os países também devem preparar uma mensagem conjunta para apresentar na COP30.

Na área de segurança pública, o Brasil promete defender ações coordenadas para o enfrentamento do crime organizado. A cooperação entre autoridades fronteiriças, como aconteceu na prisão do integrante do PCC Marcos Roberto de Almeida na Bolívia, será modelo para a atuação conjunta pretendida.

O bloco também deve discutir a posição da Bolívia, incorporada formalmente ao Mercosul em julho de 2023. O país ainda tem até quatro anos para se adaptar às regras do bloco e adotar a Tarifa Externa Comum. O Brasil deve reforçar o apoio à plena entrada do país, considerada estratégica para o fortalecimento da integração regional.

Tarcísio avisa: 'O Brasil não aguenta mais o PT'

O governador de São Paulo discursou no ato 'Justiça já', que o ocorre na Avenida Paulista na tarde deste domingo, 29

Anderson Scardoelli

Tarcísio de Freitas discursa na Avenida Paulista — São Paulo, 29/6/2025 | Foto: Uiliam Grizafis/Revista Oeste

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, subiu o tom em relação ao Partido dos Trabalhadores (PT). Ao discursar na tarde deste domingo, 29, na Avenida Paulista, no ato por “Justiça já”, ele listou motivos para para tirar a sigla do presidente Luiz Inácio Lula da Silva do poder.

“O Brasil não aguenta mais um governo gastador”, disse Tarcísio. “O Brasil não aguenta mais o PT.”

De acordo com o governador paulista, que integra os quadros do Republicanos, o povo dará a resposta aos petista em 2026. No caso, fez alusão às eleições gerais programadas para o próximo ano, quando eleitores irão votar para deputado estadual/distrital, deputado federal, dois senadores, governador e presidente da República.

Tarcísio reforço apoio a Bolsonaro
Bolsonaro acompanha discurso de Tarcísio na Avenida Paulista — São Paulo, 29/6/2025 | Foto: Uiliam Grizafis/Revista Oeste

Para o último cargo, Tarcísio enfatizou: reforçou que o seu candidato a presidente é — e será — o ex-presidente Jair Bolsonaro. Nesse sentido, o governador afirmou que trabalhará para ajudar a reverter a inelegibilidade do aliado, a quem serviu como ministro da Infraestrutura, que foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral e é réu em processo no Supremo Tribunal Federal, por suposta tentativa golpe de Estado.

“Não há democracia tirando uma pessoa das urnas”, declarou Tarcísio, em referência à condição política de Bolsonaro. O governador também repetiu o lema que havia dito na manifestação que ocorreu na Avenida Paulista no início de abril: “Se tudo está caro, volta Bolsonaro.”

Cobertura ao vivo da Revista Oeste

Desde às 13h deste domingo, a Revista Oeste transmite, por meio de seu canal no YouTube, a cobertura especial do ato “Justiça já”. Para a live, a apresentadora Paula Leal conta com as participações dos comentaristas Adalberto Piotto, Augusto Nunes, Carlo Cauti e Marina Helena.

Silas Malafaia cobra por anistia e critica Alexandre de Moraes: 'Ditador de toga'

Organizador do ato 'Justiça já', que ocorreu na tarde deste domingo, 29, em São Paulo, religioso afirmou que o STF implantou a 'censura nas redes sociais'

Anderson Scardoelli
O pastor Malafaia, durante discurso na Avenida Paulista — São Paulo, 29/6/2025 | Foto: Uiliam Grizafis/Revista Oeste

O pastor Silas Malafaia, líder da igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, reclamou publicamente do estágio atual do Poder Judiciário brasileiro. Na tarde deste domingo, 29, o religioso discursou no ato “Justiça já”, na Avenida Paulista.

As críticas de Malafaia foram diretas ao ministro Alexandre de Moraes e ao Supremo Tribunal Federal. O pastor definiu o primeiro como “ditador de toga”. Em relação à Corte, afirmou que, na semana passada, ela instituiu, na visão dele, a “censura nas redes sociais”.

O religioso aproveitou o momento para pedir, mais uma vez, pela concessão da anistia aos presos pelos protestos de 8 de janeiro de 2023. Nesse sentido, lembrou que essa questão cabe exclusivamente, conforme o parágrafo VIII do artigo 48 da Constituição, ao Congresso Nacional.

“Alô, Hugo Motta”, disse Malafaia, ao mencionar o presidente da Câmara dos Deputados. Ele direcionou a mesma mensagem ao presidente do Senado Federal — e consequentemente do Congresso —, Davi Alcolumbre (União-AP). “Alô, Alcolumbre.”

Malafaia critica delação de Mauro Cid e lembra de Clezão
O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid | Foto: Agência Brasil

Durante os quase 20 minutos em que discursou diante da multidão que marcou presença na Avenida Paulista neste domingo, Malafaia lembrou do acordo de colaboração premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência da República.

“Farsa de um pseudo golpe para tirar você do jogo”, disse o pastor, ao se dirigir ao ex-presidente Jair Bolsonaro. “Ranho de injustiça.”

Malafaia citou, por fim, o empresário Cleriston da Cunha, o Clezão, morto em novembro de 2023. Preso pelos atos de 8 de janeiro de 2023, Clezão, que enfrentava problemas de saúde, morreu sob custódia do Estado, na Penitenciária da Papuda, em Brasília. Ele estava atrás das grades por ordem de Moraes.

O pastor informou que Clezão era fiel da Assembleia de Deus Vitória em Cristo. “Ele era membro da minha igreja”, disse Malafaia. “Tem sangue nas mãos de Alexandre de Moraes. Se isso fosse um país sério, ele tomaria um impeachment.”

Malafaia reconheceu, no entanto, que para cassar o mandato de Moraes ou de algum outro ministro do STF é necessário ter um Senado composto por políticos que integram a direita.

“Não podemos errar os votos dos dois senadores”, disse o pastor. “Mas precisa ser uma direita séria, não uma direita prostituta, que se vende.”

Oeste acompanhou o discurso de Malafaia e de políticos que participaram do ato “Justiça já”.

Povo na Paulista é 'injeção de ânimo' para a direita, diz Flávio Bolsonaro

Senador afirmou que as pessoas não podem normalizar o autoritarismo no Brasil

Uiliam Grizafis

Senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) discursando na manifestação que ocorreu na Avenida Paulista | Foto: Reprodução/Redes sociais

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) exaltou a manifestação que ocorreu na Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo, 29. Em entrevista a Oeste, o político carioca afirmou que esse tipo de evento dá uma “injeção de ânimo” à direita brasileira.

Ele ainda disse que é importante o carinho que os apoiadores dão a seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Não há um líder político como ele.”

“Não podem normalizar o que ocorre no Brasil”

Para Flávio Bolsonaro, é fundamental que as pessoas não normalizem o que ocorre no Brasil. O senador se referiu às recentes decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a regulação das redes sociais e aos presos do 8 de janeiro de 2023.

“A Revista Oeste já foi censurada”, lembrou o político. “Fizeram campanha contra esse veículo que traz a verdade. Todos querem ler e ouvir Oeste. Se alguém se incomoda, basta deixar de ouvir ou ler.”

Conforme o filho do ex-presidente, a população não pode ser silenciada nem ameaçada. “Esses fatores estão destruindo os pilares da nossa democracia”, disse. “As manifestações dão um oxigênio para seguirmos na luta.”

Flávio Bolsonaro critica as decisões do STF

Sobre a recente decisão do STF de regular as redes sociais, Flávio disse que os ministros deram um golpe na democracia brasileira e na liberdade de expressão.

“Bolsonaro, por sua vez, nunca ameaçou a liberdade”, afirmou o senador. “Pelo contrário, travou projetos que tentavam criminalizar a opinião no Congresso Nacional.”

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) discursa em manifestação ‘Justiça já’, na Avenida Paulista, em São Paulo (29/6/25) | Foto: Uiliam Grizafis/Revista Oeste

As críticas aos políticos, de acordo com Flávio, fazem parte da democracia. O senador ressaltou que um verdadeiro líder não se acovarda diante das opiniões contrárias.

O parlamentar concluiu ao afirmar que a direita vai chegar forte às eleições de 2026. “Vamos ter pelo menos 50 senadores”, disse. “Mais da metade da Câmara dos Deputados vai ter políticos de direita.”

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