O inquérito investiga ofensivas virtuais direcionados a deputados e senadores que se opuseram ao PL do Aborto
Isabela Jordão

Sede da Polícia Federal em Brasília | Foto: Divulgação/ Governo Federal
A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta terça-feira, 2, uma operação com foco em combater ataques cibernéticos, do tipo negação de serviço, que atingiram deputados federais e senadores. Parlamentares que manifestaram apoio ao Projeto de Lei nº 1.904/2024, conhecido como PL do Aborto, foram alvo dos ataques.
Segundo o inquérito, múltiplos sites de deputados federais foram alvo de investidas coordenadas, o que gerou instabilidade e dificultou a comunicação institucional, além de prejudicar atividades legislativas. Dois mandados de busca e apreensão foram executados em endereços de suspeitos localizados em São Paulo (SP) e Curitiba (PR).
PF tem ajuda estrangeira em operação
Batizada de Operação Intolerans, a ação contou com cooperação jurídica internacional, que envolve parceiros estrangeiros. Em nota oficial, a Polícia Federal informou que as investigações visam a identificar todos os participantes e a responsabilizar os autores dos ataques.
Entrada da superintendência da Polícia Federal, em Brasília | Foto: DivulgaçãoO PL do Aborto, defendido por parlamentares que foram alvo dos ataques investigados pela PF, tramitou no Parlamento em 2024. De autoria do deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), o projeto fixa em 22 semanas de gestação como prazo máximo para abortos legais.
De acordo com o projeto, se a mulher provocar o aborto em si mesma ou permitir que um terceiro faça o procedimento, a pena passa de um a três anos de prisão para seis a 20 anos, ou seja, pena para quem realizar o procedimento com ou sem consentimento passa a ser de seis a 20 anos.
Diante da repercussão negativa do projeto, o autor do PL do Aborto disse que iria sugerir o aumento de pena de prisão a estupradores, além de alterações para que a vítima de estupro não seja punida com prisão. A tramitação está parada desde o ano passado.
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