Petista ainda destacou que existem pendências a serem resolvidas entre o Brasil e os Estados Unidos
Lucas Cheiddi
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante encontro com o presidente da República do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, durante o 47ª Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático - Asean, em Kuala Lampur, Malásia - 25/10/2025) | Foto: Ricardo Stuckert/PR
Depois da retirada das sanções norte-americanas contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e contra sua mulher, Viviane Barci de Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou que já enviou uma mensagem ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para agradecer a decisão. Contudo, o petista ainda destacou que existem pendências a serem resolvidas entre os dois países e que pediu a saída de outros ministros da lista de sancionados.
Lula revelou o contato durante entrevista ao SBT News gravada na última sexta-feira, 12, e exibida nesta segunda-feira, 16. “Já mandei uma mensagem agradecendo, dizendo ‘olha, muito obrigado [por ter tirado Alexandre de Moraes e a esposa da lista de sancionados pela Lei Magnitsky], ainda tem mais coisas para acertar entre nós’”, disse o petista. “Tenho certeza de que vai dar certo a nossa relação de comércio e a nossa relação política.”
Contexto das sanções contra Moraes e mais falas de Lula
Alexandre de Mores e Viviane Barci no em evento do STB – 12/12/2025 | Foto: Cesar Conventi/Estadão Conteúdo
O presidente reforçou não ter interesse em conflitos diplomáticos com os Estados Unidos. Ele ainda explicou que, na semana anterior à revogação das sanções, já havia solicitado diretamente a Trump o fim das punições contra autoridades brasileiras.
Moraes e sua mulher eram os únicos brasileiros incluídos na lista da Lei Magnitsky. A legislação é um mecanismo norte-americano criado para bloquear, de modo diplomático e financeiro, acusados de grandes violações de direitos humanos e corrupção.
Segundo analistas, a inclusão de Moraes teria ocorrido em retaliação à sua atuação no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos e três meses de prisão em processo penal relacionado a uma tentativa de golpe de Estado.
“Na semana passada [retrasada], resolvi mandar uma mensagem para ele [Trump]: ‘Precisa liberar todos os meus ministros que ele colocou nessa lei que pune pessoas de outros países'”, disse Lula. “E disse a ele que era importante lembrar que meus ministros estão sendo punidos porque cumpriram a Constituição.”
O presidente disse que ficou satisfeito com o anúncio do fim das sanções a Moraes. Ele também demonstrou otimismo sobre o possível encerramento de outras restrições a integrantes do governo brasileiro, como a revogação de vistos de ministros e magistrados.
Entre os afetados pela suspensão de vistos estão Alexandre Padilha (Saúde), Ricardo Lewandowski (Justiça) e os ministros do STF Edson Fachin, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Dias Toffoli, Flavio Dino e Gilmar Mendes.
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