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quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Polícia Federal aponta Rodrigo Manga como líder de organização criminosa

Prefeito de Sorocaba (SP) é acusado de ser beneficiário de esquema

Mateus Conte
O prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga, durante entrevista à CNN: 'Eu já esperava por isso' | Foto: Reprodução/YouTube

A Polícia Federal (PF) apontou o prefeito afastado de Sorocaba (SP), Rodrigo Manga (Republicanos), como líder de uma organização criminosa investigada por corrupção e lavagem de dinheiro em contratos públicos no município. O afastamento, determinado pela Justiça na última quinta-feira, 6, tem duração de 180 dias.

Segundo documentos obtidos pelo portal g1, os crimes teriam começado logo no primeiro mês da gestão de Manga, em janeiro de 2021. O grupo, sob sua liderança, teria atuado para favorecer empresas e organizações específicas por meio de contratos com a prefeitura.

No relatório, a PF afirma que o prefeito “é o líder do grupo criminoso investigado e principal beneficiário das práticas delitivas que ora estão em andamento”. O afastamento do cargo foi considerado necessário para “interromper os crimes que estão sendo praticados no âmbito da Administração Pública Municipal”.
Contratos de publicidade são apontados como fachada

A PF identificou a celebração de contratos de publicidade simulados como principal mecanismo para ocultar a origem ilícita dos recursos. Segundo os investigadores, as contratações foram firmadas entre a empresa 2M Comunicação e Assessoria, de Sirlange Rodrigues Frate, mulher de Manga, e pessoas jurídicas ligadas a outros investigados.

Em relatório, a PF afirma que os contratos “não passam de ficção, um estratagema elaborado com a finalidade de reinserir na economia formal os vultosos valores de origem ilícita, provenientes da atividade criminosa desenvolvida pelo grupo, intrinsecamente vinculada ao exercício do nobre cargo eletivo de prefeito municipal”.

O esquema teria movimentado cerca de R$ 450 mil por meio da empresa Sim Park Estacionamentos e mais R$ 780 mil com uma entidade religiosa. Parte dos pagamentos era realizada em parcelas mensais, conforme demonstram mensagens de WhatsApp obtidas pelos investigadores, que incluem notas fiscais e boletos emitidos pelos envolvidos.

A PF atua em conjunto com as polícias estaduais | Foto: Arquivo/Agência Brasil

UPA do Éden e contratos na Saúde estão no centro da investigação

Outra frente investigada envolve a contratação direta da organização social Instituto de Atenção à Saúde e Educação, antiga Aceni, para assumir a gestão de uma unidade de pronto-atendimento. Posteriormente, a entidade também foi escolhida para administrar uma unidade pré-hospitalar, antes sob responsabilidade do Instituto Diretrizes.

Áudios interceptados pela PF mostram conversas entre representantes da Aceni e o então secretário municipal de Saúde, Vinícius Rodrigues, para tratar da substituição. Em outro momento, o ex-secretário Fausto Bossolo afirma ter sido pressionado por Manga para agilizar a assinatura do contrato: “O Manga já me esculhambou, pois eu havia falado que ele assinaria hoje”.

A investigação também apura a compra de um imóvel com parte do pagamento feito em dinheiro vivo, em valor superior a R$ 180 mil, com a intenção de ocultar a origem dos valores.

Cunhado de Manga e empresário são alvo da PF

Josivaldo Batista de Souza, cunhado de Manga, é apontado como operador financeiro do grupo. Segundo a PF, ele mantinha registros das movimentações em seu celular, com anotações que sugerem supostas entradas de propina pagas por empresas contratadas pelo município.

O empresário Marco Silva Mott, dono da Sim Park, também é citado como peça central do esquema. Os investigadores afirmam que a empresa de Mott firmou contratos fictícios com a 2M Comunicação, pertencente à primeira-dama. Em abril, durante operação de busca e apreensão em sua residência, foram encontrados mais de R$ 600 mil em espécie. De acordo com a PF, Mott exercia “enorme influência”.

Os investigadores identificaram ainda fortes indícios de que os serviços contratados não foram executados. Para a PF, os contratos foram utilizados como disfarce para a movimentação de recursos ilícitos e serviram de lastro aparente para a lavagem de dinheiro.

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