Jornalista teve acesso a contrato encontrado pela Polícia Federal no celular do banqueiro Daniel Vorcaro, preso em novembro
Loriane Comeli
Moraes e a mulher, Viviane Barci | Foto: Reprodução/Redes sociaisAo prender o dono do Master, Daniel Vorcaro, a Polícia Federal encontrou, no celular dele, cópia do contrato de prestação de serviços entre o banco e o escritório da advogada Viviane Barci, mulher de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Essa informação foi divulgada no fim de semana pela imprensa. Agora, a coluna de Malu Gaspar, de O Globo, revela o valor do contrato: R$ 3,6 milhões por mês, durante 36 meses, que poderia alcançar o montante de R$ 129 milhões, se fosse cumprido integralmente. Entretanto, como o banco foi dissolvido, não se sabe quanto efetivamente foi pago pelos serviços advocatícios do escritório de Viviane.
Vorcaro foi preso em 17 de novembro, quando tentava embarcar para o exterior em seu jatinho particular. Entretanto, já está em liberdade, com decisão da desembargadora Solange Salgado, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). Na operação contra o Master, outros seis executivos foram presos.
Segundo O Globo, mensagens internas apreendidas durante a operação mostram que os pagamentos ao escritório de Viviane eram tratados como prioridade absoluta pelo Banco Master, mesmo em meio à crise financeira. O contrato tinha objeto amplo, com autorização para o escritório de Viviane representar o banco em diferentes áreas.
O escritório de Viviane e o Banco Master ainda não se manifestaram sobre o contrato. O ministro Alexandre de Moraes (STF) também não comentou o assunto.
Ação ajuizada pelo escritório de Viviane Barci em favor do Master

Alexandre de Moraes e Viviane Barci em solenidade no TSE | Foto: Isac Nóbrega/PR
O Globo também informa que entre as ações em que Viviane atuou, destaca-se uma queixa-crime protocolada em abril de 2024 por Vorcaro e pelo Master contra Vladimir Timerman, investidor da Esh Capital. O processo acusa Timerman de calúnia ao afirmar que Vorcaro teria “participado e/ou realizado operações fraudulentas entre GAFISA e o Fundo Brazil Realty”, do qual o Master era cotista, buscando, segundo a defesa, “atingir de forma criminosa a honra” dos querelantes.
A petição da queixa-crime a que a coluna de Malu Gaspar teve acesso, também assinada pelos filhos do ministro, Alexandre Barci de Moraes e Giuliana, além de outros dez advogados, sustenta que Timerman “desacreditou publicamente e comprometeu os atributos dos querelantes que os tornam merecedores de respeito perante a sociedade civil”. Vorcaro perdeu em duas instâncias, mas ainda pode recorrer.
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