Em nota, a legenda afirma que a declaração de Trump ‘acendeu alertas sobre a possibilidade de operações militares unilaterais no território venezuelano’
Sarah Peres

O governo dos EUA elevou a recompensa por informações que levem à prisão do ditador chavista para US$ 50 milhões | Foto: Montagem Revista Oeste//Reprodução/X
O Partido dos Trabalhadores (PT) emitiu uma nota oficial nesta segunda-feira, 1º, na qual expressa “preocupação” com a escalada de tensão entre os Estados Unidos e a Venezuela. A declaração ocorreu depois do anúncio do presidente norte-americano, Donald Trump, sobre o fechamento do espaço aéreo venezuelano para aeronaves sob jurisdição do país.
Em nota, o partido afirmou que “a América Latina deve permanecer como zona de paz, diálogo e cooperação” e defende que eventuais conflitos entre a Venezuela e os EUA sejam resolvidos por meios pacíficos.
A sigla ainda declarou que a fala de Trump de que “o espaço aéreo sobre e ao redor da Venezuela” estaria “totalmente fechado” acende, em tese, “alertas sobre a possibilidade de operações militares unilaterais no território venezuelano, em contrariedade ao direito internacional e ao princípio da soberania dos Estados”.
O documento também critica a decisão dos EUA de associar Maduro ao chamado Cartel de los Soles e classificá-los como líder de uma “organização terrorista estrangeira”.
O PT afirmou que a associação, “sem que tenha sido apresentada nenhuma evidência à comunidade internacional — medida que cria precedentes sensíveis para eventuais ações externas sob o argumento do combate ao ‘narcoterrorismo’”.
Mesmo diante das acusações de autoritarismo dirigidas ao regime Maduro, a nota pontuou que “o diálogo entre os presidentes dos EUA e da Venezuela deve prevalecer para que a via diplomática seja possível na resolução pacífica de conflitos”.
Tensão entre Venezuela e EUA
O posicionamento do PT foi divulgado poucas horas depois de manifestações lideradas por Nicolás Maduro em Caracas. Em ato público, o ditador venezuelano afirmou: “Nascemos para vencer e não para sermos vencidos! Queremos a paz, mas uma paz com soberania, igualdade, liberdade! Não queremos a paz dos escravos, nem a paz das colônias”.
A mobilização ocorreu enquanto os EUA enviam mais de 12 navios de guerra e cerca de 15 mil soldados ao Caribe. Washington afirma que a operação tem como objetivo combater o narcotráfico, enquanto Caracas interpreta o movimento como pressão para desestabilizar o regime.
Maduro reapareceu publicamente após dias de ausência. O ditador também enviou uma carta à Opep acusando os EUA de ameaças e tentativa de controle das reservas petrolíferas venezuelanas. Paralelamente, Trump confirmou ter mantido contato telefônico com Maduro, sem detalhar o teor da conversa.
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