Segundo o Instituto PoderData, 39% acham a atual gestão pior que a anterior, enquanto 38% dizem o contrário
Edilson Salgueiro
Lula na cúpula da Asean em Kuala Lumpur | Foto: Edgar Su/ReutersUma pesquisa nacional do Instituto PoderData expõe um dado preocupante para o Palácio do Planalto: a maioria dos brasileiros não considera o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva melhor do que o de seu antecessor, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com o levantamento, 39% dos entrevistados avaliam o governo Lula como pior do que o de Bolsonaro. Outros 22% afirmam que as duas administrações são equivalentes, enquanto apenas 38% dizem que o governo atual é melhor. Um porcentual residual de 1% não soube responder.
Embora o debate público costume se concentrar no empate técnico entre os que preferem Lula e os que veem sua gestão como pior, a soma dos dados aponta para um cenário menos favorável ao presidente: 61% dos brasileiros não atribuem superioridade ao atual governo.
A rejeição ao governo Lula
O levantamento revela dois tipos distintos de resistência ao governo petista. A rejeição ativa, formada pelos 39% que classificam a gestão Lula como pior, expressa desaprovação direta. Já a rejeição passiva, composta pelos 22% que consideram os governos equivalentes, indica frustração com a promessa de mudança e ausência de percepção de melhora.
Na prática, ambos os grupos convergem para o mesmo efeito político: a incapacidade do governo de formar uma maioria social que reconheça avanços em relação ao passado recente.
A estagnação petista
O grupo que avalia o governo Lula como melhor do que o de Bolsonaro permanece abaixo da metade do eleitorado, mesmo depois de quase dois anos de mandato. Segundo a própria série histórica do instituto, esse porcentual não apresentou crescimento relevante nos últimos meses, enquanto a parcela crítica ao governo oscilou levemente para cima.
O dado sugere estagnação do apoio comparativo e reforça a percepção de desgaste político progressivo, ainda que sem uma virada abrupta de humor do eleitorado.
Um governo sem maioria comparativa
Os números revelam um problema estrutural para o Planalto: a ausência de maioria clara que legitime o governo Lula como uma alternativa superior ao ciclo anterior. A elevada taxa de brasileiros que não veem diferença entre as gestões aponta para desalento, ceticismo e perda de expectativa.
Nesse cenário, o governo um contingente expressivo de eleitores que não se mobiliza em sua defesa, fator que limita sua capacidade política e fragiliza a narrativa de reconstrução nacional.
A pesquisa ouviu 2,5 mil pessoas em todo o país, entre os dias 13 e 15 de dezembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.
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