Resposta obtida via Lei de Acesso revela ausência de dados durante a vigência do acordo
Luis Batistela

Viviane Barci de Moraes, mulher do ministro Alexandre de Moraes | Foto: Ricardo Stuckert/PR
O contrato da advogada Viviane Barci de Moraes com o Banco Master previa atuação direta em quatro frentes do poder público: Receita Federal, Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, Banco Central (BC) e Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). No entanto, pelo menos em duas dessas instâncias, não há qualquer registro da presença dela ou de seu escritório. As informações são do jornal O Globo.
Por meio da Lei de Acesso à Informação, o BC informou que não encontrou movimentações da advogada entre janeiro de 2024 e a data atual, período de vigência do contrato.
O Cade também declarou que não localizou visitas ou reuniões da mulher do ministro Alexandre de Moraes e seus representantes, inclusive no contexto da venda do Master ao Banco de Brasília (BRB).
O acordo previa o pagamento de R$ 3,6 milhões mensais durante três anos ao escritório de Viviane, totalizando até R$ 129 milhões. O contrato se estenderia até o início de 2027, ano em Moraes deve assumir a presidência do Supremo Tribunal Federal (STF).
O escritório Barci de Moraes Associados, que conta com os dois filhos do casal, foi contratado para estruturar “cinco núcleos de atuação conjunta e complementar – estratégica, consultiva e contenciosa”, conforme o documento revelado pelo O Globo.
Apesar disso, o trabalho não deixou vestígios nem no BC nem no Cade, duas instituições diretamente envolvidas no caso Master-BRB.
BC identificou fraudes no processo de compra do Master pelo BRB
O BC rejeitou a compra do Master pelo BRB em setembro, três meses depois da aprovação do Cade. Segundo o procurador Gabriel Pimenta, que assinou o pedido de prisão dos executivos do Master, o BC identificou crimes financeiros e representou ao Ministério Público Federal.
Em documento enviado em outubro, o procurador destacou que a autarquia encontrou fraudes contábeis destinadas a encobrir prejuízos nas cessões de crédito. O rombo pode ter gerado perdas de R$ 12,2 bilhões ao BRB.
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