Deputado afirma que deixou o Brasil para proteger a família, acusa o ministro do STF de tirania e defende mobilização no Congresso
Fábio Bouéri

Em sua fala, Ramagem diz que o ex-ministro Luiz Roberto Barroso não teria suportado sustentar o ativismo político dentro do STF | Foto: Reprodução/X/@delegadoramagem
O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) divulgou nesta segunda-feira, 24, um vídeo nas redes sociais em que afirma estar “em segurança” nos Estados Unidos depois de deixar o Brasil com a família. Segundo ele, a viagem tem como motivo a perseguição política do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ramagem nega estar foragido. Afirma principalmente que sua mudança ocorreu antes da decretação da prisão preventiva por ordem de Moraes. O parlamentar classifica a determinação como “manifestamente ilegal”. Da mesma forma, argumenta que deputados estão sujeitos somente a prisão em flagrante ou depois da decisão final da Câmara dos Deputados. O site PlatôBR informou no final da tarde desta terça-feira, 25, que o brasileiro está com a família em um condomínio em Miami.
Ramagem: “Moraes sabe das ilegalidades”
Ramagem diz sobretudo que permanece “regular” para exercer o mandato mesmo à distância, amparado pelo regimento da Casa. No vídeo, ele desafia Moraes a enviar aos EUA o processo no qual está sob é investigação. Afirma principalmente que o ministro “sabe das ilegalidades” que cometeu e que assim uma eventual solicitação de extradição obrigaria autoridades norte-americanas a examinar o caso.
O deputado reforça as acusações de que Moraes atuaria como “tirano da toga” e “violador de direitos humanos”. Acrescenta ainda que a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro é “absurda, sem fundamento e ilegal”. Para Ramagem, decisões recentes do STF têm interesses políticos com o objetivo de “criminalizar manifestações públicas” e reduzir a mobilização de apoiadores de Bolsonaro até o período pré-eleitoral de 2026.
No discurso, o deputado incentiva as bancadas do agronegócio e evangélica a se mobilizarem para aprovar uma proposta de anistia ampla a investigados e condenados por participação nos atos de 8 de janeiro. Ele afirma que, se o tema entrar na pauta, há condições de aprovação tanto na Câmara quanto no Senado. “É hora de conseguir pautar a anistia. Se pautar, passa”.
Ramagem encerra dizendo que continuará atuando politicamente a partir dos Estados Unidos, que, segundo ele, representam “a maior nação livre e democrática do mundo”. Neste domingo, 23, a mulher do deputado, a delegada da Polícia Civil Rebeca Ramagem postou um vídeo em que mostra a chegada das filhas aos EUA para se juntar ao pai. “Perseguição política desumana”, disse Rebeca, para justificar a viagem.
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