Medidas rigorosas de fiscalização e sistema de rastreio digital eliminam registros de intoxicação
Fábio Bouéri

Rigor contra os criminosos e rastreio na produção zeram mortes por bebida adulterada na República Dominicana | Foto: Reprodução/Twitter/X
A República Dominicana está há três anos sem registrar mortes por álcool adulterado. O cenário contrasta com décadas de óbitos e contaminação de até 70% das amostras de bebidas por metanol.
O avanço foi possível com a criação principalmente de um aplicativo público de celular. Do mesmo modo, a ativação de um sistema nacional de controle, que permite aos consumidores verificarem a autenticidade do produto antes da compra.
Conforme dados do Ministério da Indústria e Comércio dominicano, em 2020 houve 369 casos de intoxicação e 277 mortes por consumo de bebidas adulteradas. Para combater o problema, o governo local endureceu a fiscalização. Da mesma forma, aumentou as penas de prisão para crimes de falsificação e contrabando. Em 2022, lançou o aplicativo Revísame. A ferramenta se tornou referência internacional pelo rigor e pela eficácia no rastreamento de bebidas.
República Dominicana: diferenças
No Brasil, o cenário é diferente: cinco mortes recentes foram confirmadas por contaminação por metanol. Outras 12 mortes ainda estão sob investigação. Há 29 casos de intoxicação registrados. O país já contava com o Sistema de Controle de Produção de Bebidas (Sicobe), extinto em 2016. Ele monitorava volumes de destilados e cervejas, mas com alcance menor e menos rigoroso que o modelo dominicano.
O tema volta à pauta judicial. O Supremo Tribunal Federal (STF) avaliará, entre 17 e 24 de outubro, se determina o restabelecimento do Sicobe, diante do aumento de casos de contaminação. Especialistas revelam que sistemas de rastreamento e fiscalização rigorosa, como o implementado na República Dominicana, podem reduzir significativamente os riscos à saúde pública e evitar mortes por consumo de álcool adulterado.
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