PF prende grupo que fraudava provas de residência médica

Esquema cobrava até R$ 140 mil por vaga e usava 'laranjas' e dispositivos eletrônicos para burlar o exame

Letícia Alves

Materiais que a PF apreendeu em operação neste domingo, 19 | Foto: Divulgação/ Polícia Federal

A Polícia Federal (PF) desarticulou, neste domingo, 19, um grupo que fraudava provas de residência médica em todo o país. A Operação R1 contou com apoio do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Durante a operação, os agentes cumpriram mandado de busca e apreensão na casa de um dos candidatos suspeitos, no Rio de Janeiro, e realizaram buscas pessoais ao fim da prova. Houve a prisão de cinco pessoas, quatro homens e uma mulher.

Outras três prisões ocorreram em um hotel de Juiz de Fora (MG). Os detidos seriam responsáveis por transmitir as respostas via ponto eletrônico aos candidatos dentro das salas de prova.

PF desarticula esquema de fraude em residência médica

Segundo a PF, o grupo se preparava para fraudar o Exame Nacional de Acesso à Residência Médica, também realizado neste domingo. Em caso de aprovação, o candidato pagaria R$ 140 mil.

O esquema funcionava de duas maneiras: a transmissão de respostas corretas aos candidatos por meio de dispositivos eletrônicos e o uso de “laranjas”, pessoas que faziam a prova no lugar dos verdadeiros candidatos com uso de documentos falsos.

A PF apreendeu equipamentos de transmissão de dados, o que resultou nas prisões em flagrante. Os suspeitos prestaram depoimento na Delegacia da Polícia Federal de Juiz de Fora e, depois, foram encaminhados ao sistema prisional. De acordo com a PF, eles permanecerão à disposição da Justiça.

Os materiais passarão por perícia técnica. Já os investigados poderão responder por fraude em certame de interesse público, associação criminosa e falsidade ideológica. Esses crimes podem resultar em até dez anos de prisão, além de multa.