Parlamentares denunciam uso de provas falsas e reabertura de inquérito baseado em informações desmentidas
Polianna Furtado

Filipe Martins foi preso sob a alegação de ter saído do país no mesmo dia, depois de ter tido seu nome incluso na lista de possíveis passageiros do voo presidencial que rumou para a Orlando | Foto: Reprodução/Redes sociais
Na tarde desta terça-feira, 21, parlamentares da oposição voltaram a denunciar o que classificam como um “padrão sistemático de abusos de autoridade e perseguição política” por parte da Polícia Federal (PF) e da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Filipe Martins.
Em coletiva de imprensa no Senado, líderes oposicionistas criticaram a reabertura de investigações contra o ex-assessor de Assuntos Internacionais da Presidência da República.
A PF informou, nesta segunda-feira, 20, ao Supremo Tribunal Federal (STF) que alguém pode ter simulado a entrada Martins nos Estados Unidos, no fim de 2022. Com isso, a corporação pediu a abertura de uma nova investigação sobre o caso.
Segundo os parlamentares, autoridades norte-americanas consideraram fraudulento o documento usado como base para a acusação contra o ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro. Deputados e senadores declararam que as acusações “já foram desmentidas por provas oficiais”.
Denúncia por uso de prova falsa no caso de Filipe Martins
O deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) afirmou que apresentou uma representação por denunciação caluniosa contra três delegados da PF: Fábio Alvarez Shor, Marco Bontempo e Luiz Eduardo Navajas Telles Pereira. Ele acusa os agentes de utilizarem informações falsas para sustentar a prisão e as investigações contra Filipe Martins e outros parlamentares da oposição.
“Ficou comprovada a origem fraudulenta da informação sobre a entrada de Filipe Martins nos Estados Unidos”, declarou Van Hattem. “Mesmo assim, eu, Eduardo Bolsonaro e Cabo Gilberto fomos investigados e indiciados com base nesse dado falso. Isso viola a Constituição, que nos garante imunidade parlamentar por opinião, palavras e votos.”
O parlamentar destacou que, há mais de um ano, a oposição já havia protocolado denúncia sobre o uso de documentos falsos na PGR, mas, segundo ele, o órgão ignorou os alertas.
“Há um ano, a Procuradoria já tem as informações nas mãos e não tomou providência alguma”, criticou o líder do partido Novo na Câmara. “Ao contrário: reagiu tentando distorcer os fatos.”
“Farsa” e “teatro político”
Já o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), classificou o caso como “uma farsa” e “um teatro para enfraquecer opositores e proteger aliados”. De acordo com ele, basearam a prisão de Filipe Martins em uma mentira.
“Quem vai pagar o preço da privação da liberdade desse cidadão?”, indagou Marinho. “Estamos vivendo um romance em casca. Uma farsa. Um teatro para enfraquecer opositores e proteger aliados.”
O senador também se manifestou contra a decisão da PGR de acatar o novo pedido da PF. “Mesmo depois do arquivamento anterior, querem reabrir o caso com base em insinuações e conjecturas”, argumentou Marinho. “Isso não é justiça, é perseguição.”
Para o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) foi uma “injustiça sem tamanho” a prisão de Filipe Martins.
“Fraudaram uma entrada dele nos Estados Unidos e usaram esse documento para prendê-lo”, disse o parlamentar goiano. “O maior crime que você pode cometer não é roubar, não é traficar, não é assassinar. Não é nada disso. O maior crime que você pode fazer é denunciar os crimes das autoridades.”
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