RADIO WEB JUAZEIRO : Lula se oferece como mediador entre EUA e Venezuela



segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Lula se oferece como mediador entre EUA e Venezuela

Proposta do brasileiro ocorreu durante reunião com o presidente Trump na Malásia, em meio à tensão crescente entre o governo norte-americano e o venezuelano

Eugenio Goussinsky
Aumentou a tensão entre EUA e a ditadura de Maduro | Foto: Reprodução/Instagram Nicolás Maduro

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se ofereceu para atuar como mediador na crise entre Estados Unidos (EUA) e Venezuela, durante reunião com Donald Trump, neste domingo, 26, em Kuala Lumpur, Malásia.

A proposta surgiu em meio a reunião entre ambos, voltada em grande parte às negociações para reduzir o tarifaço de 50% imposto pelos EUA a produtos brasileiros.

EUA e Venezuela acirraram as tensões a partir de agosto, quando Washington, acusando o governo venezuelano de dar suporte ao narcotráfico, enviou navios e aeronaves militares para o sul do Caribe.

Segundo o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, “o presidente Lula levantou o tema, disse que a América do Sul é uma região de paz.”

Vieira ainda acrescentou.

“E ele se prontificou a ser um contato, um interlocutor, como já foi no passado, com a Venezuela para se buscar soluções que sejam mutuamente aceitáveis e corretas entre os dois países.”

O encontro, realizado à margem da cúpula da Asean, sem ter um caráter oficial, durou cerca de 45 minutos. Participaram também o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Rosa, que confirmou que o nome de Jair Bolsonaro surgiu brevemente durante a conversa.

Lula fala em soberania da Venezuela em conversa com Trump

De acordo com O Globo, Trump reafirmou a pressão sobre o ditador Nicolás Maduro, enquanto Lula reiterou a defesa da soberania dos países vizinhos e a rejeição a qualquer intervenção estrangeira.

Analistas como Lucas Martins, especialista em História Americana e Estudos Globais da Temple University, na Filadélfia, destacam que pode haver uma relação entre a redução das tarifas e um alinhamento político.

“Os EUA podem condicionar concessões de tarifas ao Brasil a um alinhamento mais claro com os interesses americanos em detrimento de uma agenda chinesa”, afirmou Martins ao jornal. “A postura do Brasil em relação à Venezuela e ao uso do dólar nas transações é crucial para as negociações com o governo dos EUA.”

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