Proposta do brasileiro ocorreu durante reunião com o presidente Trump na Malásia, em meio à tensão crescente entre o governo norte-americano e o venezuelano
Eugenio Goussinsky

Aumentou a tensão entre EUA e a ditadura de Maduro | Foto: Reprodução/Instagram Nicolás Maduro
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se ofereceu para atuar como mediador na crise entre Estados Unidos (EUA) e Venezuela, durante reunião com Donald Trump, neste domingo, 26, em Kuala Lumpur, Malásia.
A proposta surgiu em meio a reunião entre ambos, voltada em grande parte às negociações para reduzir o tarifaço de 50% imposto pelos EUA a produtos brasileiros.
EUA e Venezuela acirraram as tensões a partir de agosto, quando Washington, acusando o governo venezuelano de dar suporte ao narcotráfico, enviou navios e aeronaves militares para o sul do Caribe.
Segundo o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, “o presidente Lula levantou o tema, disse que a América do Sul é uma região de paz.”
Vieira ainda acrescentou.
“E ele se prontificou a ser um contato, um interlocutor, como já foi no passado, com a Venezuela para se buscar soluções que sejam mutuamente aceitáveis e corretas entre os dois países.”
O encontro, realizado à margem da cúpula da Asean, sem ter um caráter oficial, durou cerca de 45 minutos. Participaram também o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Rosa, que confirmou que o nome de Jair Bolsonaro surgiu brevemente durante a conversa.
Lula fala em soberania da Venezuela em conversa com Trump
De acordo com O Globo, Trump reafirmou a pressão sobre o ditador Nicolás Maduro, enquanto Lula reiterou a defesa da soberania dos países vizinhos e a rejeição a qualquer intervenção estrangeira.
Analistas como Lucas Martins, especialista em História Americana e Estudos Globais da Temple University, na Filadélfia, destacam que pode haver uma relação entre a redução das tarifas e um alinhamento político.
“Os EUA podem condicionar concessões de tarifas ao Brasil a um alinhamento mais claro com os interesses americanos em detrimento de uma agenda chinesa”, afirmou Martins ao jornal. “A postura do Brasil em relação à Venezuela e ao uso do dólar nas transações é crucial para as negociações com o governo dos EUA.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por seu comentário.