Pesquisa foi feita na Universidade de Tel Aviv e a terapia descoberta também lida com problemas de equilíbrio
Eugenio Goussinsky

Estudo aborda deficiências de audição e de equilíbrio | Foto: Reprodução/Unplash
Um estudo da Universidade de Tel Aviv descobriu uma terapia genética capaz de proteger tanto a audição quanto o equilíbrio em situações de alterações no ouvido interno. A pesquisa foi publicada como destaque de capa na revista EMBO Molecular Medicine. Apresentou resultados animadores em experimentos com animais e pode servir de base para futuros tratamentos contra mutações que provocam perda auditiva.
A professora Karen Avraham liderou a pesquisa junto com a doutoranda Roni Hahn. “Os resultados até agora são promissores, sugerindo que a técnica poderá se tornar rotineira no futuro”, disse ela a Oeste.
No estudo, prossegue ela, foi aplicada uma estratégia inovadora para tratar a perda auditiva de origem genética. Foi constatado que este método melhora a eficácia terapêutica, além de abordar simultaneamente deficiências de audição e de equilíbrio.
“Acreditamos que esses resultados possam abrir caminho para o desenvolvimento de terapias gênicas capazes de tratar uma ampla variedade de distúrbios auditivos de base genética.”
Pesquisa para combate à surdez genética
O apoio financeiro veio da Fundação Binacional de Ciência EUA-Israel (BSF), do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH/NIDCD) e do Programa de Pesquisas Inovadoras da Fundação de Ciência de Israel. Os pesquisadores Jeffrey Holt e Gwenaëlle Géléoc, ligados ao Hospital Infantil de Boston e à Harvard Medical School, também contribuíram no estudo.
O gene Clic5, vital para a manutenção das células ciliadas responsáveis pela audição e pelo equilíbrio, foi o núcleo das análises. Caso haja ausência ou deficiência desse gene, a degeneração progressiva dessas células se inicia. Isso causa inicialmente perda auditiva e, em seguida, distúrbios no sistema vestibular, que controla a orientação e estabilidade corporal.
Para lidar com o problema, foi introduzida uma versão avançada do vírus adenoassociado (AAV), conhecida como scAAV. Esse elemento consegue inserir o material genético de forma mais rápida e eficaz, em doses menores que as convencionais. Tal procedimento evitou a degeneração das células em animas e preservou a função auditiva e de equilíbrio deles.
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