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sexta-feira, 2 de maio de 2025

Onda no Canadá é reconhecida como a mais extrema já documentada

Segundo pesquisadores, volume atingiu 17,6 metros de altura na região de Vancouver

Fabio Boueri
Sistema de câmeras flagra cena da invasão de uma onda gigante em área urbana de cidade litorânea no Japão; pesquisadores trabalham para detectar previamente fenômenos e reduzir riscos de novas tragédias | Foto: Reprodução/Twitter/X

Em novembro de 2020, uma boia próxima à cidade de Ucluelet, na Ilha de Vancouver, no Canadá, registrou uma onda de 17,6 metros. O que inicialmente parecia um evento apenas atípico e sem repercussão ganhou a condição oficial de onda mais extrema já documentada.

Conforme especialistas, o fenômeno, conhecido como ‘onda rebelde’ ou ‘onda gigante’, ocorre quando uma onda atinge o dobro ou mais da altura das ondas ao seu redor. No caso de Ucluelet, a onda foi quase três vezes mais alta que as demais, tornando-se assim um feito inédito na escala relativa, conforme análise dos pesquisadores.

Onda ocorre uma vez a cada 1.300 anos

O físico Johannes Gemmrich, da Universidade de Victoria, destacou: “Proporcionalmente, a onda de Ucluelet é provavelmente a mais extrema já registrada”. Fenômenos como esse são raríssimos. Estimativas indicam que uma onda rebelde dessa magnitude ocorre apenas uma vez a cada 1.300 anos.

O registro só foi possível graças a uma boia sob o comando da startup canadense MarineLabs, do setor de inteligência costeira. Sem o equipamento, o episódio talvez não teria registro científico.

Durante séculos, ondas gigantes ocuparam a condição principalmente de lendas náuticas. Foi apenas em 1995 que a ciência comprovou a existência desse tipo de fenômeno, com o registro da chamada Onda de Draupner, de 25,6 metros. O volume atingiu uma plataforma de petróleo no Mar do Norte. Desse modo, começou-se o estudo sistemático dessas formações extremas.

A partir daquele momento, diversas ondas semelhantes foram identificadas, inclusive em lagos. Embora a de Ucluelet não tenha sido a mais alta já registrada, ela se destacou por sua desproporção em relação ao padrão do mar no momento do impacto, o que a torna a mais extrema em termos relativos.

Como elas se formam; desafio para os pesquisadores

Pesquisadores continuam investigando os mecanismos de formação dessas ondas, com o objetivo de prever sua ocorrência e reduzir riscos. O trabalho envolve medições em tempo real e simulações das condições atmosféricas que favorecem tais eventos.

Ondas rebeldes representam ameaças significativas a embarcações, plataformas de petróleo, parques eólicos e comunidades costeiras. Apesar de a onda de Ucluelet não ter causado danos, há registros de episódios semelhantes com consequências fatais e desaparecimento de navios.

Com as variações climáticas, cientistas alertam que eventos como esse podem se tornar mais frequentes. “Capturar essa onda única em mil anos, bem no nosso quintal, é um sinal promissor do poder da inteligência costeira para transformar a segurança marítima”, afirmou Scott Beatty, CEO da MarineLabs.

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