Presidente diz que inflação está ‘razoavelmente controlada’ e insinua intenção de desmontar a ‘arapuca’ que o Banco Central armou para seu governo
Amanda Sampaio

A retomada do circuito radiofônico de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é, sem dúvida, parte da estratégia para tentar estancar a queda de popularidade. Mas as primeiras entrevistas do ano mostram o presidente perdido ao avaliar a inflação, o problema que atualmente mais aflige a população. O assunto é destaque no editorial do jornal O Estado de S. Paulo.
Conforme o veículo, a tática tem sido terceirizar responsabilidades, com argumentos que colocam o governo como vítima da alta de preços, e não como um de seus principais causadores, numa narrativa absolutamente desconectada da realidade.
Primeiro, a ouvintes de Minas Gerais, Lula buscou passar a ideia de que o governo leva “muito a sério” a inflação, que, segundo ele, “está razoavelmente controlada”. No dia seguinte, para rádios baianas, jogou a culpa do descontrole dos preços sobre o Banco Central (BC), acusando a gestão passada da instituição – sob o comando de Roberto Campos Neto – de ter armado “uma arapuca” para seu governo.
Essa armadilha, segundo o petista, não pode ser desmontada “de uma hora para outra”.
Difícil convencer a audiência de que a inflação está “razoavelmente controlada” diante do avanço dos preços de alimentos, afirma o Estadão. Levantamento divulgado no fim de janeiro pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) mostrou aumentos significativos em itens como leite longa vida (18,83%), carne (25,25%), óleo de soja (29,22%) e café torrado (39,6%). Todos esses produtos integram a cesta básica, ou seja, ao menos em teoria são imprescindíveis a todas as famílias.
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