Com apenas uma empresa realizando o serviço de transporte coletivo no município de Juazeiro, no Norte da Bahia, as reclamações são diversas e recorrentes. Há anos os usuários da empresa Joafra, antiga Joalina, fazem denúncias, relatam mau atendimento e reivindicam mudanças no serviço, mas a situação continua a mesma.
As queixas com relação ao serviço prestado pela empresa, no município baiano, só têm aumentado. Indignados, eles cobram providências do poder público.
“Entra gestão e sai gestão e esta empresa, mesmo sem oferecer um serviço que preste à população, continua reinando absoluta. Em que a Joafra contribui para o nosso município? Tem alguma ação de responsabilidade social, cultural? Tem compromisso com os moradores? De Juazeiro tira seus lucros e sequer presta um serviço digno. O monopólio continua, os usuários não são ouvidos e a prefeitura nunca adota nenhuma providência. Até quando?”, questionou um leitor do PNB.
Uma das reclamações é a falta de ônibus para atender a demanda, que cresceu ainda mais nas últimas semanas com o retorno das aulas presenciais. E diante da superlotação nos ônibus, principalmente nos horários de ‘pico’, os usuários cobram a ampliação da frota.
“Venho aqui fazer uma denúncia e ao mesmo tempo um apelo. Estou denunciando a superlotação dos ônibus Circular R1 e R2, que fazem linha tabuleiro, Itaberaba, e que estão indo e vindo nos horários de pico superlotados, sem contar a falta de estrutura dos mesmos. As aulas retornaram, o comércio há muito tempo voltou a funcionar normalmente, mas a pandemia ainda não acabou. Estamos expostos à doença, além do calor, da falta de segurança, e de outros transtornos que a superlotação provoca. Ainda por conta do aumento da demanda, os ônibus estão demorando mais no percurso devido a grande quantidade de pessoas subindo e descendo nos pontos. Peço encarecidamente a CSTT que reveja a frota do bairro, ao menos nos horários de pico”, cobrou uma usuária que reside no bairro Itaberaba.
O PNB encaminhou a reclamação para a CSTT. Em resposta, o órgão informou que “irá averiguar a demanda do cidadão com relação ao atraso e superlotação dos ônibus desta localidade”.
A companhia informou ainda que “a empresa de transporte coletivo, inclusive, já foi notificada outras vezes. Qualquer outra demanda ou sugestão da população pode ser encaminhada e formalizada diretamente no setor de transporte da CSTT, através do número (74) 3611-8836 ou na sede, na Rua Oscar Ribeiro, sem número, no Centro. Atendimento de segunda a sexta, das 8h às 14h”.
Estamos encaminhando a reclamação também para a empresa Joafra.
Outras reclamações
No último dia 31 o professor Demis Santana entrou em contato com a redação do Preto no Branco para reclamar que teve que sair do ônibus da empresa Joafra, porque o motorista não tinha troco para R$ 20,00. De acordo com o professor, o fato aconteceu no ponto situado em frente ao prédio do INSS.
“Moro no bairro João XXIII e subi no ônibus de número 1510 da Joafra, linha Residencial Dr. Humberto, e ao pagar o motorista com R$ 20, o mesmo alegou não ter troco e pediu que eu descesse do coletivo. Na hora, tentei ligar para reclamar, mas uma voz dizia que ‘o telefone não existe’, tentei fazer outros tipos de contatos com a empresa, mas meu esforço foi em vão. Vi na página da empresa na internet dezenas de queixas, porém não encontrei a opção de postar mensagem. Isso fere o direito do consumidor. O que eu acho mais grave é que os usuários não têm contato com a empresa”, contou o professor.
No dia 24 de março, o estudante Lucas, que mora em Juazeiro e estuda na UPE, em Petrolina-PE também procurou nossa redação para fazer queixas sobre a Joafra. De acordo com o estudante, a empresa retirou um ônibus especial que fazia o trajeto via faculdade às 18h e criou muitos problemas para o usuário.
“Em 2019, a Joafra colocava o ônibus especial via faculdade, às 18h, para pegar os alunos de volta e já vim direto para Juazeiro-BA. Acontece que agora, com a volta das aulas presenciais, simplesmente eles retiraram esse ônibus e a resposta que me deram é que estão sem previsão para reverter essa mudança. É uma situação complicada, porque eu moro no bairro Alto da Aliança, em Juazeiro, aí tenho que pegar o ônibus Petrolina/Juazeiro, via bairro Areia Branca, que já vem lotado, aglomerado com uma quantidade excessiva de alunos e trabalhadores. Além do mais, tenho que rodar 1h de relógio na cidade de Petrolina-PE para que o ônibus siga para Juazeiro-BA, e assim chegar no terminal para eu pegar outro ônibus. Isso sem saber qual horário irá passar um transporte para o bairro onde moro. É um descaso! Espero que eles revertam a situação o quanto antes”, apelou o estudante.
Outra questão que vem incomodando os usuários da Joafra, é a sujeira e as péssimas condições dos ônibus, como relatou a trabalhadora Cristina, que procurou nossa redação no dia 25 de março. Ela mora em Juazeiro-BA e trabalha em Petrolina-PE e também pega o coletivo que faz linha Petrolina/Juazeiro.
“Fiz questão de registrar, agora são 10h30 e estou indo para o trabalho, e olha a situação do ônibus da Joafra. Além de serem, praticamente, sucateados, ainda temos que enfrentar a sujeira se quisermos ir sentadas. Quero saber por quê é tão difícil a prefeitura licenciar uma nova empresa para nossa cidade? A cidade cresce e a demanda, consequentemente, aumenta. E nós continuamos com uma única empresa que não nos dá um serviço decente. Tenho 21 anos de moradia em Juazeiro, e as coisas não evoluem. Sempre dependi de ônibus e quem vive isso diariamente sabe exatamente do que está falando”, crítica a usuária.
O estudante da UNEB de Juazeiro-BA, Pedro Gabriel, também reclama do atendimento da Joafra. Ele contou ao PNB que foi surpreendido com alterações na linha de ônibus que costumava pegar e isso prejudicou sua chegada até a universidade. Com a demora no percurso, ele tem chegando atrasado para as aulas, segundo relatou.
“ Acabei sendo surpreendido com uma mudança quanto à linha que eu costumava pegar para me dirigir ao campus da universidade. Ocorre que eles alteraram os ônibus e agora nós, estudantes, temos que pegar o Circular R-1 (e não o R-2, como de costume). Porém, existem alguns problemas. Essa linha roda a cidade quase toda, para só então passar pela universidade, o que não seria um problema, caso as frotas estivessem em boas condições (não é o caso). Por isso, acabamos levando bastante tempo para fazer o trajeto – o que compromete a chegada antes do horário da aula”, contou o estudante. Isso é um desrespeito com os estudantes que dependem do transporte público e se veem obrigados ou a ir a pé (enfrentando o sol quente de 13h da tarde), ou a chegar atrasado para a aula, encarando um longo percurso em um ônibus em péssimas condições. A situação já era precária antes da pandemia, com apenas um ônibus e que vivia quebrando, mas agora piorou. Peço que a Joafra reveja isso e tenha o mínimo de bom senso para com os usuários – que pagam caro pelo serviço prestado,” reivindicou o universitário.
Da Redação PNB

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