Gestão da Secretaria de Educação de Juazeiro é alvo de críticas de professores e pais de alunos: “o retorno das aulas tem sido um caos generalizado”
Sibelle - Preto no Branco
Na manhã dessa terça-feira (5), o PNB publicou a reclamação de responsáveis por alunos da EMEI Maria Ferreira de Souza, localizada no distrito de Massaroca, Juazeiro, que continua fechada por falta de merendeira, apesar da Seduc ter anunciado o início das aulas presencias nas escolas do município.
“Sou morador de Massaroca e fico de boca aberta com a situação da educação no município. Enquanto temos uma escola que passa por reforma no mês de começar as aulas, o que poderia ter sido feito antes, e possui todo pessoal de apoio sem trabalhar, do outro lado temos uma creche fechada por falta de merendeira, um absurdo. Enquanto uns estão recebendo sem trabalhar, a EMEI fica fechada com tantas crianças precisando estudar.”, reclamou um pai.
“A falta de compromisso com a educação já passou dos limites. Já estamos em abril e nada foi resolvido. O que está faltando? Por que a prefeitura fecha os olhos para os anseios da população de Juazeiro? Essa questão toma minha mente todos os dias, vendo uma estrutura como uma EMEI fechada por um motivo tão fácil de resolver, enquanto mães e filhos sofrem sem apoio e atenção”, criticou.
Encaminhamos a reclamação para a Secretaria de Educação e o órgão informou que “o encaminhamento da profissional para a unidade de ensino já foi realizado”.
Após a publicação, outra mãe de aluno da rede municipal também relatou a falta de merendeira na escola do distrito de Juremal.
“Aqui também não tem merendeira, e os alunos estão levando a merenda de casa”, informou a mãe.
Insatisfação de pais e responsáveis
As reclamações sobre a gestão da educação municipal de Juazeiro têm sido recorrentes. Durante o período pandêmico, os responsáveis por alunos se queixaram da demora para liberar o kit merenda, com suporte alimentar para os estudantes, e sobre o valor estabelecido para o benefício que foi de duas parcelas de R$ 50 reais.
Desde o retorno das aulas presenciais, as manifestações de insatisfação com relação a administração da educação municipal, só aumentam, e vão desde a falta de transporte escolar, falta de profissionais, qualidade da merenda escolar, escolas sem estrutura física e inadequação de salas de aulas.
“Após dois anos sem aulas presenciais, os alunos deveriam ser recebidos com mais acolhimento e organização. Mas, ao contrário, a Secretaria de Educação tem se mostrado desorganizada, incompetente e sem nenhuma capacidade de gerir a educação municipal. O retorno as aulas, em Juazeiro, tem sido um caos generalizado”, criticou um pai de aluno, em contato com nossa redação.
Insatisfação dos professores
O ano de 2022 começou também com protestos dos profissionais de educação, pelo não pagamento do rateio do Fundeb e do auxílio tecnológico. Houve denúncias de supostas irregularidades no processo seletivo e demora na convocação dos profissionais. Em março foi deflagrada uma greve em reação ao reajuste dado pela gestão municipal, que não seguiu o piso nacional da categoria.
Os professores cobravam o pagamento de forma integral e linear do reajuste de 33,24% do piso nacional, mas o governo de Suzana Ramos anunciou um reajuste de 26% linear, e retirou direitos já conquistados pelos professores, segundo a APLB.
Também insatisfeitos com a administração da secretária Normeide Almeida, os professores da rede municipal, em assembleia na APLB Sindicato, na última sexta-feira (1) aprovaram uma moção de repúdio à gestora e, em um abaixo assinado, pediram sua exoneração do cargo.
Eles protestam contra a falta de diálogo com a gestora, e acusam a prefeitura de cortar um benefício que a categoria conquistou há muitos anos, por regência de classe, através do projeto de lei do executivo, aprovado pelos vereadores no último dia 25 de março.
“O governo municipal está tentando convencer a sociedade que os professores estão errados e não é verdade. A revolta é grande na rede toda e se não continuarmos juntos enfraquecemos. Aprovamos um abaixo assinado e uma nota de repúdio à secretária Normeide Almeida por atacar seus colegas e retirar seus direitos”, afirmou Gilmar Nery, diretor da APLB.
Professora do município há 23 anos, Maria Ângela Torres viu sua renda cair em mais de R$ 900 com a retirada da regência. “Estamos desmotivados e o que e pior, sem perspectiva de que haja uma melhora. O orçamento caiu bastante o que atrapalha qualquer pensamento em fazer planos”, desabou desanimada a professora que não se conforma em ainda ter que ouvir do governo municipal que o aumento foi de 26,51%.
Redação PNB

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