RADIO WEB JUAZEIRO : Primeiro foguete lançado pelo Brasil explode minutos após sair do solo



terça-feira, 23 de dezembro de 2025

Primeiro foguete lançado pelo Brasil explode minutos após sair do solo

Marcada inicialmente para novembro, a operação foi adiada cinco vezes

Por Gustavo Nascimento
Foguete foi lançado a partir de parceria entre a FAB e uma empresa sul-coreana, a Innospace - Foto: Divulgação | FAB

O foguete HANBIT-Nano, desenvolvido pela empresa privada sul-coreana Innospace, foi lançado na noite desta segunda-feira, 22, mais precisamente às 22h13, na base de Alcântara, no Maranhão. Este foi o primeiro lançamento comercial do Brasil.

A Operação Spaceward foi transmitida ao vivo pelo YouTube e teve a participação de 400 profissionais, sendo 300 militares. A empresa responsável encerrou o sinal de transmissão após o lançamento.

Contudo, minutos após o lançamento, foi possível observar uma explosão seguida de nuvem de fogo ao redor do foguete. O motivo da falha do lançamento ainda não foi esclarecido e a FAB (Força Área Brasileira) ainda não se manifestou sobre o caso.

A Operação Spaceward

A operação estava marcada inicialmente para novembro, mas foi adiada cinco vezes, quatro desde a última semana. Segundo a FAB, a janela de lançamento - ou seja, o intervalo de tempo para o foguete subir e entrar em órbita com o caminho livre de lixo espacial ou outros obstáculos - se encerraria nesta segunda-feira.

O HANBIT-Nano transportava oito dispositivos, sete brasileiros e um indiano, definidos como “experimentos”.

O foguete também transportava um satélite educacional equipado com versões teste de tecnologias como placas solares e instrumentos de navegação, além de mensagens de alunos da rede pública local e de comunidades quilombolas.

Marco Antônio Chamon, presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB) e representante da parcela civil do Programa Espacial Brasileiro, afirmou que os experimentos que seriam lançados na órbita brasileira ainda não são da elite da tecnologia do ramo, mas já representam um avanço da exploração nacional e proporcionam novos métodos de pesquisa, mesmo sendo considerados dispositivos de pequeno porte.

“Não estamos falando de satélites capazes de transmitir programas de televisão em cadeia nacional, mas sim da possibilidade de se transmitir um sinal para o espaço que será repetido e captado por uma estação em terra, geralmente na própria universidade. Estamos falando de cubos de até 10cm de altura, largura e profundidade e que pesam de um a três quilos.”

A Operação Spaceward em Alcântara envolveu uma cooperação do setor público com a iniciativa privada.

A FAB era responsável pela base militar e todos os seus sistemas, além dos portões, antenas e painéis de controle. Enquanto isso, a empresa sul-coreana Innospace ficou responsável por trazer o foguete desmontado até o país com uma equipe de engenheiros para a montagem e seus próprios sistemas de verificação.

Por sua vez, a AEB atuou como entidade reguladora responsável pelo licenciamento, que precisava ser concedido antes da empresa firmar contrato para a decolagem, e pela fiscalização do foguete e da estrutura montada, realizada às vésperas da operação.
Acidente de Alcântara

Em 2003, também na base de Alcântara, no Maranhão, 21 pessoas morreram durante uma explosão de um foguete ainda no solo. O acidente paralisou as atividades espaciais por alguns anos no Brasil.

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