Investigado como tentativa de roubo, caso segue sob mistério
Fábio Bouéri

O motorista Dener dos Santos e o momento do resgate | Foto: Montagem sobre reprodução/Twitter/X
O motorista Dener Laurito dos Santos, de 52 anos, afirma que não se recorda do momento em que supostos criminosos colocaram junto a suas pernas uma bomba falsa. O caso ocorreu na última quarta-feira, 12, no Rodoanel, na região da Grande São Paulo.
O caminhoneiro parou o veículo no meio da rodovia, onde permaneceu amarrado dentro da cabine por quase cinco horas. A rodovia travou por toda a manhã até a remoção do veículo, pouco depois das 10h.
Motorista diz que inalou gás
Em entrevista ao programa Domingo Espetacular, da TV Record, neste domingo, 16, o motorista disse que estava na parte de trás da cabine, onde há uma cama de descanso. Segundo ele, a cortina fechada impedia qualquer visão. “Só escutava barulho. Depois, não ouvi mais nada”, relatou.
O caminhão foi abandonado no km 45. A polícia conduz as investigações como tentativa de roubo. Dener afirmou que inalou um gás durante a ação. “Eu chorava, tossia, não conseguia falar”. Ele retornava do Peru desde 5 de novembro, depois de entregar uma carga de explosivos. A viagem havia começado em 12 de outubro, em Quatro Barras (PR).
Segundo o delegado Márcio Fruet, da Delegacia de Taboão da Serra, os investigadores tentam reconstituir o trajeto para identificar o momento da abordagem e os veículos que eventualmente se envolveram na operação. A versão de Dener indica que uma caminhonete levantou a caçamba e arremessou uma pedra contra o para-brisa do caminhão, obrigando-o a parar no acostamento.
Ao ser resgatado pela Polícia Militar, ele estava com uma das mãos livres. De acordo com o delegado, outros caminhoneiros que passavam pelo local conseguiram desamarrar parte das amarras durante a madrugada. A polícia quer saber se ele foi atacado por quadrilhas de roubo de carga que atuam na região.
O motorista contou que ao menos três homens entraram na cabine e o dominaram. Um deles assumiu o volante e ordenou que ele ligasse para a empresa. Dener disse ter sinalizado o sequestro ao funcionário que atendeu, o que provocou as agressões. “Tomei um chute na costela, no joelho. Pisaram no meu pé e torceram meu braço”.
Ele fez o teste do bafômetro, que deu negativo. “Perguntaram se tinha tomado álcool, rebite, drogas. Nem beber eu bebo”, disse o motorista. Segundo seu relato, os criminosos comentaram que usariam o caminhão para transportar armas, entre elas fuzis e espingardas. Também falaram em sequestrar outro funcionário e pedir resgate. Depois, teriam desistido e fugido.
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