Deputado federal disse que decisão não pode ser atribuída à diplomacia brasileira, mas à política interna dos Estados Unidos
Loriane Comeli

Deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) | Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se manifestou acerca da decisão do governo de Donald Trump de revogar as tarifas de 40% impostas sobre produtos brasileiros comprados pelos EUA.
Para Eduardo, que reside nos EUA e é acusado de tentativa de coação do Judiciário brasileiro para beneficiar seu pai, Jair Bolsonaro, no processo de “tentativa de golpe”, a decisão norte-americana não pode ser atribuída à atuação da diplomacia brasileira.
Em publicação na rede X, o parlamentar afirmou que “a diplomacia brasileira não teve qualquer mérito na retirada parcial dessas tarifas de hoje”. “Assim como beneficiou outros países, a decisão dos EUA decorreu apenas de fatores internos, especialmente a necessidade de conter a inflação americana em setores dependentes de insumos estrangeiros”, explicou o parlamentar.
Eduardo Bolsonaro expõe papel de Moraes na crise com os EUA
Ele também voltou a afirmar que a tarifa imposta pelos EUA ao Brasil “é consequência direta da crise institucional causada pelo ministro Alexandre de Moraes, cujos abusos já preocupam o mundo e afetam a confiança internacional no Brasil”. Moraes é o relator do processo contra o ex-presidente e de todos os casos do 8 de janeiro.
Os EUA sancionaram Moraes e a mulher dele com a Lei Magnitsky, a mais dura regra contra quem viola direitos humanos. No caso do ministro, a acusação é de afrontar a liberdade de expressão. Moraes e outros colegas do STF, assim como procurador-geral da República, Paulo Gonet, tiveram os vistos aos EUA cancelados pelo governo Trump.
Para Eduardo, a decisão dos EUA é motivada pela necessidade de mostrar “resultados rápidos” à população, para que a queda da inflação seja percebida antes das eleições legislativas previstas para 2026 nos Estados Unidos.
Ele acrescentou: “O Brasil precisa recuperar a segurança jurídica e o respeito às liberdades. Sem isso, não haverá crescimento duradouro nem relações internacionais confiáveis”, afirmou.
A ordem executiva de Trump
A ordem executiva assinada por Trump na noite desta quinta-feira, 20, determina o fim da tarifa de 40% sobre a importação de determinados produtos agrícolas brasileiros, com aplicação retroativa a 13 de novembro. Café, carne bovina, petróleo, frutas e peças de aeronaves estão entre os itens beneficiados, integrando a lista dos principais produtos exportados do Brasil para os EUA que agora deixam de sofrer as sobretaxas estabelecidas desde o início do tarifaço.
Segundo informações da Casa Branca, a medida prevê o reembolso dos impostos pagos sobre importações brasileiras a partir da última quinta-feira, 13, alinhando a decisão à medida tomada na sexta-feira 14, que reduziu tarifas “recíprocas” sobre produtos agrícolas importados de todos os parceiros comerciais. Até então, os produtos brasileiros enfrentavam uma taxa de 10%.
Com a nova ordem, é revertido o decreto de 30 de julho, que justificava as sobretaxas com base em uma “emergência nacional” gerada, segundo Trump, por políticas e condutas do governo brasileiro consideradas “incomuns” e “extraordinárias”, vistas como prejudiciais a empresas americanas, à liberdade de expressão nos EUA, à diplomacia e à economia do país.
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