Senadores iniciam fase de depoimentos para mapear expansão das facções
Letícia Alves

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues | Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado vai ouvir na terça-feira 18 o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, e o diretor de Inteligência Policial, Leandro Almada da Costa. O relator da comissão, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), solicitou as participações.
Os senadores devem questionar a PF sobre a atuação conjunta com a Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro depois da megaoperação no fim de outubro nos complexos do Alemão e da Penha.
Vieira argumenta que a presença da cúpula da PF é fundamental para esclarecer o diagnóstico sobre o poder das organizações criminosas. Além do grau de infiltração nos Estados e do impacto das estruturas de lavagem de dinheiro que sustentam milícias, facções e redes transnacionais.
A comissão também quer informações sobre a cooperação entre forças de segurança. Um dos exemplos é a Operação Carbono Oculto. Esta uniu PF, Receita Federal e Ministério Público paulista contra um grupo que usava fintechs e postos de gasolina para lavar dinheiro.
CPI do Crime Organizado
A instalação da CPI ocorreu em 4 de novembro. O senador Fabiano Contarato (PT-ES) preside o colegiado, formado por 11 titulares e sete suplentes.
Na quarta-feira 19, a CPI vai ouvir o diretor de Inteligência Penal da Secretaria Nacional de Políticas Penais, Antônio Glautter de Azevedo Morais. No mesmo dia, os senadores escutam o promotor Lincoln Gakiya, integrante do Gaeco e responsável por investigações sobre o PCC desde o início dos anos 2000.
Os depoimentos devem subsidiar o debate sobre o Projeto de Lei das Facções Criminosas. O relator, deputado federal Guilherme Derrite (PP-SP), já apresentou quatro versões do texto, ainda sem consenso entre governo e oposição.
A CPI tem 120 dias para concluir os trabalhos. O objetivo é investigar a atuação e a expansão de organizações criminosas, identificar seu funcionamento e propor melhorias na legislação para fortalecer o combate a facções e milícias.
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