Petista acusa governador do Rio de favorecer empresa ligada a fraudes e ao crime organizado
Fábio Bouéri

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, durante coletiva no Salão Verde | Foto: Lula Marques/Agência Brasil
O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de afastamento cautelar do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL).
O parlamentar acusa o chefe do Executivo fluminense de interferir nas investigações da Operação Carbono Oculto. A operação apura fraudes, lavagem de dinheiro e ligações entre empresas do setor de combustíveis e o crime organizado.
Lindbergh: “Defesa de devedor contumaz”
A representação, encaminhada ao ministro Alexandre de Moraes, solicita do mesmo modo a abertura de inquérito criminal e a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico de Castro. Segundo Lindbergh, o governo do Rio atuou para proteger interesses privados ao tentar reabrir a refinaria Refit, interditada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) e investigada pela Polícia Federal.
“A Procuradoria-Geral do Estado entrou para defender o maior devedor contumaz do Rio de Janeiro”, afirmou Lindbergh antes de uma reunião de líderes na Câmara. A refinaria, que acumula dívidas superiores a R$ 13 bilhões, é citada por envolvimento com organizações criminosas. Ela está no centro da investigação sobre o financiamento de facções, como o PCC.
O deputado classificou a atuação da PGE-RJ como uma “resistência política” que, segundo ele, “enfraquece o combate à sonegação e à criminalidade financeira”. Durante conversa com jornalistas, defendeu ainda a PEC da Segurança Pública, que propõe maior integração entre forças federais e estaduais no enfrentamento ao crime organizado, embora tenha reconhecido “resistência política” à medida.
Lindbergh afirmou também que o governo federal prepara uma operação de inteligência conjunta entre a Polícia Federal e a Receita Federal para desarticular esquemas financeiros ilícitos com ramificações no Estado do Rio de Janeiro. O governador Cláudio Castro não se manifestou sobre o pedido protocolado no Supremo.
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