RADIO WEB JUAZEIRO : Como foi a marcha pela anistia em Brasília



quarta-feira, 8 de outubro de 2025

Como foi a marcha pela anistia em Brasília

Manifestação em Brasília reuniu aliados e apoiadores de Jair Bolsonaro

Polianna Furtado
Marcha pela anistia em Brasília | Foto: Polianna Furtado/Revista Oeste

Nesta terça-feira, 7, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e parlamentares da direita realizaram uma marcha em defesa da anistia aos presos pelos atos de 8 de janeiro de 2023. A caminhada ocorreu na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) foi o primeiro a subir no trio para discursar ao público. Em sua fala, o parlamentar disse que “não vai abaixar a cabeça” diante dos acontecimentos contra o ex-presidente da República.

“Assim como ele não abaixou a cabeça, nós também não vamos abaixar a nossa”, disse Flávio, mencionando o seu pai, que cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto. “Cada vez que eu vou lá, por mais cansado que eu esteja, eu volto animado. Saio de lá convicto, cheio de energia, para continuar lutando por este Brasil, por cada um de vocês, pelos nossos filhos e pelas próximas gerações.”

Já o pastor Silas Malafaia, um dos organizadores do evento, afirmou que o Projeto de Lei da Dosimetria é “conversa para boi dormir”. “Não somos bois”, criticou. “Dosimetria não é papel do Congresso. Papel do Congresso é conceder anistia.”

Segundo ele, a caminhada foi uma resposta às manifestações organizadas pela esquerda no fim de setembro, que contaram com a mobilização de diversos artistas para atrair o público. “Não podemos deixar a esquerda com a última palavra naquela palhaçada de artistas de misturar temas.”

Na mesma linha de Malafaia, o senador Rogério Marinho (PL-RN) também criticou o ato da esquerda contra a anistia. Ele afirmou que a direita não precisa de artistas famosos em seus atos.

“Não precisamos da Lei Rouanet”, declarou Marinho, que é o líder da oposição no Senado. “Nós não precisamos enganar ninguém, não precisamos de narrativas. Precisamos apenas do senso de justiça.”

Para o senador Magno Malta (PL-ES), a luta da direita é pela aprovação da anistia. Afirmou, nesse sentido, que a oposição não vai aceitar a dosimetria.

“Estamos aqui numa caminhada que foi pensada”, afirmou o senador capixaba. “Não foi uma conclamação nacional. Foi uma caminhada para dizermos aos dois Poderes, à Câmara e ao Senado, e aos abutres que querem Jair Bolsonaro fora do processo político: o tempo de Deus para com Bolsonaro ainda não acabou. Nós não queremos dosimetria, porque dosimetria é coisa do Judiciário.”

A ex-primeira dama Michele Bolsonaro também participou da caminhada em Brasília. Em seu discurso, agradeceu pela presença do público e disse que o seu coração se alegrou “ao ver multidão” em defesa da anistia. Ela ressaltou também a violação de direitos contra Bolsonaro.

“Agradeço a todos por terem saído de casa pela anistia ampla, geral e irrestrita”, disse Michelle. “O meu marido continua preso, com seus direitos violados — direitos que estão na Constituição Federal e que não estão sendo respeitados por aqueles que dizem defendê-la.”

Michelle também criticou a proposta de dosimetria. Para ela, o texto apresentado pelo relator do tema na Câmara, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), “não é constitucional”.

“Dosimetria não vai apagar o passado dessas pessoas”, enfatizou a ex-primeira dama. “Dosimetria não vai tirar a mancha, a dor e o drama desses homens e mulheres que estão presos. A anistia geral, ampla e irrestrita vai pacificar o Brasil. Vai trazer a paz à nossa nação e amenizar o sofrimento de tantas famílias.”

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) ressaltou o poder de mobilização da direita em defesa da anistia dos presos do 8 de janeiro.

“Estamos fazendo tudo o que eles não queriam que fizéssemos: continuar”, disse o parlamentar mineiro. “Estamos aqui, milhares de pessoas, e não teve um dia em que eu não me lembrasse de vocês. Essa luta não começou hoje. Desde a CPMI [do 8 de janeiro], há seis meses, estamos enfrentando diversos ministros, enfrentando um e outro, mas seguimos firmes. Estamos aqui para dizer ao Brasil que podem marcar manifestação em qualquer dia da semana.”

Pedidos de anistia fora do trio

Alguns deputados optaram por acompanhar a marcha no meio do público. Entre eles, o deputado Marcelo Crivela (Republicanos-RJ). Segundo ele, o sentimento foi “solidariedade, amor ao próximo, busca pela paz e pela anistia”.

O deputado Coronel Assis (União-MT) destacou que, mesmo com uma convocação de última hora, “o povo compareceu em massa”.

“Isso mostra o sentimento de indignação do povo”, disse Assis. “Traficantes, estupradores, latrocidas não cumprem 12 anos de prisão. Aos presos pelo 8 de janeiro, temos penas acima de 14 anos. Isso é uma irrazoabilidade. Por isso, estamos cobrando anistia e justiça. Essa manifestação mostra o sentimento do Brasil.”

A Oeste, o deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) disse que a marcha foi uma oportunidade de “mostrar ao Brasil que o povo precisa de justiça, paz e anistia”.

O deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) destacou que, apesar do horário e do dia escolhido para o ato em Brasília, “foi uma boa manifestação”. Ele também condenou o Projeto de Lei da Dosimetria.

“Não queremos a dosimetria”, afirmou Jordy. “A dosimetria é uma aberração inconstitucional. Aprovamos a urgência do projeto da anistia, não da dosimetria.”

O relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), deputado federal Alfredo Gaspar (União-AL), também esteve presente na caminhada. A Oeste, o parlamentar alagoano declarou que “a população brasileira quer pacificação”.

“Hoje o sentimento aqui é que Jair Bolsonaro está sendo perseguido e junto com ele centenas de brasileiros”, afirmou Gaspar. “Viemos para as ruas para clamar pela pacificação.”

Para o senador Eduardo Girão (Novo-CE), a oposição mostrou na marcha que “o sentimento é que a chama não se apaga.” “O que está acontecendo com essas pessoas é uma tremenda injustiça”, avaliou. “A vida deles foi devastada. A anistia precisa acontecer, já!

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