RADIO WEB JUAZEIRO : Desmatamento na Amazônia cresce 4% em 12 meses



sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Desmatamento na Amazônia cresce 4% em 12 meses

De agosto de 2024 a julho deste ano, 4,5 mil km² da Floresta Amazônica foram atingidos

Loriane Comeli

O desmatamento na Amazônia totalizou 4,5 mil km² entre agosto de 2024 e julho de 2025, segundo dados do programa de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O número representa um aumento de 4% em relação ao período anterior, quando a área desmatada foi de 4,3 mil km².

Os números do desmatamento foram divulgados nesta quinta-feira, 7, em evento conjunto dos ministérios do Meio Ambiente e da Ciência, Tecnologia e Inovação e do Inpe. O levantamento considera tanto áreas atingidas por incêndios quanto corte raso, que é a remoção total da vegetação. O crescimento do desmatamento foi impulsionado sobretudo pelos focos de incêndio no segundo semestre de 2024.

Na entrevista coletiva, os membros do governo disseram que a alta de 4% foi a menor já registrada pelo sistema desde o início da série histórica.

Registro de incêndio florestal em parte da floresta amazônica | Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Impacto dos incêndios e corte raso

Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, disse que “incêndios em florestas úmidas, antes pouco relevantes para o desmatamento, têm se intensificado com a mudança do clima”, mas não explicou como isso acontece.

Um estudo do World Resources Institute mostrou que, em 2024, quase metade da perda global de floresta tropical primária foi consequência de incêndios. No ano passado, o segundo de Lula, houve recorde de incêndios nas florestas do Brasil.
Cerrado

No cerrado, a área sob alerta de desmatamento caiu 20,8%, passando de 7 mil km² para 5,6 mil km². Maranhão e Minas Gerais apresentaram recuo de 34%; enquanto Tocantins reduziu 29%; Mato Grosso, 19%; e Bahia, 7%. Piauí foi exceção, com aumento de 33% nos alertas. Já no Pantanal, a redução chegou a 72%, passando de 1,1 mil km² para 319 km².

Entre janeiro e junho de 2025, houve queda de 65,8% nas áreas queimadas e de 46,4% nos focos de calor em todo o país, segundo avaliação do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da UFRJ e do Inpe.

Fiscalização e medidas do governo

No último ano, o Ibama realizou 9.540 operações de fiscalização na Amazônia, nas quais aplicou R$ 2,4 bilhões em multas e emitiu 3,1 mil embargos, que atingiram uma área de 5,1 mil km², além de efetuar 2,1 mil apreensões e destruir 873 equipamentos usados em crimes ambientais.

Marina Silva afirmou que o governo trabalha com o objetivo de “zerar o desmatamento até 2030”, por meio de várias iniciativas. Entre as ações estão a contratação de 4.385 brigadistas, um acréscimo de 26% em relação a 2024, aquisição de sete helicópteros para o Ibama, liberação de R$ 850 milhões do Fundo Amazônia, apoio de R$ 405 milhões aos Corpos de Bombeiros da Amazônia Legal, R$ 150 milhões para combater incêndios no cerrado e no Pantanal, além de R$ 785 milhões para o Programa União com Municípios.

Outras medidas destacadas incluem a implementação da Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, os Planos de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas em todos os biomas e a sanção da Lei 15.143, de 2025, que aumenta a capacidade de resposta a incêndios e facilita a contratação de brigadistas.

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