O petista esclareceu que a diplomacia brasileira se apoia no acionamento da Organização Mundial do Comércio como primeiro passo
Yasmin Alencar

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião com integrantes do governo | Foto: Ricardo Stuckert/R
Durante entrevista à TV Record, nesta quinta-feira, 10, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou que o Brasil busca uma reação conjunta com outros países impactados pelas tarifas elevadas pelos Estados Unidos. A proposta envolve apresentar um recurso à Organização Mundial do Comércio (OMC). O posicionamento surgiu um dia depois de Donald Trump, presidente norte-americano, comunicar o aumento para 50% nas tarifas aplicadas aos produtos brasileiros.
O Itamaraty e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) já mantêm conversas com autoridades norte-americanas. Lula esclareceu que a diplomacia brasileira se apoia no acionamento da OMC como primeiro passo.
“Do ponto de vista diplomático, nós temos que recorrer à OMC”, disse Lula. “Você pode, junto com a OMC, encontrar um grupo de países que foram taxados pelos Estados Unidos e entrar com um recurso na OMC. Se nada disso der resultado, vamos ter que fazer a Lei da Reciprocidade.”
Em outro momento da entrevista, Lula comparou a carta de Trump com declarações passadas. Para o petista, a mensagem recente não apresentou tom mais severo que os discursos anteriores do republicano. Ele também relembrou críticas de Trump ao debate sobre uma moeda alternativa ao dólar. Essa discussão ocorre entre os países que integram o Brics.
Lula voltou a defender novas possibilidades de comércio com diversos parceiros internacionais
O presidente voltou a defender novas possibilidades de comércio com diversos parceiros internacionais. Lula declarou que o Brasil não precisa utilizar dólares para negociar com países como Venezuela, Bolívia, Chile, Suécia, União Europeia e China. Segundo ele, essas transações podem acontecer em moedas locais.
“Nós temos interesse de criar uma moeda de comércio entre os outros países”, declarou o presidente. “Eu não sou obrigado a comprar dólar para fazer relação comercial com a Venezuela, com a Bolívia, com Chile, com a Suécia, com a União Europeia, com a China. A gente pode fazer nas nossas moedas.”
Na parte final da entrevista, Lula apontou que os Estados Unidos, se discordarem dessa posição, devem buscar um fórum internacional. Para ele, a questão deve ser discutida em instâncias multilaterais. O presidente afirmou que o diálogo precisa ocorrer de maneira civilizada e com respeito entre as nações.
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