Editorial critica política fiscal do governo e vê risco de colapso no arcabouço fiscal até 2027
Yasmin Alencar

Em editorial publicado nesta terça-feira, o jornal O Estado de S. Paulo critica a condução da política fiscal do governo Lula, ao analisar a decisão da agência Moody’s de alterar a perspectiva da nota de crédito do Brasil de positiva para estável. Segundo o texto, a mudança sepulta, no curto prazo, a possibilidade de o país recuperar o grau de investimento — objetivo que Lula esperava alcançar até o fim de seu mandato, em 2026.
O editorial afirma que, em vez de buscar um reequilíbrio estrutural das contas públicas, o governo apostou em uma estratégia política, com viagem de Lula e o ministro Fernando Haddad a Nova York para tentar convencer as agências de risco.
“Na ânsia por recuperar o selo de bom pagador, conquistado em 2008, no segundo mandato de Lula da Silva, e perdido em 2015, durante a administração Dilma Rousseff, o governo trocou os pés pelas mãos”, diz o jornal.
Embora a Moody’s tenha elevado a nota do Brasil em outubro, o jornal considera que a decisão foi “excessivamente benevolente”, já que a vulnerabilidade da economia estava no campo fiscal, com a dívida em relação ao PIB sem sinais de estabilização.
Desde então, o governo não correspondeu ao voto de confiança. Pelo contrário, adotou medidas eleitoreiras, como a promessa de isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, anunciada em rede nacional por Haddad, e a ampliação de programas sociais.
Governo Lula só pensa na reeleição
“Foi como um divisor de águas, em que ficou claro que a prioridade do governo, a partir de então, seria a reeleição de Lula.”
Para o Estadão, o cenário fiscal do país tende a se deteriorar, com risco de inviabilizar as despesas discricionárias e o arcabouço fiscal já em 2027, como apontado pela ministra do Planejamento, Simone Tebet.
“Enquanto a Moody’s ajusta sua rota, o País mantém a marcha rumo à inviabilização das despesas discricionárias e do arcabouço fiscal já em 2027.”
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