RADIO WEB JUAZEIRO : Estamos indo rumo a uma terceira guerra mundial?



sexta-feira, 13 de junho de 2025

Estamos indo rumo a uma terceira guerra mundial?


Após os ataques de Israel contra o Irã, agora em junho, muitas pessoas em diferentes partes do mundo se perguntam se a humanidade está de fato à beira de uma terceira guerra mundial. O fato é que o ano de 2025 tem se revelado um período de redefinição de alianças, reposicionamentos geopolíticos e aumento de disputas, em que decisões estratégicas tomadas por grandes potências podem redesenhar toda a ordem internacional. Para compreendermos melhor este cenário atual, é essencial considerarmos os acontecimentos recentes e os interesses que movem os principais países no contexto global.

Agora em junho de 2025, Israel executou a Operação Rising Lion (Leão que se Levanta), uma ofensiva aérea preventiva de grande e…

Após os ataques de Israel contra o Irã, agora em junho, muitas pessoas em diferentes partes do mundo se perguntam se a humanidade está de fato à beira de uma terceira guerra mundial. O fato é que o ano de 2025 tem se revelado um período de redefinição de alianças, reposicionamentos geopolíticos e aumento de disputas, em que decisões estratégicas tomadas por grandes potências podem redesenhar toda a ordem internacional. Para compreendermos melhor este cenário atual, é essencial considerarmos os acontecimentos recentes e os interesses que movem os principais países no contexto global.

Agora em junho de 2025, Israel executou a Operação Rising Lion (Leão que se Levanta), uma ofensiva aérea preventiva de grande escala, baseada em descobertas do serviço secreto israelense (Mossad), contra mais de 100 alvos em território iraniano. O objetivo declarado foi enfraquecer a capacidade nuclear e balística do Irã, bem como atingir centros de comando de alto escalão. Instalações nucleares, fábricas de mísseis e residências de comandantes foram bombardeadas, resultando na morte de oficiais de alta patente e cientistas ligados ao programa militar iraniano, além de danificar seriamente a infraestrutura de defesa do país.

Em retaliação, o Irã lançou mais de 100 drones em direção a Israel. Apesar de o sistema de defesa israelense ter interceptado e destruído a maioria, o ataque seguido de contra-ataque elevou ainda mais a tensão já predominante nessa região do globo. Sob atenta vigilância americana, outro fator pesou nisso tudo. Irã e Rússia assinaram um acordo de cooperação com validade de 20 anos, estabelecendo troca de informações estratégicas, venda de armamentos e apoio econômico mútuo. Ainda que isso não configure uma aliança militar formal, o pacto fortalece os laços entre Rússia e Irã, criando um contrapeso à influência americana no Oriente Médio. Isso aumentou a tensão.

Os Estados Unidos, por sua vez, mantêm uma relação histórica de cooperação com Israel, desde seu ressurgimento, fundamentada em interesses estratégicos regionais e na contenção de nações consideradas hostis à presença e aos valores ocidentais, como o Irã. Diante dos últimos acontecimentos, Washington ampliou sanções sobre setores cruciais da economia iraniana e intensificou restrições financeiras contra a Rússia, numa tentativa de minar a capacidade de ambos de sustentar suas ambições militares, sobretudo em um momento em que a guerra na Ucrânia ainda consome recursos e atenção internacional.

Olhando além, para o panorama global, observa-se um equilíbrio tênue e bastante delicado entre as grandes potências Estados Unidos, Rússia, China e também a União Europeia, cada uma zelando por suas zonas de influência, rotas comerciais, avanços tecnológicos e hegemonia militar. Enquanto isso, nações menores, sobretudo na Ásia, África e América Latina, monitoram atentamente cada movimento, buscando preservar suas economias, garantir estabilidade interna e evitar tomar partido de forma precipitada em um conflito que, se escalado, teria efeitos devastadores para todos, posto que envolve a região que mais produz petróleo no mundo. E isso pode afetar toda a economia global.

Entretanto, apesar da gravidade do momento, alguns fatores históricos e práticos atuam como freios contra a possibilidade de eclodir uma terceira guerra mundial. Ainda segue viva a lembrança histórica e amarga das duas últimas grandes guerras do século passado. Há também outros fatores, como o temor generalizado do uso de arsenais nucleares e a interdependência econômica, que faz com que rupturas bruscas prejudiquem todos os envolvidos. Além disso, o conflito contemporâneo se estende por outras frentes, como ciberataques, desinformação e espionagem tecnológica, que tornam o campo de batalha invisível, mas não menos perigoso.

Economicamente, uma guerra em grande escala afetaria cadeias de suprimentos já fragilizadas, ampliaria a insegurança alimentar em regiões mais pobres e poderia mergulhar o mundo em uma recessão severa. Humanitariamente, milhões de vidas estariam em risco não apenas por bombardeios e confrontos diretos, mas também pela destruição de infraestrutura civil, crises de refugiados e colapso de sistemas de saúde em áreas vulneráveis.

A humanidade se encontra, portanto, num ponto decisivo. Evitar que a tensão se transforme em um confronto de proporções globais exigirá diálogo constante, vigilância diplomática e compromisso genuíno com soluções pacíficas. Organizações internacionais, lideranças religiosas e movimentos da sociedade civil desempenham papel essencial nesse esforço, clamando por negociações, respeito à soberania dos povos e valorização da vida acima de disputas de poder.

Assim, este ano de 2025 poderá ser lembrado como o período em que as potências escolheram entre repetir os erros de um passado trágico, destrutivo e doloroso ou optar inteligentemente por abrir caminhos para um futuro de entendimento e convivência. Cabe à comunidade internacional, em todos os níveis, não perder de vista a urgência de preservar a paz, que continua sendo o bem mais precioso para qualquer civilização.

Teobaldo Pedro, Juazeiro-BA

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