Defesa do general aponta divergências em depoimentos dos militares
Mateus Conte

A defesa do general Braga Netto pediu nesta segunda-feira, 16, ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a realização de uma acareação entre o militar e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid. De acordo com os advogados, há divergências nos interrogatórios do general e de Cid que precisam ser esclarecidas.
A defesa sustenta que são necessários esclarecimentos sobre as acusações de que Braga Netto discutiu o plano Punhal Verde-Amarelo, suposto planejamento para matar autoridades, e que o ex-ajudante teria recebido dinheiro do general em uma sacola de vinho.
“Essa diligência complementar se mostra necessária para a devida apuração dos fatos, pois Cid não trouxe aos autos provas que corroborassem suas acusações em face do general Braga Netto”, afirmou a defesa. Os advogados também requereram a suspensão da ação penal para que a defesa possa fazer a análise de todas as provas.
Na semana passada, Braga Netto foi interrogado por Alexandre de Moraes e negou ter conhecimento do Punhal Verde-Amarelo e de ter repassado a Cid dinheiro dentro de uma sacola de vinho para que fosse entregue a militares que faziam parte do esquadrão de elite do Exército, chamados de “kids pretos“.
Defesa de Braga Netto pede apuração completa sobre perfil secreto de Cid
Os advogados de defesa de Braga Netto protocolaram um pedido ao STF para aprofundar a investigação sobre o perfil “@gabrielar702”, no Instagram. A conta, segundo revelação da revista Veja, foi utilizada de maneira clandestina por Cid.
Documentos e provas apresentados pela reportagem sugerem que ele manteve conversas sobre a própria delação com uma pessoa próxima a Bolsonaro, em contrário ao que havia declarado anteriormente à Justiça.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal | Foto: Ton Molina/STF
Ainda na sexta-feira, 13, o ministro Alexandre de Moraes solicitou à Meta, responsável pelo Instagram, o envio de dados como login, cadastro e mensagens trocadas por meio do perfil. A defesa de Braga Netto, no entanto, exigiu ampliação dessas informações. O pedido inclui o endereço de IP, a data e o horário da criação da conta, a localização, o histórico de acessos e os aparelhos utilizados.
Ex-ministro da Defesa, o general está preso desde dezembro do ano passado, sob a acusação de obstruir a investigação sobre a tentativa de golpe de Estado e tentar obter detalhes dos depoimentos de delação de Cid.
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