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quinta-feira, 24 de abril de 2025

Pedro Lucas impõe derrota a Lula e expõe base aliada, afirma Folha

Rejeição ao ministério revela tensão interna e limites da articulação política do Planalto

Luis Batistela-
Aliados interpretaram o movimento como resposta direta à pressão do grupo político de Pedro Lucas | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em editorial publicado nesta quarta-feira, 23, o jornal Folha de S.Paulo aborda a recusa do deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União Brasil-MA) ao convite pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para integrar o primeiro escalão do governo.

A decisão inesperada simboliza uma derrota política para o Planalto e joga luz sobre a fragilidade da base aliada na Câmara. O parlamentar lidera o União Brasil na Casa. Ele chegou a ser anunciado como novo ministro das Comunicações no lugar de Juscelino Filho, investigado por corrupção passiva.

Pedro Lucas, inclusive, participou de uma reunião com Lula no Palácio da Alvorada e teve seu nome confirmado por Gleisi Hoffmann, ministra da Secretaria de Relações Institucionais.

No entanto, apesar do respaldo inicial, o editorial lembra que o deputado recuou 12 dias depois. Ele divulgou nota na qual afirma que não aceitaria o cargo e pediu desculpas ao presidente, mas disse ter compromisso com o diálogo institucional.


“Minhas mais sinceras desculpas ao presidente Lula por não poder atender a esse convite”, disse o parlamentar. “Recebo seu gesto com gratidão e reafirmo minha disposição para o diálogo institucional, sempre em favor do Brasil.”

Nos bastidores, aliados interpretaram o movimento como resposta direta à pressão do grupo político de Pedro Lucas, que temia perder força na Câmara com uma nova eleição para a liderança da bancada do União Brasil.

Segundo a Folha, a recusa provocou desconforto evidente no governo. Como resultado, a troca de acusações entre aliados do Planalto refletiu o constrangimento gerado pela desistência, sem que se apontasse um responsável direto pelo fracasso.

Governo sem margem para ameaças

Na tentativa de minimizar o episódio, circulou a ideia de que o União Brasil poderia perder espaço na Esplanada. O PSD, por exemplo, teria interesse na vaga do Turismo, atualmente sob controle da sigla de Pedro Lucas.

Mas o governo sabe que não pode bancar ameaças. O União Brasil mantém 59 deputados e sete senadores, entre eles Davi Alcolumbre (AP), que preside o Senado. Lula não dispõe de força suficiente para afrontar uma legenda desse porte.

Na prática, o presidente enfrenta dificuldades para aprovar projetos centrais no Congresso. A base aliada tem mostrado instabilidade. Isso ficou claro na votação do requerimento de urgência para o projeto de anistia aos envolvidos nos atos do 8 de janeiro. Ao todo, 264 deputados apoiaram a proposta — 61% deles pertencem à base do governo.

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