RADIO WEB JUAZEIRO : Governo de Israel acusa PCC de financiar terrorismo por meio de banco digital



terça-feira, 1 de abril de 2025

Governo de Israel acusa PCC de financiar terrorismo por meio de banco digital

Documento revela que as operações seriam feitas por meio da negociação de criptomoedas

Redação Oeste
Hezbollah é um dos grupos que podem ter ligação, apesar de não ter sido citado | Foto: Reprodução/IDF

O Ministério da Defesa de Israel alertou o governo brasileiro sobre o uso de um banco digital ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC) para financiar atividades terroristas. O comunicado foi enviado ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Ministério Público de São Paulo (SP) e Polícia Federal (PF), relata a Gazeta do Povo.

O banco digital movimentou quase R$ 500 milhões, segundo relatório do Coaf. O rastreamento começou em meados de 2023 e veio à tona em fevereiro deste ano.

A PF e organismos internacionais alertam há duas décadas para a conexão financeira entre o PCC, máfias, cartéis e grupos terroristas, como o Hezbollah. O nome da organização terrorista, no entanto, não consta no documento enviado por Israel.

O documento israelense revela que as verbas “seriam operacionalizadas para movimentação de criptomoedas com fins de perpetração de crimes de terrorismo”. A classificação segue a legislação israelense.

O MP e a PF relatam que o banco digital pertence ao PCC. O CEO e proprietário é um policial civil de São Paulo, preso pela segunda vez em fevereiro. A empresa foi criada em 2020. Nem o banco digital nem a defesa do policial responderam ao pedido de entrevista da Gazeta.

Conexão de fintechs com o terrorismo

O banco digital já é investigado no Brasil por lavagem de dinheiro e movimentação de R$ 6 bilhões para o crime organizado em 15 países.

O PCC teria remetido cerca de US$ 82 milhões (R$ 450 milhões) para contas ligadas ao terrorismo em quase dois anos. As transações ocorreram em 15 carteiras digitais em 40 núcleos de investimentos de uma corretora de criptomoedas.

O MP-SP e a PF também investigam fintechs usadas pelo PCC para lavar dinheiro. Eles descrevem uma “engenharia financeira complexa” para ocultar as movimentação. O objetivo do PCC seria comprar armas, drogas, imóveis e bens de luxo.

A função da fintech é facilitar a ocultação de capitais e a transferência de valores para o exterior. Isso dificulta a fiscalização por órgãos de controle.

A conexão entre o banco digital e o terrorismo foi descoberta por um banco que prestava serviços a uma fintech. Transações suspeitas entre carteiras digitais indicaram a ligação.

A Gazeta tentou contato com o banco que fez o alerta, mas não houve manifestação.

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