Banco Mundial divulga lista de países com maiores reservas em dólar

Nem sempre as nações que mais acumulam dólares são mais ricas que outras que acumulam menos

Eugenio Goussinsky-

Brasil ocupa a 9ª colocação entre os países com mais reservas em dólar | Foto: Reprodução/Pixabay

O Banco Mundial divulgou uma lista com os 20 países que acumulam as maiores reservas internacionais em dólar. No ranking, o Brasil aparece em nono lugar, com um total de US$ 346,4 bilhões em ativos, atrás de economias como China, Japão e Suíça.

Reservas internacionais são ativos mantidos por bancos centrais para fins de estabilidade econômica e financeira. Incluem moedas estrangeiras, como o dólar, euro e iene; ouro; e títulos de dívida emitidos por outros países.

O Brasil tem como ativo de maior estoque nas suas reservas internacionais os dólares norte-americanos, moeda que prossegue como referência no mercado mundial.

Como comparação, o Brasil ocupa a 10ª posição entre as maiores economias do mundo em 2025, com um Produto Interno Bruto (PIB) nominal estimado em US$ 2,2 trilhões. Em termos de reservas internacionais em dólar, o país está na 9ª colocação, com US$ 346,4 bilhões.

Tal comparação revela que o Brasil possui um volume de reservas internacionais superior ao de algumas economias com PIBs maiores. O Reino Unido, por exemplo, tem um PIB estimado em US$ 3,73 trilhões e ocupa a 6ª posição entre as maiores economias. Mas não figura entre os 10 países com maiores reservas internacionais em dólar.

Isso indica que o Brasil mantém uma política de acumulação de reservas que supera, proporcionalmente, a de algumas economias mais ricas. A manutenção dessas reservas é estratégica para garantir a estabilidade econômica, proteger contra crises cambiais e propiciar que os países possam honrar compromissos financeiros no cenário internacional.

Confira lista do Banco Mundial dos países com mais reservas

De acordo com o Banco Mundial, os países com os maiores volumes de reservas internacionais em dólar são:

1º – China: US$ 3,3 trilhões

2º – Japão: US$ 1,2 trilhão

3º – Suíça: US$ 794,9 bilhões

4º – Índia: US$ 574,5 bilhões

5º – Rússia: US$ 442,5 bilhões

6º – Arábia Saudita: US$ 436,5 bilhões

7º – Hong Kong: US$ 425,4 bilhões

8º – Coreia do Sul: US$ 414 bilhões

9º – Brasil: US$ 346,4 bilhões

10º – Singapura: US$ 344,5 bilhões

11º – Estados Unidos: US$ 234,1 bilhões

12º – Tailândia: US$ 208,2 bilhões

13º – México: US$ 206,3 bilhões

14º – Israel: US$ 204,6 bilhões

15º – Emirados Árabes Unidos: US$ 184,5 bilhões

16º – Polônia: US$ 169,9 bilhões

17º – Reino Unido: US$ 157,3 bilhões

18º – República Tcheca: US$ 146,3 bilhões

19º – Indonésia: US$ 141,1 bilhões

20º – Canadá: US$ 117,5 bilhões

Paula Zogbi, gerente de pesquisa da Nomad, afirmou ao Valor Econômico que as reservas são formadas, em grande parte, por meio de exportações (quando empresas recebem em dólar e o convertem com o banco central local), por investimentos estrangeiros e por compras diretas de moeda americana feitas pelos bancos centrais.

“Esses dólares são investidos em ativos seguros, principalmente em títulos soberanos, como os do Tesouro dos EUA, que compõem a maior parte das reservas por oferecerem alta liquidez”, ressaltou Paula. “Também há pequenas alocações em títulos de agências multilaterais, Exchange Traded Funds [ETFs] de renda fixa e ações estrangeiras.”