RADIO WEB JUAZEIRO : 'A eleição de Trump não vai mudar o Brasil'



quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

'A eleição de Trump não vai mudar o Brasil'

O tema pauta o artigo de Roberto Motta publicado na Edição 254 da Revista Oeste

Uiliam Grizafis
‘A nova política de Trump somente afetará a realidade brasileira na medida em que isso promover, ou proteger, os interesses dos norte-americanos’ | Foto: Reprodução/Twitter/X

Em artigo publicado na Edição 254 da Revista Oeste, o colunista Roberto Motta escreve sobre a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.

Motta afirma que a vitória do republicano “acendeu em muitos brasileiros a esperança de mudanças por aqui”. Contudo, segundo o articulista, “a disfuncionalidade institucional brasileira não será resolvida pelo presidente dos EUA”.

Os interesses de Trump

Ou seja, a nova política dos EUA somente afetará a realidade brasileira na medida em que isso promover, ou proteger, os interesses dos norte-americanos”.
A vitória do republicano ‘acendeu em muitos brasileiros a esperança de mudanças por aqui’ | Foto: Reprodução/X

Cabe aos brasileiros, por sua vez, assumir responsabilidade pelo próprio destino. Além disso, deve ter a coragem e a maturidade de buscar caminhos e saídas para a situação do Brasil.

Leia um trecho do artigo “O anjo salvador que não existe”:

“Os eleitores americanos rejeitaram essas e outras políticas da era Biden e deram a Donald Trump uma vitória excepcional, cujo aspecto mais marcante é o patriotismo (ou nacionalismo; só o tempo dirá), resumido no slogan Make America Great Again. As ideias de Trump são claras: ele defende o uso do poder econômico como arma geopolítica (via ameaça de aumento de tarifas sobre importações); o retorno a um estado de lei e ordem (com o combate aos cartéis e a proteção das fronteiras); a remoção de estruturas e políticas de extrema esquerda de dentro do Estado (como as práticas de discriminação “positiva” denominadas eufemisticamente de “diversidade, equidade e inclusão”, que substituíram o critério do mérito pela necessidade de uma subjetiva “representatividade”); o aumento da eficiência do Estado e da competitividade da economia americana; e a reafirmação da soberania e do protagonismo dos EUA no mundo (por exemplo, denunciando a tentativa chinesa de controlar o Canal do Panamá). A defesa da liberdade de expressão será uma bandeira importante do governo Trump 2, principalmente dentro dos Estados Unidos. No exterior essa bandeira estará subordinada, naturalmente, aos outros interesses americanos.

A eleição de Donald Trump acendeu em muitos brasileiros a esperança de mudanças por aqui. Mas a disfuncionalidade institucional brasileira não será resolvida por Trump. A nova política americana só afetará a realidade brasileira na medida em que isso promover, ou proteger, os interesses americanos. Os casos da rede social X e da Starlink mostram que um cenário assim é possível, mas nada indica que seja provável.

A energia com a qual Trump se dedicou a cumprir suas promessas de campanha já no primeiro dia assustou muita gente que desconhece a história americana, principalmente a recente. Não há motivo para receio. O pêndulo geopolítico tinha se movido muito longe para o lado esquerdo. É inevitável — embora não necessariamente desejável ou bom — que a mesma coisa agora aconteça para o lado oposto. Mas nada livra os brasileiros da tarefa de assumir responsabilidade por seu próprio destino, e de ter a coragem e a maturidade de buscar caminhos e saídas para a situação do país, livres de ideologias tóxicas e do domínio de interesses ocultos.”

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